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terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Rua Eng. Luís Gomes de Carvalho





O Eng.º Luís Gomes de Carvalho nasceu na Atalaia (Vila Nova da Barquinha), a 15 de abril de 1771. Frequentou a Real Academia de Fortificação, onde foi um aluno laureado. Este Engenheiro militar ingressou depois no Real Corpo de Engenheiros, figurando na toponímia ilhavense devido ao seu papel na abertura da Barra de Aveiro, a 3 de abril de 1808, e pelas obras do Porto. 
A abertura da Barra foi uma obra de extrema importância, uma vez que o seu assoreamento estava a causar elevadíssimos prejuízos às salinas da ria e à agricultura da região. Assim, e após diversos apelos das autoridades locais, em 1802, o Ministro do Reino, D. Rodrigo de Sousa Coutinho, encarregou os Engenheiros Coronel Reinaldo Oudinot e o Capitão Luís Gomes de Carvalho de procederem a estudos para abertura da nova Barra. Estes revelaram-se muito semelhantes entre si, tendo sido aprovados pelo Príncipe Regente D. João VI. 
Em dezembro de 1803, o Eng.º Oudinot foi destacado para a Madeira, ficando a obra a cargo do seu genro, o Eng.º Luís Gomes de Carvalho, mantendo-se este até 1823, devido a divergências políticas. 
Luís Gomes de Carvalho foi membro da Real Sociedade Marítima, Militar e Geográfica. Além das obras que possibilitaram a abertura da Barra, foi também responsável por diversos estudos e obras de elevada importância. Destas destacam-se os levantamentos topográficos de Trás-os-Montes, que deram origem à Carta Topographica da parte da provinicia de Trás os Montes compreendida entre o Douro e o Sabor até Bragança, e o plano de melhoramento das condições de acesso à Barra do Douro, chegando mesmo a dirigir as obras do dique na extremidade norte do Cabedelo. 
Faleceu a 17 de junho de 1826, em Leiria. 

NOTAS:

1. Este trabalho foi elabora pelo CDI, no âmbito do projeto "Se esta rua fosse minha";
2. A Rua Eng.º Luís Gomes de Carvalho situa-se mesmo à entrada da Praia da Barra. Foi uma proposta da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, a 20 de junho de 2013, na Comissão Municipal de Toponímia (Ata nº. 12/2013); 
3. Em 1947 foi editado pelo Arquivo do Distrito de Aveiro a Memória Descritiva ou notícia circunstanciada do plano e processo dos efectivos trabalhos hidráulicos empregados na abertura da barra de Aveiro segundo as ordens de S. A. R. o príncipe regente nosso senhor: ou notícia circunstanciada do plano e processo dos efectivos trabalhos hidráulicos empregados na abertura da barra de Aveiro.  Esta obra é prefaciada por Francisco Ferreira Neves. Nela podemos encontrar não só o estudo para a abertura da Barra de Aveiro, como diversa correspondência do Engenheiro. Destacamos o Mapa da Ria de Aveiro que acompanha a obra;
4. Se alguém possuir ou souber da existência de alguma busto em monumento ou registo fisionómico de Luís Gomes de Carvalho, agradeço informação. 

terça-feira, 27 de outubro de 2020

GAFANHA DA NAZARÉ: Rua Camilo Castelo Branco

Texto escrito e publicado
em 27 de Outubro de 2009 

Homenagem merecida a um dos grandes escritores da Língua Portuguesa. Penso que não há nenhum português, minimamente letrado, que não conheça O Amor de Perdição, obra famosa de Camilo Castelo Branco.
Não consta que o escritor, falecido em 1890, com 65 anos de idade, alguma vez tenha passado por esta nossa terra, ainda longe de figurar no mapa de Portugal com o título de freguesia, o que só aconteceu, como os leitores do Timoneiro sabem, em 1910. De qualquer forma, e porque é hábito no nosso País baptizar as ruas com nomes de gente célebre, compreende-se, perfeitamente, a lembrança, para quem passa, de Camilo Castelo Branco.
Desde a minha juventude que me deixei seduzir pelas estórias, com enredos, ora simples ora complicados, que Camilo, possuidor de uma escrita bastante rica, soube retratar nos seus livros, reproduzindo cenas e vidas do quotidiano, felizes ou dramáticas, na verdadeira acepção das palavras.
De tal modo que, ainda hoje, me encanta a releitura de obras suas, pela boa disposição que criam em mim. Algumas com uma actualidade ajustada a todos os tempos, sobretudo quando descreve a figura de políticos que deixaram tristes seguidores. Amores e desamores, paixões e paixonetas, adultérios e dramas pungentes, santos e pecadores, de tudo um pouco nos mostra Camilo em dezenas de livros, ou não vivesse ele daquilo que escrevia e publicava em tudo onde coubesse bom Português.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Travessa dos Bons Senhores

Gafanha da Nazaré — Ruas com História


A "Travessa dos Bons Senhores", na Cale da Vila, começa na Rua D. Manuel Trindade Salgueiro e não tem saída. Ali moravam os familiares da Tia Catrina (Catarina), entre outras pessoas. Um dia, estes foram à Junta de Freguesia requerer nome para a sua rua. Apresentaram várias propostas, com toda a naturalidade, e entre elas surgiu este nome, na sequência da afirmação de que nela morava gente boa. Os chefes de família seriam, do que não duvidamos, Bons Senhores. E foi esta designação que mais empenho mereceu dos requerentes. Não será uma travessa, mas está bem assim, apesar de tudo.

Notas:
1. Temas para recordar;
2. Aceitam-se sugestões de ruas com história.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Gafanha da Nazaré: Rua D. Dinis




D. Dinis:  rei poeta e lavrador

A Rua D. Dinis conduz-nos até ao século XIII, ao Rei Lavrador, altura em que D. Dinis iniciou, em 1279, o seu longo reinado de 46 anos. Esta rua atravessa campos que outrora foram agricultados de forma intensiva. Como as terras da atual Gafanha da Nazaré foram, durante séculos, de lavradores, seria impensável não homenagear um rei a quem todos muito devemos. Mas este rei, que impulsionou, como poucos, a agricultura, não se ficou por aí, porque outros interesses, multifacetados, o moveram, para bem do povo e de Portugal.
A sua biografia dá-nos conta do muito que desenvolveu D. Dinis, que casou com Dona Isabel de Aragão, mais conhecida por Rainha Santa Isabel, a do Milagre das Rosas, que serviu, muitíssimo bem, para ilustrar o seu coração caritativo, quando transformou as esmolas que levava no regaço para os pobres que a esperavam em rosas perfumadas.
Hábil diplomata, D. Dinis conseguiu salvar as riquezas da Ordem dos Templários, extinta pelo Papa, transferindo-as para a Ordem de Cristo, entretanto por si fundada. Esta Ordem haveria de desempenhar, mais tarde, papel de relevo na gesta dos Descobrimentos. Desenvolveu o comércio, mandou semear o pinhal de Leiria e organizou a marinha, contratando o genovês Manuel Pezagno, que muito contribuiu para a formação dos nossos marinheiros e para a defesa dos nossos interesses marítimos.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Gafanha da Nazaré: Travessa dos Bons Senhores

Travessa dos Bons Senhores

A Travessa dos Bons Senhores, na Cale da Vila, começa na Rua D. Manuel Trindade Salgueiro e não tem saída. Ali moravam os familiares da Tia Catrina (Catarina), entre outras pessoas. Um dia, estes foram à Junta de Freguesia requerer nome para a sua rua. Apresentaram várias propostas, com toda a naturalidade, e entre elas surgiu este nome, na sequência da afirmação de que nela morava gente boa. Os chefes de família seriam, do que não duvidamos, Bons Senhores. E foi esta designação que mais empenho mereceu dos requerentes. Não será uma travessa, mas está bem assim, apesar de tudo.

sábado, 7 de maio de 2011

Gafanha da Nazaré: Beco dos Enganos

Beco dos Enganos

O Beco dos Enganos fica na Cale da Vila e começa na Rua Gil Vicente. Sem saída. Segundo Mário Cardoso, este nome foi sugerido à autarquia pelo morador João Maria Facica. E a história conta-se em poucas palavras: Quando começou a ser construída uma casa na esquina que dá para esse beco, segundo o alinhamento definido pela Câmara Municipal de Ílhavo, o proprietário foi alertado para a conveniência de deixar passagem para a casa do referido morador. Isso gerou alguma controvérsia, acabando o proprietário por construir uns arrumos, prejudicando João Maria Facica. Ficou simplesmente o beco. O Beco dos Enganos.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Gafanha da Nazaré: Beco da Faloca

Beco da Faloca

O Beco da Faloca começa na Rua Gago Coutinho, mas não tem saída. Com algumas moradias, termina em terras de cultivo.
O nome de batismo vem da Tia Faloca, que morava ali na esquina, à entrada. Era uma mulher forte, de bom trato e muito respeitada, que se impôs à consideração geral como encarregada da Seca do Cunha. Ficou na memória de muita gente e a homenagem que lhe prestaram, com o seu nome num Beco, é mais do que justa.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Gafanha da Nazaré: Ruas, Becos e Travessas com história

Quem dá uma ajuda?

Nem só personalidades de âmbito nacional ou universal dão nome às ruas da Gafanha da Nazaré. Quem deambula pela nossa terra, em simples passeio ou ao encontro de gente amiga, encontra por vezes ruas com nomes curiosos que recordam pessoas ou historietas dos nossos antepassados.
Com Mário Cardoso, antigo presidente da Junta de Freguesia, a servir de cicerone, fui à descoberta de alguns becos e travessas com história. Referenciei, para já, três: Beco da Faloca, Beco dos Enganos e Travessa dos Bons Senhores. Amanhã publicarei a primeira. Depois as outras. Mas seria interessante que os nossos conterrâneos me ajudassem, enviando fotos com as respectivas histórias. Quem começa?