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sábado, 13 de junho de 2015

IGREJA: RESTO OU RESÍDUO?

Reflexão de Georgino Rocha 


«Queremos ser uma Igreja “resto” de fiéis 
ou um “resíduo de tradições religiosas 
progressivamente insignificantes?»

Um homem lança a semente à terra, um grão de mostarda é colocado na horta. Mc 4, 26-34. Neste cenário tão simples, Jesus dá a conhecer o “mistério” do reino: a sua presença discreta, a energia fecunda da sua seiva, a tendência universal do seu crescimento, a certeza inabalável da sua realização em benefício do ser humano chamado a adoptar, livremente, a atitude responsável mais congruente. Que contraste com a forma tradicional de apresentar o reino de Deus! Que impacto não começa a provocar na gente ilustrada e curiosa que acorria a ouvir Jesus para examinar a sua ortodoxia!
As árvores frondosas e robustas cedem lugar a simples grãos de semente. O messias “arrasador” surge como um humilde semeador de hortas e campos, amigo de excluídos sociais pelos líderes políticos e religiosos. As técnicas vitoriosas não têm a ver com a manipulação indiscriminada das sementes nem com o controle hegemónico do sistema alimentar ou a quantidade numérica da produção; tem a ver sobretudo com a proximidade, o cuidado, o serviço e a confiança. Os frutos apetecidos manifestam-se no acolhimento aberto a todos, na fecundidade generosa, na aceitação humilde das leis do crescimento, na qualidade do relacionamento.