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terça-feira, 25 de novembro de 2008

Recordando Eça de Queirós

Eça agHora Disse João da Ega, Que não era um primo A campanhas alegres dado, Depois que encontrou Carlos, no avistado arrimo Do Turf, num Rossio ultrapassado Pelos anos em que ensonou Num País de lupanares e calotes, E de malandros aos magotes, Num País de corridas falazes E de vestidos sérios de missa, Com jornais bafientos E de artigos rançosos Lidos por uns tantos rapazes De futuros pachorrentos E costumes ociosos: «-Falhámos na vida, menino!» E os tempos verbais trocados Ensinam a História redita, Desde os serões iluminados Pelas lições da monarquia, À juventude nérvea de sabedoria E impaciência liberal, Que corre num vai-vem Num outro aterro irreal Aquém delirante do trem Que nem sempre alcançamos. E assim vai o País de quem promete Lançar carris em largueza Para deixar de vez a charrete E permanecer na certeza Das falas finais que relembramos: «-Ainda o apanhamos!» Hélder Ramos 25.XI.2008
NOTA: A propósito do dia de hoje, aqui segue um poema dedicado a Eça de Queirós, pelo 163º aniversário. É um poema ao estilo parodioso do romancista, inspirado em algumas personagens e obras marcantes do autor.
Hélder Ramos