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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O teu rosto na varanda das memórias é feito de sol

NA VARANDA DAS MEMÓRIAS O teu rosto na varanda das memórias é feito de sol.
Sento-me no banco velho do jardim, e há palavras novas que se vêm sentar no meu regaço. Um pássaro cansado de céu pousa no muro do outono, e os meus olhos voam até ao sul, agitados e brilhantes, no sol do teu sorriso. Era o tempo das cerejas, e a idade dos rios correndo na euforia das tardes, até ao mar das palavras quentes. Elas diziam tanto… nada dizendo, afinal. Mas isso que era nada e era tudo bastava para o pôr-do-sol ser o horizonte dos teus olhos nos meus. E as cerejas eram sempre rubras, tão doces, tão maduras na idade. A cerejeira já não existe, mas eu permaneço na varanda. Sentada no sossego das lembranças, afago o sol no meu regaço, o sorriso do teu rosto.
Turíbia

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Um poema de Turíbia: Casa das Memórias

CASA DAS MEMÓRIAS Sobre o meu corpo, o teu sorriso, como fonte, como rio, como mar. Nenhuma palavra diria a corrente, verso algum cantaria a magia, sôfrega sede no incêndio a crepitar. Sobre a minha boca, o teu sorriso, como música, sino em dia de Jesus Menino, como cotovia a cantar. Nenhum gesto dirá a saudade, poema algum nos levará aos ramos do amor. Era outono nas noites frias ao luar. Era verão nos gestos quentes da idade. O tempo permanece intacto como flor, artíficio humano em jarra encarnada. E eu permaneço na casa das memórias, exígua e rasa. Turíbia