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sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Em maré de evocações





Hoje, no meu sótão, encontrei uma brochura, Crescem pães pelos Outeiros, de 1994, relacionada com Chaves, cidade por onde estacionei, com a família, diversas vezes, em férias, em casa de amigos inesquecíveis. Foi uma amizade de sempre, desde que nos conhecemos e até hoje,  que evocamos com frequência.
A brochura foi-me oferecida, com outras, por uns estudantes daquela cidade que necessitaram da minha ajuda para a elaboração de um trabalho académico relacionado com Aveiro e sua região.
Tanto quanto soube, na altura, o trabalho foi bastante apreciado. E foi a brochura, entre outras que devem andar por aqui perdidas, que me levou, novamente, até àquela região que me ficou no coração.
Estou numa fase de evocações, como é fácil imaginar, mas já não me sinto com forças para andar por aí, de tenda às costas, como antigamente, mas não deixo de sonhar e de recordar, como está a acontecer  hoje, levado a reboque da revista citada acima.
Confesso que não sei dizer se o melhor será evocar tempos idos, a reboque da memória, ou voltar aos locais, reais, das férias de outrora. Para já, vou pelo reboque da memória. Já não tenho a resistência de há meio século, mas a memória ainda consegue transportar-me aos sítios onde fui, com a família, muito feliz.

Notas: 

1. Voltarei ao tema: FÉRIAS;
2  Imagens da revista 

sábado, 4 de novembro de 2017

A vida fascinante de Paulina Almeida


Fico sempre fortemente impressionado quando leio e medito sobre percursos de vida que escapam ao comum dos mortais, como eu, que se consolam com o trivial da existência. Não é por acaso, pois, que leio sofregamente jornais e revistas que exibem experiências de gente capaz de deixar tudo para correr mundo, dando muito de si a outras gentes e delas recebendo na mesma medida ou mais do que deram. 
Hoje, no suplemento Fugas do PÚBLICO, li uma reportagem escrita por André Vieira, cuja protagonista, Paulina Almeida, nos mostra como tem vivido a «viajar por um mundo em conflito para alimentar a ama dos outros». E não pretendo alongar-me mais, na certeza de que os frequentadores do meu blogue passarão de imediato ao link que dá acesso à história fascinante de Paulina Almeida.

Ler aqui 

NOTA: Imagem do PÚBLICO 

quarta-feira, 7 de junho de 2017

À DESCOBERTA DE MANGUALDE

Crónica de Maria Donzília Almeida


A vida é o que fazemos dela. 
As viagens são os viajantes. 
O que vemos não é o que vemos, 
senão o que somos.”

Fernando Pessoa

Nelas - Enoturismo 


Lápide
Altar
Igreja - Escadório

Igreja - Pirâmides

Igreja Senhora do Castelo






“À descoberta de Portugal” e “Por terras de Portugal” são dois livros alinhados na estante, muitas vezes consultados, para organizar roteiros e conhecer o património local. No século passado. Com o avanço da tecnologia, a literatura de viagens ficou relegada para secundaríssimo plano e a internet assumiu esse papel. É fácil, é barato e está sempre ao nosso alcance. Aí se colhe a informação necessária, se fazem os itinerários, e é possível saber-se de antemão, o que se vai ver e o que se vai saborear.
Quanto ao alojamento, não há sombra de dúvidas – Hotel? Trivago!
Com a curiosidade, a disponibilidade e a sede de cultura/conhecimento, lá foi um minigrupo de “jovenseniores” à descoberta de Mangualde. Pertencente ao Distrito de Viseu, região Centro e sub-região do Dão-Lafões, recebeu em 1102, o foral do Conde D. Henrique.
Do seu património, salientam-se alguns monumentos: a Anta da Cunha Baixa um monumento funerário em granito, a Capela da Senhora de Cervães, o Castro do Bom Sucesso, a Citânia da Raposeira, a Fonte da Ricardina que herdou o nome de uma rapariga, filha de um pretenso abade, que proíbe os amores da jovem, em cartas trocadas com Bernardo Moniz, numa fonte ali situada. Serviria de mote, a Camilo Castelo Branco para escrever o seu "Retrato de Ricardina"; a Igreja da Misericórdia de Mangualde, a Igreja Matriz de S. Julião, o Palácio dos Condes de Anadia obra dos fidalgos Pais do Amaral que a partir do séc. XVIII se tornam a família de relevo. É Simão Pais do Amaral quem ultima a parte arquitetónica da mansão; o Real Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão, o Pelourinho de Abrunhosa-a-Velha, o Pelourinho de Chãs de Tavares, etc.
Para ganharmos energia e absorvermos este banho de cultura e história, tivemos, ao jantar de 6º feira, um suculento repasto no restaurante Valério, uma referência local, cujas paredes estão revestidas por fotos de famosos que por ali passaram. A de Maria José Valério ostenta a sua madeixa verde, como imagem de marca. Também tirámos a foto da praxe com o Sr Valério para se juntar às demais. Em terras em que a Nobreza teve forte expressão, senti-me como peixe na água. (!?)
Apesar do vasto património, por limitação de tempo, a nossa atenção concentrou-se apenas em alguns pontos. O primeiro, em que nos detivemos, foi a capelinha de Santa Maria do Castelo, que deu o nome ao hotel, ali próximo. Erigida no começo do séc. XV, evoca a batalha travada em Trancoso entre soldados de Portugal e de Castela. De linhas simples, nela ressalta a altíssima torre, elevada a prumo sobre a fachada. O interior mostra uma elegante capela-mor com um retábulo de sabor neoclássico. Recebeu nos finais do século XIX, a honrosa visita dos reis D. Luís e a rainha Maria Pia e do rei D. Carlos com a ilustre rainha D.ª Amélia.
Esta minha atração pela monarquia, num misto de fantasia e realidade, assenta em fundamentos históricos. Segundo rezam as crónicas, através de relatos orais, há indícios que a avó materna seria filha da fidalguia que um dia, veio à sua procura, numa caleche, puxada a cavalos. A menina que tinha passado pelo Mosteiro de Jesus, não quis aparecer ao presumível pai biológico. A sua origem, provavelmente nobre, perdeu-se na bruma dos tempos, numa sociedade hipócrita que camuflava os desmandos da Nobreza. Dessa avó, herdei o sobrenome …de Jesus.
Passadas estas elucubrações, a nossa digressão prosseguiu por terras beirãs.
A próxima paragem foi em Fornos de Algodres, onde almoçamos com um espetáculo delicioso: o vai vem das andorinhas que nidificaram a todo o comprimento do beiral de um prédio ali em frente. Até a refeição se tornou mais gostosa. Aí visitámos, no edifício do turismo, uma exposição da Confraria da Urtiga. Uma planta amaldiçoada por tanta gente foi reabilitada e apresentada como uma fonte de nutrientes, que rivaliza com muitos produtos hortícolas.
Já no regresso, visitámos um empreendimento de Enoturismo, em Nelas, onde só os grandes apreciadores e conhecedores do precioso néctar, fazem paragem obrigatória. Os carros de alta cilindrada, ali estacionados, são reveladores! 
Em pleno coração do Dão, o enoturista tem a possibilidade de visitar as vinhas, a adega e realizar uma prova de vinhos. 
Como não somos dados a esses eflúvios etílicos, ficámo-nos pela visita ao local e degustámos um café quente.
Outros espaços, outras visitas ficarão para a próxima escapadela. Este país tem encanto em qualquer recanto apesar de dizerem que a beleza está nos olhos de quem vê!

06.06.2017

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Maria da Fonte

Crónica de viagens 
de Maria Donzília Almeida 



Espigueiro

Masseira

Oficina do ouro 

Vilarinho das Furnas

Ter vivido no coração do Minho, nos verdes anos, foi um privilégio. Agora, no entardecer da vida, sem o espartilho do tempo, cresceu a vontade de revisitar esses locais onde a nossa história se foi escrevendo. 
As origens da Nação Portuguesa estão intimamente ligadas à região do Minho, por onde passaram Celtas, Romanos ou Árabes e foi aqui que teve origem o Condado Portucalense. 
Desde cedo se fixaram ordens religiosas que trouxeram novos conhecimentos arquitetónicos, artísticos e culturais bem presentes no vasto património religioso da região. 
Por aqui passaram viajantes, tais como peregrinos a caminho de Santiago de Compostela, marinheiros, ou emigrantes que partiram para o Brasil ou para a Europa. 
Quem parte anseia um dia voltar. O regresso é, ainda hoje, sinónimo de festa e alegria bem presentes nas inúmeras romarias e arraiais minhotos que ocorrem ao longo do ano. 
Foi este apelo de uma região tão rica em património natural e arquitetónico que nos fez escolher o Minho neste outono, em época de colheitas, em que a natureza se oferece à contemplação, como um lauto banquete em festa. 
Rumámos a terras de Maria da Fonte, figura grada em Póvoa de Lanhoso, com o seu nome espalhado por vários locais, desde a restauração à hotelaria.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Kremlin de Moscovo

 Crónica de viagens de Maria Donzília Almeida


Palácio de Catarina Pushkin
Grande sala do Palácio de Catarina
Catedral dos 12 Apóstolos
Catedral da Assunção
Catedral da Anunciação
Catedral de S. Miguel
Antes de dizermos adeus a S. Petersburgo, ainda demos um passeio de barco, pelos românticos canais do rio Neva, donde pudemos ter outra perspetiva da monumentalidade desta urbe. Aqui, associei esta Veneza Russa, como lhe chamaram, à nossa Veneza Portuguesa onde os passeios de moliceiro estão a dar cartas e a rentabilizar a nossa ria de Aveiro.
Ainda visitámos o Palácio Nicolaevsky, onde assistimos a um espetáculo de folclore. Aí, sim, foi exibido o melhor do ballet russo, na performance de grandes artistas: o colorido da indumentária, a flexibilidade e contorcionismo de jovens bailarinos, arrebataram os espetadores.
Além do Peterhof, nos arredores de São Petersburgo, encontra-se uma série de residências palacianas que foram utilizadas pela nobreza czarista durante o período do Império Russo em que São Petersburgo foi capital. Dentre eles, destaca-se o chamado Palácio de Catarina situado na cidade de Pushkin, ao Sul de São Petersburgo, cujo nome é dedicado à esposa de Pedro o Grande, Catarina I.
Aquela cidade foi conhecida durante a maior parte do período imperial pelo nome de Tsarskoye Selo (Царское Село), que significa “aldeia dos czares” em russo. 
Durante o período soviético, a cidade mudou o nome para Pushkin, o principal poeta russo que, juntamente com Lemonosov, é considerado um dos pais da língua russa moderna. Apesar de ser moscovita, Pushkin passou grande parte de sua vida na cidade de São Petersburgo, onde faleceu, vítima do duelo com o nobre francês Georges d’Anthès, que havia cortejado a sua esposa. Longe vão os tempos em que a honra era um valor a defender, com unhas e dentes...aqui, com espada.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

S. Petersburgo – Palácios e Catedrais

Crónica de viagens de Maria Donzília Almeida 

Hermitage - Colunas
Peterhof - Grande Cascata 
Graças

Catedral Sangue Derramado
Peterhof 
Peterhof - Salão Verde
Petrodvorets
O ponto alto da nossa viagem foi, sem dúvida, a visita ao Hermitage, uma das grandes atrações de São Petersburgo, considerado um dos melhores museus do mundo. Para além do gosto pela arte, com um acervo de 3 milhões de peças, como polo de atração, o Hermitage retrata alguns dos mais lindos ambientes palacianos por esse vasto mundo. É composto por cinco edifícios, entre eles o sumptuoso Palácio de Inverno, construído na então capital da Rússia, S. Petersburgo, em 1754 e residência oficial dos czares por 150 anos, incluindo Catarina a Grande e a família Romanov.
São obras de arte como pinturas e esculturas, objetos decorativos e joias, distribuídos por 1.057 salas e 17 escadarias. Disse a guia que, se uma pessoa gastasse um minuto a contemplar cada peça, levaria “apenas” 11 anos para ver tudo.
As origens do Museu Hermitage remontam a 1754, quando a imperatriz Elizabeth Petrovna iniciou a construção de uma residência em estilo barroco que deveria ofuscar todos os palácios da Europa. Cabe lembrar que a cidade de São Petersburgo havia sido fundada em 1703 por Pedro o Grande, com o objetivo de assegurar presença no Mar Báltico, mas também como uma janela da Rússia para a Europa ocidental. Daí o seu estilo opulento, para demonstrar a riqueza do país, o seu poderio e superioridade.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Viajando pela Rússia

Crónica de viagens de Maria Donzília Almeida

Escadaria do Palácio de Yusopov
Forte de S. Pedro e de S. Paulo
Palácio de Yusopov
Palácio de Yusopov - Salão
Teatro de Yusopov  Palácio se S. Peterburg.
A Rússia, um país que suscita as mais controversas emoções, foi o destino do grupo de viajantes da Vera Cruz, neste ano da Graça de 2016.
Visitar a Rússia é mergulhar nas páginas da sua história, que se abrem perante nós em cada pedra que pisamos, cada palácio que visitamos, cada catedral que admiramos.
É tão vasta a sua história, quanto a dimensão do país, que duplica a área do Brasil. Na sua imensa superfície, uma parte europeia, outra asiática, confina com países como a Coreia do Norte, a China, a Mongólia, o Cazaquistão, o Azerbaijão, a Geórgia, a Ucrânia, a Bielorrússia, a Letónia, a Finlândia e Noruega e ainda o Alasca.
Para compreender a Rússia de hoje, convém conhecer um pouco da sua história que se inicia com os eslavos do leste, um grupo étnico reconhecido na Europa entre os séculos III e VIII. Fundado e dirigido por uma classe nobre de guerreiros vikings e pelos seus descendentes, o Principado de Kiev, o primeiro estado eslavo, surgiu no século IX. Adotou o cristianismo ortodoxo do Império Bizantino em 988, dando início à síntese das culturas bizantina e eslava, acabando por definir a cultura russa.

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

O que não fiz e podia ter feito

Conímbriga

Quando me recordo dos passeios que dei, das viagens (poucas) que fiz e das terras por onde passei, sem disso tudo registar, algumas vezes, quaisquer imagens que me encantaram e que mantenho na memória, fico incomodado. É certo que não havia o digital nem redes sociais para as partilhar com a facilidade com que hoje toda a gente o faz. E quando vou à cata de algumas, em álbuns ou em caixotes, aos molhos, fico desolado com a má qualidade que ostentam. A vida é mesmo assim.
Quem poderia imaginar que em poucas décadas tantas e tão espantosas mudanças surgiriam ao alcance de um clique, dando-nos a visão clara da aldeia global em que vivemos, onde o aqui e o agora nos mostram os vizinhos do lado a milhares de quilómetros das nossas janelas? E não é que com todos podemos falar, sorrir e chorar, partilhar ideias, sentimentos, emoções e até um pedaço de pão? 
Boa semana para todos.

Fernando Martins

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Recordando São Pedro de Moel



Na minha coleção de fotografias digitalizadas, que é um caos autêntico, encontro frequentemente imagens de viagens que fiz, de museus que visitei, de paisagens que contemplei e de tudo o que me tocou: um poema, uma árvore, pessoas, monumentos e tanta... tanta coisa. O que importa é pegar nisso e reviver momentos agradáveis, renascendo o desejo de voltar. Recordar não é reviver?

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

VIAGEM À TAILÂNDIA: O MISTÉRIO DA VIDA


Crónica de viagem de Maria Donzília Almeida
Dia 11 de agosto – 2.ª feira




A manhã foi dedicada à visita a Bangkok, privilegiando os pontos de maior interesse turístico e ainda os seus mais famosos templos.
Bangkok é uma cidade relativamente jovem que foi construída para ser capital da Tailândia, no século XVIII. Hoje possui cerca de 14 milhões de habitantes, com um tráfego caótico, considerado um dos piores do mundo. As intervenções urbanas, como avenidas elevadas e o sistema de transporte Sky Trem, tentam amenizar o caos, porém sem muito sucesso.
A religião budista está muito presente em todo o país. O ambiente místico que se respira na sociedade tailandesa constitui a alma deste povo. Existem muitos templos, de diferentes tipos e tamanhos, mas todos sempre voltados para o budismo. Em todos os cantos da cidade e dentro dos templos, proliferam imagens de Buda: em pé, deitado, ou sentado em posição de flor-de-lótus. 

sábado, 23 de agosto de 2014

VIAGEM À TAILÂNDIA: UMA VERDADEIRA AVENTURA

CRÓNICA DE VIAGEM DE MARIA DONZÍLIA ALMEIDA
Dia 8 de agosto – 6ª feira





No final de cada dia, seguíamos as diretrizes da Norma, quanto ao vestuário e calçado a usar para que o dia seguinte fosse bem sucedido. Para hoje recebemos a recomendação de que deveríamos ir muito práticos pois esperava-nos um dia de aventura e muita emoção.
Partimos, de manhã, para Mae Ping e mal chegámos ao campo de elefantes, subimos para uma plataforma, donde montámos, em pares, diretamente para o dorso do elefante, numa cesta aí instalada. Íamos munidos de molhinhos de cana de açúcar, para premiarmos o esforço do paquiderme, durante o trajeto.
Seguimos em manada, para o rio, que os elefantes atravessaram em marcha pachorrenta mas regular e sem sobressaltos.
Foi uma verdadeira aventura, com a água a chegar à barriga do animal e nós, refasteladamente, a apreciarmos a selva, das alturas! Tudo correu segundo a Norma, exceto um pequeno e insólito incidente. Devido à excitação e movimentos largos de um companheiro de jornada, caiu-lhe, ao rio, o boné que lhe protegia a cabeça da canícula da selva. Sem se fazer esperar, imediatamente o tratador deu ordem ao elefante, que prontamente estendeu a tromba e resgatou o boné das águas barrentas do rio. Houve uma ovação geral o séquito continuou a marcha.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

VIAGEM À TAILÂNDIA: É BOM ESTAR DE FÉRIAS

Crónica de Viagem de Maria Donzília Almeida
7 de agosto – 5.ª feira




Já em Chiang Mai, saímos para a visita a um dos templos mais sagrados do norte, na montanha de Doi Suthep. Tem 1676 m de altura e é um pico gémeo de montanha granítica de Chiang Mai ocidental. O outro pico é conhecido como Doi Pui e é ligeiramente mais alto, 1685.
Acabada a visita a mais um templo budista, onde o espírito se eleva nas alturas, partimos para um verdadeiro paraíso terrestre…especialmente para as senhoras que integravam esta excursão - Quinta das Orquídeas- as flores mais típicas da Tailândia, símbolo do país. Aqui, sim, foi um espetáculo de luz e cor, com tudo o que se pode imaginar sobre tão apreciada quanto exótica cultura. Desde os preparativos para a plantação e tratamento das flores, os materiais a utilizar, os processos de envasamento e proliferação, tudo aí era apresentado ao turista e apreciador desta espécie. Visitámos os longos corredores de orquídeas que aqui não precisam de estufa. O meio ambiente natural proporciona a estas flores raras, a temperatura, a humidade, na dose certa das suas necessidades. O clima tropical da Tailândia é o céu aberto a criar vida e beleza deslumbrante. Nunca até agora tinha deparado com toda esta exuberância de plantas e tanta diversidade. Foi colírio para os olhos cansados de noites mal dormidas e ávidos de tranquilidade.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

VIAGEM À TAILÂNDIA: UM DESAFIO PERMANENTE AOS SENTIDOS

Crónica de viagem de Maria Donzília Almeida
Dia 5 de agosto – 3.ª feira




Para aproveitar o tempo ao máximo, partimos bem cedinho, em direção ao norte, para a visita a Bang Pa In, antigo palácio do rei Rama V, construído no século XVIII. É um lugar de beleza incomum, com jardins luxuriantes e uma fabulosa harmonia entre arquitetura europeia e oriental.
Apesar do sufocante calor tailandês, percorrermos todos e cada um dos lugares do recinto que abriga o incrível Palácio Bang Pa-In, com destaque para o Palácio Real, o Pavilhão Tailandês e o Palácio Vihat Chamrum.
Nos locais de culto do Buda, entra-se descalço e com os ombros cobertos, numa atitude de respeito e veneração da divindade. Na Tailândia, sê budista!
Uma história famosa está associada a este palácio: a morte da Rainha Sunanda e sua única filha, Princesa Karnabhorn Bejraratana em 1881.


quinta-feira, 14 de agosto de 2014

VIAGEM À TAILÂNDIA

Crónica de viagem de Maria Donzília Almeida
02.08.2014- Sábado



Uma viagem à Tailândia é uma verdadeira aventura, começando logo pela distância que nos separa e que corresponde a um voo de catorze horas, com uma curta escala no Dubai.
Partimos no sábado e só chegámos no domingo, com uma diferença de 6 fusos horários, causando o tradicional jet lag…
O reino da Tailândia, anteriormente conhecida como Sião, até meados de 1949, é um país situado no sudeste asiático no centro da península da Indochina e na península Malaia. É limitado a norte por Mianmar e Laos, a leste por Laos e Camboja, a sul pelo golfo da Tailândia e pela Malásia, e a oeste pelo mar de Andaman e pela extremidade sul de Mianmar.
O vale do rio Mekong era já habitado há uns 10.000 anos; os primeiros agricultores do mundo e talvez os primeiros a trabalhar o metal falavam Thai (tailandês) de uma forma primitiva e viviam no território que é hoje ocupado pela Tailândia. O arroz cultivava-se nas zonas de Bang Chiang e Bang Prasat, no Noroeste, cerca do ano 4.000 a.C. A cultura de Bang Chiang conheceu a metalurgia do bronze antes do ano 3.000 a.C…


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Luso de fugida...

Um passeio de fugida por ambientes conhecidos tem sempre os seus encantos. No sábado passámos pelo Luso, a terra da água cristalina do mesmo nome. Não interessa hoje contar a história da porventura mais importante riqueza do Luso, que isso está claramente no Google e ao alcance de toda a gente, mas importa referir neste meu espaço a visita de sábado, que não deixará de suscitar a curiosidade para outras leituras.
Penso que as termas e curas de água já não são o que eram antigamente. De qualquer forma, há sempre quem aposte nos benefícios das águas, normalmente acompanhadas do descanso num ambiente de serenidade e de ares puros que a serra e o arvoredo alimentam... Quem vai ao Luso e não prova a  água é como quem vai a Roma e não vê o Papa.
Aqui ficam registos da nossa passagem pelo Luso.



Panorâmica da Fonte de São João. Há gente que chega de garrafões vazios e parte de garrafões cheios. Num vaivém contínuo e sem ruídos. A paz, essa convida ao silêncio. Num dístico recomenda-se que os visitantes não levem para a fonte mais recipientes do que os que possam transportar de uma só vez. Não sei se é respeitada a norma... nem isso interessa por agora. É que eu já vi quem ocupe duas bicas ou mais para encher os seus garrafões. Mas há água para todos.



Chapéus há muitos, já dizia o Vasco Santana. A minha filha Aidinha provou este, que lhe ficava bem, para o meu gosto, mas achou que era muito largo. Serviu decerto para outras cabeças. Lá para aqueles lados, os clientes habituais devem ter cabeças um pouco maiores... Será? É que não havia chapéus mais pequenos. Paciência.


E a água... Quem há por aí que não goste de a saborear? A minha Lita e a Aidinha foram as primeiras a correr para a Fonte de São João. Toca a beber, que o leitão, na Mealhada, pedia água pura. Há quem opte por tinto ou branco ou por espumante de qualquer cor. Mas nós somos apaixonados por água pura, que lava o organismo. 




E depois fui eu, que também sou filho de Deus. Deus terá abençoado as águas do Luso, que há séculos matam a sede e a fome a muita gente. Fresca, límpida e saborosa (quem se atreve a dizer que a água de Luso é insípida?) ali está à disposição de toda a gente. Para já, de graça. Com graça... agora ainda é de graça, digo eu, quando quase tudo se paga.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Já temos frio, vento e chuva para três anos


A árvore ainda adormecida continua corajosa, apesar de tudo, e não teme o sol, que tarda em aparecer. E também não teme o vento frequente na Figueira da Foz. Espera paciente que o Parque das Abadias retome a vida verdejante e fresca que não deve tardar. Assim o inverno corra para outras paragens e nos deixe em paz. Já temos frio, vento e chuva para, seguramente, uns três anos.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

UM DIA NO DOURO




O Douro fica sempre na alma de quem o visita

“Nenhum outro caudal nosso corre em leito mais duro, encontra obstáculos mais encarniçados, peleja mais arduamente em todo o caminho… Beleza não falta em qualquer tempo, porque onde haja uma vela de barco e uma escadaria de Olimpo ela existe.” 

Miguel Torga, 
in “Portugal” 

Ontem subi o Douro com olhos bem abertos à contemplação das belezas de que tanto tenho ouvido falar. E lido, em autores que cantam o rio que cortou cerce o seu leito, deixando marcas de feridas que os séculos fizeram secar. 
As chagas sararam, mas as crostas ressequidas lá estão, oferecendo a quem as aprecia a dureza da corrida desenfreada das águas soltas e apressadas com vontade de descansarem no oceano. E se a beleza da paisagem é indiscutível, ao modo de nos obrigar a voltar, a paisagem bonita das velas dos barcos, de que fala Miguel Torga, já se foi com a voracidade do progresso. 
Os rabelos há muito que perderam o privilégio de temperar e refinar o Vinho Fino nas bolandas da descida da Régua até Gaia. Aqui recebeu o baptismo de Vinho do Porto, numa clara manobra de marketing, bem engendrada há séculos, que tais técnicas não são exclusivas dos nossos tempos. 
O dia nasceu enevoado, com humidade cortante, junto à foz do Douro, assim chamado pela cor amarelada das lamas barrentas que as fortes correntes arrastavam dos montes e montanhas que guardam o rio e o tingiam. Mas nem por isso proibia os olhares dos que gostam da novidade. Mais tarde, o sol furou as nuvens que nos vieram saudar. E então, o deslumbramento caiu sobre o “Infanta”, um barco que oferecia tranquilidade a quem viajava, pela serenidade com que enfrentava as águas doces que buscavam o casamento, apressado, com as águas salgadas do mar.
O verde da paisagem entrava-nos na alma, vindo de todos os cantos. Do arvoredo que não acusava falta de rega e do rio que o reflectia, como sinfonia de acordes que nos emoldurava o espírito em dia de mais nada que fazer. Aqui e ali, casas semeadas pela encosta, ruas serpenteantes que as uniam, solares com capelinhas que abençoavam as vinhas, fonte que ainda não secou, dando "petróleo" tinto e branco àquele povo. 
Mais pontes que ligavam gentes e terras do alto e do baixo Douro, pás de moinhos de vento, não para a farinha, mas tão-só para as novas energias arrancadas do cimo das montanhas que o deus Éolo, com a sua brutalidade, de quando em vez nos oferece. O que mais encanta o viajante, contudo, como marca indelével, são as escadarias de pomares e vinhas, quais altares ao deus-natureza, fonte de subsistência de povos que teimosamente procuraram adaptar-se a circunstâncias adversas. 
Hoje, talvez poucos tivessem a coragem de ficar agarrados à terra-mãe, com tal tenacidade e paixão, a não ser que encontrassem pelo caminho outra Antónia Ferreira, a Ferreirinha, com artes de convencimento e de estímulo. O Douro, rio e região, fica sempre na alma de quem o visita e o observa de perto, admirando a obra de Deus e de homens e mulheres determinados, que nos deixaram como herança a ter em conta a força e a importância do trabalho. 

Fernando Martins 

Nota: Esta viagem foi organizada pela Câmara Municipal de Ílhavo e integrou-se na Semana da Maioridade. Ela serviu, também, para reencontrar e conviver com gente que não via há muito tempo.