terça-feira, 7 de março de 2006

Os meus destaques

No DN, pode ler "Responsabilidade partilhada", um artigo do Prof. Adriano Moreira. No mesmo jornal, vale a pena ler, também, "Jorge Sampaio, o Presidente-cidadão", do Prof. José Medeiros Ferreira.

Um artigo de Francisco Perestrello, na Ecclesia

Los Angeles,
o Retrato
de uma Cidade O thriller, filme de acção e contexto geralmente policial, é hoje um dos géneros mais frequentes no cinema americano. Quando possível procura-se fugir às linhas mais batidas, de forma a que o espectador não seja levado a sentir-se a rever obras anteriores. «Colisão» é, sob este aspecto, um caso muito particular. O filme contém todos os elementos para se incluir no género referido. Tem acção, muita polícia e muitos criminosos, e vê-se bem a luta entre as duas frentes. Mas, habilidosamente, o realizador Paul Haggis evita qualquer situação de violência gratuita e limita a acção ao que se torna necessário em termos da narrativa.
Não há excessos, não há uma concentração excessiva sobre qualquer das personagens, diversificando-se a acção por múltiplas pequenas histórias que se cruzam entre si.
O que se obtém é o retrato de Los Angeles e da sua população, dos choques sociais em que se realça o racismo, seja ele da maioria sobre as minorias seja a inversa, também ela bem viva na população.
Para defesa do povo há a polícia, mas também esta tem elementos de carácter mais que duvidoso, o que torna difícil a sobrevivência dos mais fracos.Dentro de um contexto bastante sombrio o filme deixa saída para algum optimismo, mostrando inclusivamente a possibilidade de regeneração quando obtidas as condições adequadas. Aprofunda o estudo do carácter de alguns intervenientes, mesmo quando estes passam no filme em sequências relativamente breves, mas que não deixam por isso de ser muito expressivas.
«Colisão» distingue-se assim pela originalidade e eficiência na forma de tratamento e, sobretudo, por um conteúdo temático muito equilibrado, que nos dá o retrato vivo da cidade, dos seus problemas raciais e dos processos de actuação policial, que variam entre a dedicação exemplar e a defesa de interesses pessoais em prejuízo de terceiros.

Quaresma: Mensagem do Bispo de Aveiro

Levanta-te e anda!... Longo caminho te resta para andar
"É meu dever denunciar a presença, triste e ruinosa, do pecado em nós e no nosso mundo e anunciar, ao mesmo tempo, o mistério do amor misericordioso de Deus Pai, manifestado e realizado em seu Filho Jesus, para a salvação de todos. Apelar, por fim, à esperança, que é a luz que comanda a vida do espírito, neste mundo onde escasseia o amor e a paz."
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segunda-feira, 6 de março de 2006

D. José Policarpo: Nem tudo o que é legal é moral

Cardeal-Patriarca de Lisboa apela à objecção de consciência contra leis imorais

O Cardeal-Patriarca de Lisboa abordou ontem a relação da Fé com a legislação civil, criticando “uma tendência facilitante” que considera que é moral tudo aquilo que é legal.“Nem tudo o que é legal é moral. Esta é uma tendência facilitante, a de considerar que o que é legal é moral. E pode haver leis civis, que se os cristãos as aplicarem a si mesmos, pecam, ofendendo gravemente a Deus. Em certas circunstâncias devem mesmo recusar-se, através do estatuto de ‘objectores de consciência’, a participar na sua aplicação”, explicou.

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Os meus destaques

No Diário de Aveiro, pode ler "Perda de regalias sociais e fiscais inviabilizam casamento católico", um texto de Eduardo Jaques.
No Diário de Notícias, vale a pena ler "A arte como ferramenta essencial da educação", um texto de Maria João Caetano Paulo Thai.

domingo, 5 de março de 2006

As minhas escolhas

1 - Um artigo de Anselmo Borges no DN Poder dominar ou criar?
"O poder pode corromper. O poder absoluto corrompe absoluta-mente. Daí, a necessidade da divisão e separação dos poderes."
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2 - Um artigo de Luís Queiró, no DN
"Há momentos em que a defesa dos nossos interesses, em particular da língua portuguesa, é simples de concretizar. Basta decidir."

PAPA CONTRA A EXPLORAÇÃO

Bento XVI deixa apelo contra a exploração a empresários católicos
Bento XVI fez ontem um apelo aos empresários e ao mundo da economia contra a exploração. O Papa pediu que se evite "qualquer forma de exploração" e que se reconheça a "importância da família e a responsabilidade pessoal", durante a audiência que concedeu na Sala Paulo VI do Vaticano, a cerca de 8 mil pessoas da União Cristã de Dirigentes Empresariais (UCID) e outras associações filiadas na UNIAPAC, incluindo a Associação Cristã de Empresários e Gestores de Empresas (ACEGE), de Portugal. O Papa precisou que o apelo à "responsabilidade pessoal" e para evitar a "exploração” é válido inclusive “em situações económicas adversas". Bento XVI recomendou aos empresários cristãos que tenham presente a ensinamento da Igreja e em particular que examinem com atenção o Compêndio da Doutrina Social da Igreja. O Papa fez referência à segunda parte da sua encíclica “Deus caritas est”, onde fala da necessidade dos cristãos trabalharem em favor de uma ordem social justa, participando pessoalmente na vida publica, cooperando com os outros cidadãos sob a sua responsabilidade pessoal. Na audiência, um exemplar do "Código de Ética" da ACEGE foi entregue ao Papa por empresários e gestores portuguesesO respeito e a promoção do projecto de vida dos trabalhadores é uma das obrigações dos gestores e empresários que subscreveram o Código de Ética, que foi entregue ao Papa durante esta audiência pelo presidente da ACEGE, João Alberto Pinto Basto. Assinado por mais de 400 gestores e empresários portugueses, o Código de Ética recomenda a defesa da dignidade dos homens que colaboram nas empresas, o que passa pelo respeito do projecto de vida dos trabalhadores, dando especial atenção à sua felicidade familiar. Evitar práticas discriminatórias e estabelecer uma remuneração justa, ponderada pela realidade do sector económico, são outras das obrigações dos gestores e empresários que subscreveram o documento. No que se refere à economia social de mercado, o Código de Ética defende o cumprimento das leis do país, a promoção de uma concorrência leal e honrada e a luta contra todas as formas de corrupção activa ou passiva, entre outras. O Código de Ética, entregue ao Papa, define ainda que os colaboradores devem ser informados de forma adequada e honesta sobre a vida da empresa e que devem ter condições de trabalho que respeitem a dignidade e a saúde. : Fonte: Ecclesia

Um poema de João de Deus

Tendo a mãe que se ausentar Disse à filha mais velhinha: “Fica tu em meu lugar De guarda à nossa casinha; A menina está no berço, Embala-a suavemente, Entretendo a inocente Com esta cantiga em verso: Passarinhos, vinde em bando A ver anjinho tão linho Que a mana está embalando Contente de o ver dormindo.” :
NB: Hoje, por acaso, encontrei este poema que decorei na minha infância. Poema simples, é certo, mas não é de coisas simples que se faz a arte, tantas vezes?

GOTAS DO ARCO-ÍRIS - 7

E SE OS DEUSES IRADOS
INVERTESSEM O ARCO-ÍRIS?!

  Caríssimo/a: 

 Caíram-me sob os olhos estas duas migalhas de prosa: 
“Quanto aos namorados, S. Gonçalo que faça o que puder. Se é que entre marido e mulher se pode meter a colher.” 
 “A reparação do navio Santo André…(que é tutelado pelo Museu Marítimo de Ílhavo)… é uma das principais iniciativas a desenvolver…” 
Então, e não tenho dúvidas que só pela acção das Musas, me ocorreu que os deuses do Olimpo mais uma vez se interessaram pela nossa Terra e transformaram o navio Santo André e a ponte das Portas de Água e da Cambeia em dois verdadeiros Mitos contemporâneos. E tão sobranceiros, … que o dedo de Cupido foi influente. Deixemo-los, pois, namorar à vontade… E vamos importunar Zeus que ordene aos Ventos e às Chuvas para que poupem as Portas de Água das suas intempéries. Caso contrário, um montão de ruínas substituirá, em breve, um dos Mitos. [Esperamos que o outro continue airoso e iluminado a inspirar e povoar a nossa Memória…., isto se a tal reparação….] Terminaria com outro sorriso, inesperado e diferente, retirado a Sebastião da Gama: 
“ Havia de olhar para tudo com uma alegria tão grande, com uma virgindade tão grande, que até Deus sorriria contente de ter feito o Mundo.” 

Manuel
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NB: Este "GOTAS DO ARCO-ÍRIS" não saiu no domingo certo, por eu ter estado ausente, como os meus leitores sabem. Sai agora, com o meu pedido de desculpas ao autor Manuel e aos frequentadores do Pela Positiva.

FM

Uma reflexão do padre João Gonçalves, pároco da Glória

Arrepender-se de quê?
Cultiva-se a permissividade, com capa de liberdade; o falso e amplo conceito de que cada um é livre, desde que não implique com a liberdade dos outros, cria espaços vazios que não dão suficiente lugar à consciência, para actos e omissões, prejudiciais ao próprio e, portanto, aos outros, ainda que de modo subtil.
A liberdade é muito mais abrangente do que apenas a dimensão do que implica com a comunidade; ela apanha a consciência e deve ajudá-la ao respeito por si próprio, pelos próprios compromissos mais íntimos e pessoais; não é só mal o que prejudica o outro.
A consciência e a apreciação moral de actos e omissões estão postas em causa; se tudo é permitido não há lugar para o reconhecimento do mal; portanto, não há razões para o arrependimento: arrepender-se, de quê?
De facto, para que haja arrependimento, é preciso uma boa dose de humildade, isto é, de verdade corajosa, para reconhecer os próprios erros. Quem, orgulhosamente, ache que nunca errou, nunca vai ter de que arrepender--se, nem nunca vai mudar de vida.
A pessoa de Fé, no confronto com Deus e com a Sua Palavra, sabe que está a fazer caminho que o convida a subir sempre, apesar das poeiras que se vão juntando.
No Baptismo, o grande banho dos Cristãos, foi iniciada a marcha e assumido o compromisso; a sua vida é acreditar no Evangelho e avançar, com coragem, em ordem a uma verdadeira liberdade.

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In "Diálogo", 1064 - I DOMINGO DA QUARESMA - Ano B

sábado, 4 de março de 2006

As minhas escolhas

No Diário de Notícias pode ler "Vencer o medo na Europa comunitária", um artigo de Francisco Sarsfield Cabral.

Empresários e gestores apresentam Código de Ética

Associação Cristã de Empresários e Gestores entrega hoje documento ao Papa
Código de Ética obriga empresários a respeitar projecto de vida de trabalhadores
O respeito e a promoção do projecto de vida dos trabalhadores é uma das obrigações dos gestores e empresários que subscreveram o Código de Ética que vai ser entregue hoje ao Papa Bento XVI, em Roma. Assinado por mais de 400 gestores e empresários portugueses, o Código de Ética recomenda a defesa da dignidade dos homens que colaboram nas empresas, o que passa pelo respeito do projecto de vida dos trabalhadores, dando especial atenção à sua felicidade familiar.
O Código de Ética, que vai ser entregue ao Papa pela Associação Cristã de Empresários e Gestores de Empresas (ACEGE), define ainda que os colaboradores devem ser informados de forma adequada e honesta sobre a vida da empresa e que devem ter condições de trabalho que respeitem a dignidade e a saúde.
Evitar práticas discriminatórias e estabelecer uma remuneração justa, ponderada pela realidade do sector económico, são outras das obrigações dos gestores e empresários que subscreveram o documento.
No que se refere à economia social de mercado, o Código de Ética defende o cumprimento das leis do país, a promoção de uma concorrência leal e honrada e a luta contra todas as formas de corrupção activa ou passiva, entre outras.
Os empresários devem ainda lutar contra a iniquidade e desperdício por parte do Estado, participar na actividade económica com independência relativamente ao Estado, lutar activamente contra as situações de fraude fiscal e não influenciar de modo ilegítimo a decisão política.
O secretário-geral da ACEGE, Jorge Líbano Monteiro, disse à agência Lusa que o Código de Ética tem como princípios essenciais o Homem, a empresa, a economia social de mercado, a ética pessoal e profissional, a excelência no trabalho e o bem comum. "A ideia é aplicar estes princípios gerais à vida das empresas", sublinhou Líbano Monteiro, acrescentando que cada empresário ou gestor vai tentar aplicá-los da melhor forma à sua empresa.
O presidente da ACEGE, João Alberto Pinto Basto, vai entregar o Código de Ética ao Papa Bento XVI, assim como uma cópia das assinaturas de todos aqueles que se comprometeram com o texto, entre os quais José Roquette, Ricardo Salgado, Paulo Teixeira Pinto, Jorge Jardim Gonçalves, Vasco de Mello e Ludgero Marques.
A audiência com o Papa Bento XVI é promovida pela UCID, congénere italiana da ACEGE.
A ACEGE é uma associação de homens e mulheres de empresa que partilham entre si valores cristãos e procuram aplicá-los no desenvolvimento da sua vida profissional.
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Fonte: PÚBLICO on-line

CUFC: Dia Internacional da Mulher

Margarida Santos
apresenta "RETRATOS
DE MULHER" No dia 8 de Março, quarta-feira, pelas 21 horas, no CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), vai ser celebrado o Dia Internacional da Mulher, em sessão aberta a todos os interessados. Margarida Santos, presidente da Plataforma Portuguesa para os Direitos da Mulher, é a convidada para desenvolver o tema RETRATOS DE MULHER, em jeito de conversa sobre questões de “género”. Problemáticas relacionadas com a situação da mulher, bem como desafios e esperanças que urge implementar, são boas razões para muitos participarem, como se espera. A moderação é de Isabel Segadães. Esta acção, dinamizada CUFC, foi organizada em parceria com a Associação de Antigos Alunos da Universidade de Aveiro. Integra-se no projecto Fórum::Universal, uma iniciativa do CUFC, Fundação João Jacinto de Magalhães (Editorial UA) e jornal Diário de Aveiro, e acontece todas as primeiras quartas-feiras do mês.

Quaresma: Mensagem do Papa

QUARESMA: Tempo de peregrinação interior
"... a primeira contribuição que a Igreja oferece para o desenvolvimento do homem e dos povos não se consubstancia em meios materiais nem em soluções técnicas, mas no anúncio da verdade de Cristo que educa as consciências e ensina a autêntica dignidade da pessoa e do trabalho, promovendo a formação duma cultura que corresponda verdadeiramente a todas as exigências do homem."
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sexta-feira, 3 de março de 2006

MULHERES com mais responsabilidades na Igreja

Papa admite possibilidade de dar mais espaço e responsabilidade às mulheres na Igreja
Bento XVI admitiu ontem a necessidade de “perguntar-se” se no serviço ministerial da Igreja não será possível “oferecer mais espaço e mais posições de responsabilidade às mulheres”.
A Santa Sé apenas hoje publicou a longa intervenção de Bento XVI, que durante duas horas esteve em conversa com os párocos da Diocese de Roma, respondendo a várias perguntas. O somatório das respostas resultou numa das mais extensas intervenções papais destes meses de pontificado, abordando matérias diversas, como os pontificados do século XX, o ecumenismo, a defesa da vida, a pastoral da família, os jovens e a formação dos novos sacerdotes, entre muitos outros.
Respondendo a uma questão levantada por um jovem padre, o Papa abordou a questão da ordenação sacerdotal das mulheres, reiterando que “o ministério sacerdotal do Senhor é, como sabemos, reservado aos homens”.
Este é, para Bento XVI, o “ponto decisivo” de qualquer discussão sobre a matéria.“Todavia – observou – é justo perguntar-se se, no serviço ministerial, apesar do facto de o Sacramento e o carisma serem o único binário em que se realiza a Igreja, não se poderá oferecer mais espaço, mais posições de responsabilidade às mulheres”.
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PORTO DE AVEIRO

Inscrições já se encontram abertas
Colóquio:
“PORTO DE AVEIRO:
ESTRATÉGIA E FUTURO”
As inscrições para o colóquio “PORTO DE AVEIRO: ESTRATÉGIA E FUTURO” já se encontram abertas, devendo ser efectuadas através dos contactos:
Telefone 234 393 447/335/339 ou 213 973 968
Fax: 234 393 399 ou 213 973 984
Interessados em associar-se ao evento, como patrocinadores, devem contactar o e-mail marketing@portodeaveiro.pt até ao dia 8 de Março

FOTÓGRAFOS DA VIDA SELVAGEM

Na Fábrica – Centro de Ciência Viva de Aveiro vai estar patente, a partir de amanhã, dia 4 e até 25 de Junho, a exposição “Fotógrafos da Vida Selvagem 2006”. As fotos expostas resultam do mais prestigiado concurso de fotografia da natureza em todo o mundo, organizado por duas consagradas instituições britânicas – O Museu de História Natural de Londres e a revista “BBC Wildlife Magazine”.
Associando-se ao grupo de “Empresas Amigas” da Fábrica – Centro de Ciência Viva, a APA decidiu “adoptar” uma das excelentes fotos em exposição: um casal de águias-cobreiras.Este apoio permite à Fábrica – Centro de Ciência Viva ceder gratuitamente às crianças o guia pedagógico da exposição.
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Fonte.. Site do Porto de Aveiro

Um artigo de D. António Marcelino

Preocupações que são problemas da gente nova
"Há que insistir: quem hoje lida com a gente nova tem de acender os faróis máximos para não tirar luz ao que está perto, mas mostrar horizontes largos e longínquos, capazes de fascinar e impelir a ir mais longe. E assim acontece a uns que diversificam os estudos já feitos, a outros que arregaçam mangas e deitam mão a serviços que não envergonham ninguém, ainda a outros que se decidem a fazer grupo para criarem o seu mundo de trabalho e mostrar o que são capazes. Olhos abertos para a realidade e coração disponível para querer ir mais além."
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(Para ler o artigo do Bispo de Aveiro, clique aqui)

ISCRA AVANÇA COM MAIS DOIS CURSOS

ISCRA aposta na formação permanente dos agentes de pastoral
O Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro (ISCRA) iniciou o ano 2006 com uma forte aposta na Formação Permanente dos agentes de pastoral da Diocese de Aveiro.
Esta aposta centrou-se na realização de dois cursos. O primeiro, intitulado Acolhimento/Atendimento Pastoral – Cartório, Arquivo e Inventário, é dirigido a presbíteros, diáconos, religiosas e leigos, homens e mulheres, delegados pelos párocos, que desempenhem ou venham a desempenhar o serviço de atendimento e organização do Cartório paroquial.
Este curso versa sobre assuntos tão relevantes como a importância do acolhimento, as qualidades e atitudes fundamentais de quem acolhe, a organização e o momento do acolhimento, a importância do arquivo paroquial assim como a organização dos diversos processos e requerimentos estipulados para os sacramentos da Igreja e o modo como se devem elaborar os inventários artísticos e de imóveis. O curso teve o seu início a 20 de Janeiro, nas instalações do ISCRA, no edifício do Seminário Diocesano e decorrerá até ao dia 31 de Março.
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(Para ler todo o texto, clique aqui)

quinta-feira, 2 de março de 2006

HOSPITAL DOS COVÕES – 3

Hospital dos Covões:
um hospital humanizado

 Fala-se, há muitos anos, da urgência de se humanizarem os hospitais. A eventual falta de pessoal, a vários níveis, e os diversificados serviços médicos para responder aos cada vez mais pacientes talvez dificultem aos profissionais espaço e tempo para ouvir os doentes. Por isso, em alguns hospitais e noutros Serviços de Saúde já é fácil ver os Voluntários Hospitalares, gente generosa que se presta a fazer o bem, junto de quem está doente e porventura em solidão. 
Na “Cirurgia 2 Homens” do Hospital dos Covões, a enfermaria onde estive, não vi Voluntários, mas senti que todo o pessoal de serviço, médicos, enfermeiros, outros técnicos e demais profissionais, cumpria o papel dos voluntários, tal era a riqueza do seu espírito de doação, em perfeita sintonia com a especificidade das suas opções de vida. Talvez seja assim nos outros hospitais do País, porque não podemos ignorar a evolução no campo da Saúde e, o que é sumamente importante, o progresso ao nível da humanização dos hospitais. 
Hoje e aqui falo do que vi e senti no Hospital dos Covões. De facto, jamais esquecerei a capacidade técnica, a disponibilidade, a boa disposição, o carinho e a alegria de todos os profissionais com quem contactei durante 12 dias. Médicos que ouviam os doentes e que prescreviam a medicação, quantas vezes depois de trocarem impressões com colegas, na procura das melhores soluções; técnicos delicados e com arte para receber; enfermeiros sempre prontos e atentos para que nada faltasse aos pacientes; e outros servidores que tudo faziam, mostrando permanentemente boa disposição, para amenizarem o sofrimento de tantos. Vi e ouvi, quando isso foi possível (o meu problema era de ouvidos), como os enfermeiros acolhiam os que chegavam, como os ajudavam na preparação para as intervenções cirúrgicas, como os recebiam à chegada do bloco operatório. Neste caso, com que cuidados os rodeavam, os assistiam, os olhavam. E em todos vi sorrisos francos e de todos recebi palavras amigas, explicações oportunas, conselhos importantes. 
Vi a paciência com que tratavam e acompanhavam os mais idosos e mais dependentes, a serenidade com que enfrentavam as dificuldades e contrariedades que alguns pacientes provocavam ou não sabiam evitar. Vi como passavam as noites de vigília e como trabalhavam e respondiam às chamadas, quantas vezes a correr, para que tudo continuasse bem. Vi como conseguiam estar alegres e como sabiam, nas horas mais difíceis de alguns, transmitir-lhes o sentido da esperança. 

Fernando Martins

Questões da vida: questões de humanidade e cidadania

"É uma questão de cultura e não de oposição à Igreja"
D. Manuel Clemente participou nas jornadas dos Cursilhos de Cristandade (ver página 8), em Aveiro. Uma das ideias partilhadas com os participantes foi a da não confessionalização das questões da vida. “Não são questões confessionais, nem devem ser. São questões de humanidade e cidadania”, disse o bispo auxiliar de Lisboa, acrescentando que, num debate, o interlocutor pode recusar o diálogo ao confrontar-se com alguém que toma determinadas posições por definir-se como católico, mais ou menos seguindo este raciocínio: “Tu és católico, tens as tuas posições; eu não sou, tenho as minhas”. E acaba o diálogo.
Ora, aborto, clonagem, reprodução médica assistida, eutanásia, criação de embriões, entre outras, são antes de mais questões de humanidade e cidadania. E nessa base devem ser abordadas. Claro que, “se é cristão, tem razões redobradas para ser competente”, disse D. Manuel Clemente, que acedeu a responder a estas perguntas do Correio do Vouga, no final dos trabalhos.
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(Para ler a entrevista, clique Correio do Vouga)

TEATRO AVEIRENSE

125 anos de labor cultural
Os 125 anos de labor cultural do Teatro Aveirense vão ser celebrados com diversas iniciativas, ao longo de 2006. Diz a Directora Geral, Maria da Luz Nolasco, que "os 125 anos do Teatro Aveirense serão ao longo de 2006 a expressão viva e evocativa da nossa identidade e diversidade cultural". Por isso, lança o convite a todos para que participem nas mais diversas acções artísticas.
Para já, no dia 4 de Março, sábado, haverá o primeiro momento, com a participação da Filarmonia das Beiras, em noite de gala. E no dia seguinte, dia 5, no final da tarde, terá lugar no Aveirense um concerto pela secular Banda Amizade.

Um artigo de Alexandre Cruz

Sem-abrigo, porquê?

1. Sempre que o verniz estala na praça pública a sociedade inquieta-se. A realidade escondida e desumana de todos os dias em tantos subúrbios de cidades, onde a exclusão é dura realidade esquecida, coloca-se agora, de forma mais intensa pelo escândalo de casos recentes, no mapa das preocupações sociais. Todavia, ainda que nestas horas todas as reflexões de bondade venham à luz do dia, ou então nos dias e noites geladas a solidariedade seja por si capaz de mover montanhas, o certo é que a problemática social dos sem-abrigo está aí, a desafiar este mundo e sociedade da cultura, do conhecimento, da comunicação. Afinal, se não conseguirmos criar uma ambiente social mínimo de dignidade e vida capaz para todos…que lugar “justo” para tudo o resto de grandioso?!... A par das grandes cidades deste mundo, sabe-se sobejamente, caminham a existência das grandes favelas, bairros de lata, degradações, vícios, caminho repletos de sem-abrigo vagueando vida fora sem pão nem horizonte…será inevitável esta realidade? Porquê este cenário a que estamos já tão habituados que só quando rebenta a “bomba” é que nos admiramos da realidade diária? Porque, por norma ocidental, lembre-se o caso de França de há meses, o poder e o império abandonou nos bairros escuros das cidades milhares, milhões de vidas que, por incultura pessoal ou ambiente social, vão carregando o peso da degradação humana até ao limite?... 2. Não é fácil o compreender tamanha realidade, quando, até, após hábito diário, “o não fazer nada nem lutar por algo de novo e melhor” já é forma instalada de vida de muitos sem-abrigo. Todavia, ainda que pessoalmente, por circunstâncias e contextos vários a vida não tenha despertado dinamismos da construção, fará sentido perguntar: onde têm parado o mundo do poder, das instituições, do mundo intelectual (com a sua força pedagógica) diante deste grandioso desafio de “compreender” para, “servir” e “promover autonomia responsável”? O percurso da história do pensamento humano ou das grandes conquistas de invenção técnica e científica defrontam-se, hoje, talvez com este enorme desafio, que afinal, focaliza no sentido de humanidade em tudo o que se conhece. O mundo da comunicação, nos regimes de saudável liberdade, já não deixa (na generalidade) que os cancros das cidades persistam. Quer queiram quer não as instâncias de poder, os habitantes de qualquer cidade, e em qualquer parte dela, nem que seja no bairro de latas mais pobre do mundo, essas pessoas são cidadãos, pessoas, com dignidade pessoal. Este facto indesmentível e irrenunciável, consequentemente, deverá proporcionar o ir ao encontro, quanto mais cedo melhor, ajudar a curar a ferida, trazer de volta à cidade, ou pelo menos manifestar mais preocupação… 3. Um dos graves dramas dos países chamados “desenvolvidos” é que esse desenvolvimento é só para alguns, e infelizmente, em percentagens de estudo quer nacionais ou internacionais, cada vez mais é só mesmo para alguns, nas novas formas de poder económico que, tantas vezes, é uma autêntica e desumana barbárie (e não só chinesa)… Neste nosso tempo, mesmo as duras realidades não se poderão esconder. Mas também para sarar feridas de muitas décadas de vida não se tenha a pretensão de soluções à velocidade da luz. Como sempre, um dos determinantes eixos de mudança será a essencial EDUCAÇÃO. Por esta, pelo caminho de uma instrução no respeito pela diversidade cultural mas aberta a uma comum referência básica de dignidade humana, poderá ser possível uma esperança mais firme. Mas, como é claro, não serão só as boas intenções ou o decreto de papel que criará uma nova mentalidade capaz de soluções. Só no trabalho em conjugação de esforços, em rede, em parceria sensível e sensibilizante, será possível atingir actuações de autêntico serviço que crie consciência cívica, por isso sempre sem ‘bandeiras’. É esse caminho que, graças a tantos esforços conjuntos, vais estando aberto… É essa a estrada da vida, a única possível, que fermentará de tal forma no coração de todos uma vontade firme de abertura, esperança, mudança de vida. Tarefa gigante, desafio urgente, que precisa de nós mas não depende só de nós. Lembramo-nos de pelo ano 2000, os números da ONU dizerem que o mundo “produz” em cada minuto 47 novos pobres. Sem palavras estas linhas de produção do drama da desigualdade miserável… Mas, apesar de tudo, e porque é com todos que este desafio do milénio se poderá vencer, alguns sinais de uma nova consciência solidária universal vão surgindo. Quem dera, que eles se multipliquem numa linha de montagem que produza os “mínimos de dignidade humana” para cada pessoa, seja qual for o beco ou o canto da cidade em que se viva essa profunda e urgente esperança!...

quarta-feira, 1 de março de 2006

Convento das Carmelitas

PSP MUDA-SE PARA
O GOVERNO CIVIL Como foi noticiado, a PSP de Aveiro vai mudar-se para o edifício do Governo Civil por estes dias. Trata-se de uma mudança que agrada a todos, tanto à PSP como ao próprio Governador Civil. As instalações, que durante tanto tempo a PSP ocupou, já não ofereciam as melhores condições de trabalho. Ao que se diz, aquele espaço está já destinado ao Tribunal Tributário. Todos sabemos que a República nacionalizou espaços religiosos, mantendo-os ao serviço do Estado até hoje. Sem discutirmos a legitimidade dessa intervenção, que já foi fruto de amplas negociações entre os Governos de Portugal e a Igreja Católica, penso que não haveria mal nenhum em oferecer o Convento das Carmelitas, anexo à igreja do mesmo nome, à Diocese, para nele ser criado um museu que contasse a história das Carmelitas entre nós. Aqui fica a sugestão.
F.M.

HOSPITAL DOS COVÕES - 2


Homenagem ao poeta António Aleixo

Um pouco de história


A primeira impressão que o paciente regista, quando chega ao Hospital dos Covões, diz-lhe que o edifício é antigo, com traços notoriamente diferentes dos actuais Hospitais. Mas se olhar à volta, logo vê que há pavilhões novos e funcionais. Os corredores da parte mais antiga são suficientemente largos para que tudo e todos circulem sem atropelos, mas nota-se, em certas zonas, algumas correntes de ar que incomodam. Não vi isso, porém, nos novos espaços que dão enquadramento a inúmeras especialidades médicas e serviços de apoio. De qualquer forma, a parte antiga mostra sinais de arte, com pinturas e outras decorações com marcas de antiguidade, que lhe emprestam um aspecto diferente e muito bonito.
Nasceu de um projecto iniciado em 1918, mas só concluído em 1930, projecto esse que foi baptizado com o nome Escola Pró-Pátria. A iniciativa foi da Colónia Portuguesa do Brasil, ao tempo muito generosa, tendo espalhado por todo o País Escolas, Hospitais e outros edifícios de assistência e cultura. Aquela Escola destinava-se a recolher e educar os órfãos dos soldados mortos na Iª Grande Guerra, tendo a intenção de permanecer como um Asilo-Escola, espécie de "... laboratório onde a educação transformará através dos tempos as crianças pobres em trabalhadores modelo, em cidadãos exemplares", como se lê no seu historial.
Entretanto, a 5 de Fevereiro de 1931 é publicado o Decreto 19 310 em que a Assistência da Colónia Portuguesa do Brasil faz doação do seu património ao Governo Português, transformando a Escola Pró-Pátria em Sanatório Anti-tuberculoso, para indivíduos do sexo masculino. Quem entra, se olhar à esquerda, vê no jardim fronteiro um monumento simples, com uma quadra do poeta popular António Aleixo, e do lado direito um busto do médico e filantropo Bissaya Barreto, a quem Coimbra e Portugal muito devem, tal a força das causas por que lutava e os projectos em que se empenhou. Porquê a homenagem ao poeta António Aleixo?

António Aleixo nasceu em 18 de Fevereiro de 1899, em Vila Real de Santo António, e em 28 de Junho de 1943, após a morte da filha, devido a tuberculose, é internado no Hospital-Sanatório dos Covões, por sofrer da mesma doença. A sua passagem por aquele estabelecimento de saúde foi recordada com uma homenagem do Centro Hospitalar de Coimbra, em 29 de Julho de 1978, como reza a lápide. E com justiça, diga-se de passagem, porque nem sempre as pessoas simples, embora de grandes méritos, são lembradas pelas entidades oficiais e mesmo particulares. Aqui, o nosso maior poeta popular não foi esquecido.
O homem, com a simples terceira classe, que escrevia com alguns erros ortográficos, de cultura académica elementaríssima, possuía o dom de ser poeta. Foi cauteleiro e guardador de rebanhos, cantava de feira e feira e deliciava quantos o ouviam pela naturalidade com que rimava quadras carregadas de sabedoria. No monumento, modesto mas significativo, ficou registada, para quem passa, uma quadra singular, que não deixa de ser uma censura dirigida a muito boa gente dos nossos dias.
Diz assim:

Quem trabalha e mata a fome
Não come o pão de ninguém
Quem não ganha o pão que come
Come sempre o pão de alguém

Se for ao Hospital dos Covões, leia esta quadra. Se o fizer, estará a prestar, de modo muito simples, uma homenagem ao nosso maior poeta popular.

Fernando Martins

NB: Para conhecer um pouco mais António Aleixo, pode ler “Este livro que vos deixo…”