sábado, 15 de setembro de 2007

NA LINHA DA UTOPIA




Aveiro Cosmopolita


Sabemos que as potencialidades são imensas nesta bela região do país que alia o mar à ria, a serra à planície, a tradição à inovação. Já desde os tempos antigos que junto aos rios, às lagunas e ao mar, as civilizações espelharam um dinamismo especial, como que sendo a água o elemento gerador desse impulso criativo que junta a beleza estética com a eficiência do compromisso inadiável com a história. Assim foi e assim é Aveiro!
Diante do “tanto” que sempre nos falta em dinâmicas envolventes e o “muito” que esta terra já conseguiu como afirmação (lícita) de referências nacionais e internacionais, venham, pois, os turistas apreciar e multiplicar esta nossa “água cultural” por esse mundo fora. Se, muitas vezes, se diz no refrão que “o turismo é que nos pode salvar”, a verdade é que ele só na qualidade poderá triunfará.
Este verão Aveiro foi invadida pelo mundo; gente de todos os lados visitaram, estiveram, comeram, alojaram, passearam. Se a hora presente (como em tudo) será de avaliação estratégica para sempre mais e melhor envolver e realizar, também terá de ser de apreço reconhecido por quem colocou, dinamicamente, este moliceiro a andar, a Rota da Luz.
A cidade e região, que todo o ano acolhe muitos milhares de estudantes e que já é “morada” de fim-de-semana de muitos espanhóis, neste verão sentiu um novo “sinal” que muito estimula ao continuado aperfeiçoamento na qualidade de tudo aquilo que se faz. A aposta está ganha, e a sua consolidação vem a caminho! Pormenores e particularismos à parte, o cosmopolitismo de Aveiro é hoje uma “imagem” de acolhimento que enobrece a todos e a todos compromete. Por isso, também o emblema que é a Ria de Aveiro não pode esperar (na burocracia), e mesmo todas as línguas e culturas que não são turistas mas que ao longo do ano nos habitam (trabalham, com ou sem-abrigo) merecem sempre mais e melhores condições para “aprenderem a pescar”.
Se isto conseguirmos, seremos a cidade do futuro!

Alexandre Cruz


NOTA: Esta nova rubrica tem como autor Alexandre Cruz, fiel colaborador do meu blogue. Virá a lume com mais regularidade e sempre que possível. Aqui ficam os meus agradecimentos. FM



sexta-feira, 14 de setembro de 2007

CUFC comemora 20 anos

Convívio no CUFC. Foto do meu arquivo


RECORDAR É VIVER

O CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura) promove um encontro de antigos e actuais frequentadores, com o objectivo de todos reviverem agradáveis momentos de confraternização e reflexão, na perspectiva de um diálogo entre fé e cultura. O encontro, que tem por lema “Recordar é viver”, terá lugar no dia 23 de Setembro, na sede daquela instituição, a partir das 11 horas, seguindo-se a celebração de uma eucaristia de acção de graças, às 12 horas, sob a presidência de D. António Marcelino, Bispo Emérito de Aveiro. A confraternização será logo a seguir.
Os interessados em participar podem entrar em contacto com a organização, através de cufc20anos@gmail.com

Scolari errou


BEM PREGA FREI TOMÁS…


“Bem prega frei Tomás: olha para o que eu digo; não olhes para o que eu faço.” Este é um velho ditado que casa bem com o comportamento desesperado do seleccionador nacional da nossa selecção de futebol. O homem que tantos admiravam pelo seu “dedo” especial para entusiasmar jogadores e multidões de portugueses falhou redondamente no momento de um empate, que muitos consideram uma derrota, face às expectativas criadas em torno da selecção de futebol, candidata a um lugar na final do Campeonato Europeu da modalidade. Incapaz de manter a calma e de transmitir serenidade a jogadores e adeptos, agrediu ou tentou agredir um jogador adversário e foi incapaz, por manifesta falta de humildade, de pedir desculpa pelo seu gesto irreflectido, logo depois do que aconteceu. Justificou a sua atitude, alegando que agiu em defesa do jogador Quaresma.
Um treinador de futebol ou de qualquer outra modalidade desportiva, para além de conhecimentos técnicos e tácticos, tem de possuir uma dose elevada de saberes psicológicos e de capacidade de autocontrolo, factores fundamentais para a condução de homens. Sem isso, jamais saberá impor respeito, jamais poderá transmitir confiança a quem trabalha com ele, jamais conseguirá estar acima de paixões exacerbadas que perturbam a consciência, impedindo-o de dialogar com calma e de sugerir comportamentos éticos compatíveis com a dignidade do desporto e do viver em sociedade.
Scolari, que os portugueses se haviam habituado a respeitar e a acompanhar nos seus entusiasmos, falhou escandalosamente no recente jogo da selecção de futebol, com um empate que veio na sequência de resultados menos esperados, ao socar ou tentar socar um adversário, por razões inexplicáveis. O “fair-play” que tanto tem pregado, e bem, caiu desta vez ao mais baixo nível, manchando o futebol e o povo português. Afinal, com a sua reprovável atitude, ele desceu à posição impensável de outros atletas portugueses que se comportaram indecorosamente no campo de jogos, simplesmente por não saberem perder. Do seleccionador nacional se esperam, no dia-a-dia, comportamentos irrepreensíveis.
Entretanto, já de cabeça mais fria, pediu desculpas aos dirigentes federativos, ao povo português e a todo o grupo que lidera, comprometendo-se a aceitar as decisões da UEFA e da FPF. E eu espero que aquele momento menos feliz sirva de motivação para atitudes mais dignas dentro dos campos desportivos e mesmo fora deles.
Fernando Martins

Dalai Lama em Portugal


A HIPOCRISIA DA DIPLOMACIA POLÍTICA

Tenho muitas dificuldades em aceitar a hipocrisia da diplomacia política ou outra. No entanto, ela está palpável em tantos e tantos actos de políticos, para só falar desta área da sociedade em que vivemos.
Tenzin Gyatso, o XIV Dalai Lama, líder espiritual dos tibetanos e Prémio Nobel da Paz, está de visita ao nosso País, onde tem alguns seguidores. Trata-se de uma personalidade reconhecida em todo o mundo pela sua permanente defesa dos direitos humanos e pelos seus constantes apelos em favor da paz, da harmonia, do bem, da justiça e da fraternidade entre os homens e mulheres do nosso tempo. Também da tolerância e do diálogo entre pessoas, religiões e nações, numa perspectiva pacifista.
Exilado do seu país, luta, constantemente, pela libertação do seu povo e pela autonomia e autodeterminação do Tibete, nação subjugada pela tirania chinesa, que persegue o seu líder com firmeza e de forma subtil.
Esta é a segunda visita que faz a Portugal, onde chegou com o seu sorriso e com a serenidade que o caracteriza. Como seria normal, esperava-se que as mais altas individualidades do Estado, Presidente da República e Chefe do Governo, o recebessem, como têm recebido outras personalidades e como acontece noutros países.
Aquando da primeira visita, assim de verificou, embora de uma forma “politicamente correcta”, isto é, foi possível proporcionar encontros entre o Chefe de Estado e o Governo, mas fora dos salões dos palácios onde costumam ser recebidos os líderes mundiais. Desta vez, porém, nem isso foi admitido. Porquê?
Tanto quanto se sabe, porque estaria em jogo a política diplomática entre Portugal e a China, com quem o nosso País procura um relacionamento sobretudo económico e estratégico, ou não existissem portugueses em Macau e noutros recantos chineses. O Governo, que afirmou, pela voz do ministro dos Negócios Estrangeiros, que o Dalai Lama não foi recebido “por razões óbvias”, não conseguiu disfarçar o incómodo que lhe causou a presença do líder espiritual do Tibete. E com esta atitude, também não escondeu quanto pesa a hipocrisia da diplomacia política ao nível de um Governo que não é capaz de assumir a sua independência, face às pressões, directas ou indirectas, de Estados tiranos.
É sabido que a China incomoda quem não acata as suas políticas e as suas ordens. A comunicação social diz, frequentemente, como ela persegue, por exemplo, a Igreja Católica de obediência ao Papa, prendendo bispos, padres e simples crentes, apenas por rezarem e se encontrarem para estudar a Bíblia, perante a passividade e a covardia das democracias ocidentais. Portugal bem podia mostrar que é um país pequeno mas corajoso e capaz de enfrentar esse gigante, recebendo em sua casa, com toda a naturalidade, quem muito bem entende, sem medos e sem subserviências. Valha-nos, ao menos, o respeito com que o Dalai Lama foi acolhido pelo Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, e pela sua Comissão dos Negócios Estrangeiros.
Sempre estou para ver se um outro ditador e sanguinário, o presidente Robert Mugabe, do Zimbabué, será acolhido, em Portugal, com todas as honras, no quadro da presidência portuguesa da UE.

Fernando Martins

Dos ensinamentos de Dalai Lama

NÃO DEVEMOS PERDER
O RESPEITO PELAS TRADIÇÕES
DO NOSSO PAÍS


“Tal como há diferentes ambientes, há diferentes métodos. As diversas vias religiosas são como diferentes medicamentos que visam curar-nos e restabelecer a nossa saúde. Cabe ao indivíduo escolher uma tradição para fortalecer os seus valores internos. (…) É melhor e mais seguro manterem a vossa tradição porque às vezes as mudanças de fé podem causar confusão na mente. Claro que há alguns indivíduos que se interessam pelas outras tradições e acham que a abordagem budista é a que mais convém. Então óptimo! Mas não devemos perder o respeito pela tradição do nosso país de origem.”

Um artigo de D. António Marcelino

VIRTUDE INDISPENSÁVEL A QUEM SERVE Por mais que a palavra custe a ouvir e pareça ultrapassada e incómoda, esta virtude indispensável chama-se humildade. Se a humildade é a verdade, num tempo em que muito se vai construindo sobre a areia e a lama da meia verdade, quando não mesmo sobre a mentira e o mundo dos interesses, pessoais ou de grupo, a parceria indestrutível da humildade com a verdade nem é apreciada, nem querida. Todos, mas especialmente aqueles cuja vida, de modo permanente ou por um tempo, se traduz em serviço aos outros, a cada um e a todos, têm por dever cultivar a humildade, essa atitude rica que acolhe sem preconceitos, escuta com respeito, responde com serenidade, orienta com paciência, agradece com delicadeza, sorri sem fingimento, e deixa, por fim, o sabor delicioso e reconfortante do dever bem cumprido. Tudo isto é servir e servir é considerar o outro como razão de ser do nosso agir. Tudo isto é viver com horizontes abertos e largos, capazes de ajudar a vencer a tentação de confinar a sua acção à satisfação própria ou aos interesses dos amigos e conhecidos. Quem serve é um permanente aprendiz que se vai aperfeiçoando, mesmo recebendo daqueles aos quais serve. Assim vai qualificando mais o seu serviço a todos. Porém, nem todos os servidores se matricularam nesta escola. Quando impera o orgulho ou a relação se traduz por superioridade e poder, o político diz que não recebe de ninguém lições de democracia; o funcionário também não recebe lições de civismo e de educação; o jornalista entrevistador não aceita perguntas, porque se alguém se lhe contrapõe, logo diz que é entrevistador e não entrevistado; o agente da autoridade diz que é assim a lei e não há mais a explicar; o professor manda calar o aluno insistente e recorda à turma que o único que ali sabe alguma coisa é ele e mais ninguém. Até o ministro da Igreja, servidor a tempo inteiro, por vocação e missão, por vezes cansado, cai na mesma tentação e vai respondendo aos impertinentes que ripostam às exigências com considerações religiosos, que não aceita lições de Evangelho… Um mundo de gente, com esta suficiência e saber, será sempre pobre e empobrecedor. É então que ganha sentido a palavra da sabedoria popular: “Diz-me do que presumes e eu te direi o que te faz falta”. Se as relações pessoais não são mutuamente enriquecedoras, multiplicam-se as atitudes de sobranceria, despeito, juízo fácil, marginalização. E as pessoas, todas elas, ficam a valer cada vez menos aos olhos dos outros. A comunicação humilde, própria das pessoas grandes, acolhe e aproxima. A sobranceria, própria dos anões mentais, não ouve nem atende, é orgulhosa e levanta muros intransponíveis. Num clima onde escasseia a verdade, não tem lugar a humildade. Verdade e humildade são inseparáveis. O serviço respeitoso ao outro torna-se difícil, se não mesmo impossível; aumenta a cegueira pessoal e deixa de se ver hoje o que se apoiava ontem; perde-se a memória das pessoas e das coisas, e aumenta a suspeição e o espírito de concorrência. Quem ontem era indispensável, hoje é ignorado, se não mesmo detestado e incómodo; o balcão de atendimento não é mais um espaço de encontro, mas um lugar de conflito, prepotência e humilhação; na sala de aula há mais degraus de separação e distância, e tanto o ensinar como o aprender redundam em martírio diário; o espaço religioso ou sagrado deixa de ser um lugar onde todos se sentem acolhidos por igual, para se tornar espaço delimitado e mais só de alguns, não vislumbra o rosto acolhedor de um Deus que é Pai de todos e não distingue raça, língua ou cor. Quem serve não é pessoa para complicar, mas para a facilitar. Mais ainda se serve gente sem nome nem rosto, mas com dignidade a respeitar e direitos a reconhecer. É então que o serviço se torna honra e a humildade grandeza.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Os meus contos

A CAMA NOVA Numa tarde quente, quase no final do ano lectivo, o Zé Carlos convidou-me para ir até sua casa. As aulas tinham terminado há pouco, com o professor algo perturbado, contra o que era costume, pela falta de estudo da malta da quarta classe. Falta de estudo não seria, mas a verdade é que as respostas certas às perguntas do mestre sobre Geografia de Portugal não saíam, naquele dia, como ele gostaria. A exigência de saber de cor as linhas férreas e de conhecer, de forma papagueada, os rios do continente, das ilhas e colónias, entre outros saberes alusivos aos territórios pátrios, que na altura se estendiam pelos quatro cantos do mundo, como apregoavam os políticos, deixava os alunos um pouco baralhados. Por vezes, ficavam bloqueados, com a boca incapaz de dizer coisa com coisa. O cérebro como que adormecia, talvez cansado, quando o professor ficava zangado. Na sua óptica, havia alunos que não estudavam o suficiente, de forma a fazerem boa figura nos exames finais. Mestre que se prezasse queria que os seus discípulos soubessem tudo o que lhes ensinava, mesmo para além dos programas. Por que diabo haviam de saber, de cor e salteado, tantas coisas das várias regiões do País, que, eventualmente, nunca visitariam? E para quê tais conhecimentos, se a vida de então, para a maioria, nada teria a ver, no dia-a-dia, com esses temas? Era o que se dizia à boca cheia nessa altura, com certeza sem razão, porque “o saber não ocupa lugar”, lembravam outros. O Zé Carlos tinha sido, naquele dia, um mártir. À mais pequena hesitação, lá vinham os berros do mestre e logo a seguir as reguadas da praxe. Reguadas, sim, porque, como então se pregava, em casa, na catequese, na escola e na oficina, “quem dá o pão dá o castigo”. Os saberes, está bem de ver, eram alimento do crescimento cultural. Pão amargo que muitos rejeitaram, quedando-se, teimosamente, num analfabetismo atroz, que marcou algumas crianças e jovens de famílias sem posses e sem ajudas para vencerem barreiras, seguindo por caminhos menos agrestes. Certamente por esse dia menos feliz, o Zé Carlos desejou mostrar-me que há vida e alegria para além da escola. Por isso o convite para que o acompanhasse ao seu novo quarto, que o era de todos os irmãos, como me foi dizendo. E lá fomos. Pelo caminho ainda houve tempo para dar uns pontapés na bola, feita de uma meia gasta pelo uso e cheia de trapos. Não faltava quem tivesse habilidade para a fazer bem redondinha, não fosse ela enganar alguém com os ressaltos irregulares no campo, que era a rua principal da aldeia. Poucos automóveis interrompiam as jogadas ou os remates à baliza. Como “postes”, duas simples pedras que diziam, sem dúvidas, quando era golo e quando não era. O tio Xico, homem prudente, lá foi dizendo que era preciso cuidado, porque a bola podia enganar-se e partir os vidros da casa vizinha. Também podia aparecer, de repente, um automóvel e acontecer algum acidente grave. Mas não. Que me lembre, nunca se feriu ninguém, que o treino e a perspicácia da meninice sabia reagir a tempo. Mas vidros partidos, lá isso houve, o que provocava ralhetes e mais ralhetes, com os pais a pagarem os prejuízos e os filhos a serem severamente castigados, para que aprendessem a comportar-se como gente responsável. Chegámos a casa do meu amigo sem pressas. Casa de lavradores que viviam do que produziam em campos magros. O Zé Carlos e os irmãos, mais velhos do que ele, não mostravam ares de quem passa fome. Eram até bem constituídos fisicamente, sinal de que o caldo das refeições era bem adubado. Depois, nunca faltava a boroa com conduto, que o porco cevado ao natural oferecia para quase todo o ano. No centro do pátio, com o recanto da estrumeira a marcar presença malcheirosa, debicavam galinhas com um galo a comandar as operações. Alfaias agrícolas dormitavam à volta, à espera de vez para se aplicarem nos campos. Do lado direito, com a porta bem aberta, por onde entravam e saíam moscas e mais moscas, o curral das vacas dava nas vistas. Por ali nos quedámos a conversar sobre tudo e sobre nada. Veio à baila a vida da escola naquele dia. “Nem me fales disso” – retorquiu o Zé Carlos. “Amanhã o professor está mais mansinho”, adiantei eu, que já tinha percebido os hábitos do velho mestre que todos respeitávamos, afinal. – Então quando é que vamos ver o teu quarto novo? – questionei o meu amigo. – Vamos lá! – disse ele, com ar de alegria incontida. Zé Carlos encaminha-se para o curral onde duas vacas leiteiras ruminavam erva verdinha, decerto apanhada há pouco. Belos animais que trabalhavam no duro nas tarefas agrícolas, enquanto garantiam, de manhã e ao fim do dia, leite para uso da casa, algum, e para vender, o restante. Esta era uma fonte de rendimento a ter em conta. O meu amigo, já esquecido da escola, aponta-me uma tarimba, feita de tábuas algo irregulares. Sobre ela, palha de centeio, com uma manta de tiras a servir de lençol. Depois, à espera de quem nela se deitasse, estava outra manta, mais escura. Perante o meu silêncio, de espanto e incredulidade, o Zé Carlos foi falando, valorizando o trabalho do pai, que quis oferecer aos filhos um espaço amplo para dormirem à vontade. E sublinhou: – Eu e os meus irmãos vamos estrear hoje esta cama nova! Fernando Martins

Um artigo de António Rego

CAPITAL DA UNIDADE Sibiu é uma pequena cidade da Roménia. A 300 quilómetros e 5 horas de carro de Bucareste, é um verdadeiro encanto na sua Praça Central, na imponente Catedral Católica, nas Igrejas Ortodoxas de um esplendor encantatório. É a Capital Europeia da Cultura 2007. Uma enorme tenda se ergueu para receber 2500 ilustres convidados: delegados de diferentes Igrejas Cristãs. Foi a III Conferência Ecuménica Europeia. Perdido na multidão, um grupo de portugueses de diferentes confissões religiosas. A Pátria e a língua comum geraram um diálogo e afecto para além de todas as diferenças religiosas. E no encontro fraterno surgem perguntas, umas expressas, outras dos silêncios: porquê, afinal, cristãos do mesmo Cristo se foram dividindo no tempo e criando, em cada grupo, tradições que tornavam quase irreversível a divisão. Com o desejo de unidade, a oração pela unidade, o respeito pela diferença, a riqueza espiritual de todos, a vontade "de que todos sejam um" e, todavia o escândalo da divisão. A palavra Ecumenismo tem aqui um sabor de unidade pedida por Cristo em respeito pelas diferentes expressões e identidades. De tal modo que ninguém tem o direito de se armar em dono da verdade. A verdade existe mas não é objecto de arremesso ou rejeição de quem quer que seja. Exige uma aproximação humilde, urgindo como diante da Sarça Ardente que quem dela se aproxime descalce as sandálias. Não passará tudo isto de um velho sonho, ou utopia, ou duma oração de Janeiro, passageira como o afecto solto e inconsistente? O caminho é longo, a viagem de regresso mais penosa que a da partida para redutos estreitos. Mas há passos dados e foi interessante ouvir no grupo português que desde a primeira sessão houve muitos gestos, iniciativas, aproximações e luzes entre jovens e adultos que se habituaram a conviver, rezar, sonhar juntos, apegados ao Evangelho sem perder de vista o Senhor da unidade. Sibiu multiplicou estes testemunhos por mil, num profundo respeito pelas diferenças e numa alegria imensa pelos passos já dados em nome do mesmo Senhor: Jesus. E agora, perguntam: Como se conta tudo isto ao mundo inteiro? Como partilhar esta experiência que empurra para a transformação dos corações? Ecumenismo é mais que uma doutrina rígida ou uma tolerância oca. É um olhar de fé sobre o que nos une e separa. Sabendo que somos pedras ínfimas de um monumento a construir todos os dias.

Figueira da Foz: Abadias


ROTUNDA DO CENTENÁRIO

Um século de cidade – Uma cidade para o futuro
20-9-1882 – 20-9-1982

Erigido por subscrição pública
::
NOTA: Ao passar por monumentos, será sempre importante ler o que neles, normalmente, está escrito. Ficamos sempre a saber qualquer coisa, ou recordamos o que anda perdido na memória.

D. Ximenes Belo em Ílhavo

TERRORISTAS TÊM DE SE EDUCAR
PARA A DEMOCRACIA
E PARA A TOLERÂNCIA
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D. Ximenes Belo disse ontem em Ílhavo, no aniversário da Biblioteca Municipal, que o processo de paz em Timor está intimamente ligado à educação. Falou da tolerância e acrescentou: “Estamos a trabalhar na instrução, no desenvolvimento humano e na justiça social. Os muçulmanos estão zangados com o Ocidente, porque talvez ao longo da história tenham sido tidos em pouca consideração. Por isso há um certo ódio. Saibamos fornecer instrumentos para que os terroristas se eduquem para a democracia e para a tolerância” Fonte: Rádio Terra Nova

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

RECORDANDO - CALDEIRADAS DO ZEZÉ


Até ao fim do mês, alguns restaurantes da Figueira da Foz vão promover a caldeirada, numa perspectiva turística digna de louvar. É sempre importante divulgar e oferecer aos visitantes o que as terras têm de bom. Ainda não fui provar e saborear, este ano, as caldeiradas da Figueira da Foz e sua região, mas não perderei a oportunidade, se Deus quiser. 
Com o anúncio da promoção das caldeiradas típicas desta estância balnear, vieram à minha memória as célebres caldeiradas de enguias do ZEZÉ, na Gafanha da Nazaré. Eram famosas e penso que ainda mantêm a posição das melhores caldeiradas da zona, com as suas características próprias, muito bem aperfeiçoadas pelo senhor ZEZÉ. 
Homem do povo, um gafanhão de gema, soube, com arte, recriar a caldeirada dos seus antepassados. Fazia-a à vista de toda a gente, com a porta da cozinha aberta. O segredo, como ele me dizia, estava no molho. Ele chamava a esse molho a “moira”. Na minha juventude, enquanto dirigente do Grupo Desportivo da Gafanha, fui ao seu restaurante inúmeras vezes. Restaurante modesto, mas muito limpo, onde o mais importante era o convívio e a sua caldeirada. 
Depois dos jogos de futebol amador, no campo do Forte, as equipas intervenientes nas disputas regionais tinham como único prémio uma caldeirada. Era o possível, mas sempre do agrado dos jogadores e dirigentes. Então, depois dos jogos, para lá íamos todos, para saborear a caldeirada à discrição. Também bem regada, com vinho da pipa. 
Muitas vezes assisti à confecção da caldeirada de enguias. Enguias, batatas cortadas às rodelas finas, cebolas, salsa, louro, “pó de enguia” e demais condimentos. Mas o segredo, como disse, estava no molho, feito previamente numa caçarola. Adicionava-se-lhe, depois, água da cozedura. 
Posta a caldeirada nas travessas, lá vinha o meu amigo ZEZÉ com “a moira” e com uma colher grande, para regar a caldeirada. Um dia virou-se para mim e segredou-me, com um sorriso enigmático: “Amigo Fernando, o segredo está aqui.” E estava. 
Pelo País, nunca mais comi caldeiradas como as do meu amigo ZEZÉ. Há por aí muitas caldeiradas agradáveis, mas como as dele, as que ele temperava com a sua própria mão, no meio da azáfama da sua cozinha, nunca mais. É certo, porém, que os seus herdeiros souberam captar o segredo e a magia de fazer uma boa caldeirada para os tempos de hoje. É o que nos vale! 

Fernando Martins

Exposição de fotografia

Na Figueira da Foz, fotografias de Caló
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“CHAPÉUS”
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Todos sabemos que chapéus há muitos. Já o dizia o grande comediante Vasco Santana, num conhecido filme popular.
Pegando, com arte, nessa verdade, que passa despercebida a muita gente, Carlos Jorge Monteiro, conhecido artisticamente por Caló, fotografou inúmeras cabeças com os mais variados chapéus a emoldurarem rostos bem expressivos. Alguns retratados são conhecidos. Outros nem tanto. Mas de todos sobressaem estilos, épocas, situações, gostos.
Ver esta exposição, no CAE (Centro de Artes e Espectáculos), Figueira da Foz, até ao dia 19 de Setembro, é descobrir motivações para estarmos mais atentos ao que nos rodeia. A partir dela, ou simplesmente a partir desta sugestão, podemos começar à procura dos chapéus que muitos de nós usamos. No dia-a-dia ou em dias especiais. Ver como são diversos os gostos. Como há motivos para chapéus diferentes. Como há gente de bom gosto e como há quem opte por chapéus ridículos, ou talvez não. E depois, vamos todos à procura de outros motivos, ligados ao que vestimos ou usamos, para descobrir modas, estilos, vaidades, descontracções, necessidades, gostos e desgostos.

Um artigo de Anselmo Borges, no DN

EDUARDO PRADO COELHO:
O ATEU E O CARDEAL
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Aquestão da morte começa por ser a dos outros, para depois passar a ser a da nossa própria morte", tinha dito recentemente Eduardo Prado Coelho. É isso: um belo dia, a morte chega, parte-se, e o mistério todo é que ninguém deixa endereço.
Sobre Eduardo Prado Coelho já muitos falaram. Aqui, fica apenas uma breve referência aos Diálogos sobre a Fé, troca de cartas públicas com o cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, por iniciativa do Diário de Notícias.
O próprio patriarca referiu, no dia da morte, a "elevação" do diálogo e como lhe notou, nalgumas passagens da troca epistolar, "uma quase incomodidade pelo fato que estava a vestir, digamos assim, o fato de ateu ou agnóstico militante".
Seria Eduardo Prado Coelho ateu? O que é que isso quer dizer? Ainda é ateu quem diz que inveja "aqueles que têm a evidência de uma fé"? A ele só lhe foi dado "sentir, ou pensar, ou desejar o excesso de algo que no sensível não é apenas sensível". Isso é a experiência estética. Mas não está essa experiência próxima da experiência religiosa no encontro com o Sagrado?
O patriarca lembrou que "acreditar significa confiar totalmente em Alguém e encontrar nessa confiança fonte de uma firmeza que dá segurança à existência.", abrindo ao sentido último, pois não é possível acreditar em Deus sem acreditar na vida eterna: "Deus é o nossa terra prometida. Ele será, para nós, o paraíso."
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Leia mais no DN

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

O caso de Madeleine

Mentalidades doentias e volúveis Há comportamentos difíceis de compreender. O povo, de quem se diz que tem sempre razão, mostra com frequência quão errada está esta velha máxima. Nem sempre tem razão. E frequentemente mostra quanto é injusto e até inconveniente. Quando a Madeleine desapareceu da casa de férias em que ficou a dormir, enquanto os pais jantavam num restaurante perto, toda a gente, compreensivelmente, se mostrou solidária com a dor dos pais, manifestando essa solidariedade de forma muito carinhosa. À sua passagem pelas ruas da povoação onde passavam férias, ouviam-se e viam-se palmas, associadas a gestos de apoio. Hoje, quando a mãe da criança se dirigia para a sede da Polícia Judiciária, onde está a prestar declarações, foi apupada. É natural que alguns dos que antes a apoiaram a estejam agora a apupar, condenando-a mesmo antes de qualquer tribunal o fazer. Sempre se costuma dizer que qualquer pessoa tem de se presumir inocente até provas concludentes em contrário. Que se saiba, os pais da menina desaparecida ou assassinada ainda nem sequer foram acusados de qualquer crime. Mas as pessoas, muitas delas volúveis e de mentalidades doentias, não estão com meias medidas e já “descobriram” quem foram os criminosos. Isto leva-me a concluir que este mundo é por vezes muito injusto. Quem nos aplaude hoje pode amanhã condenar-nos sem dó nem piedade, mesmo sem razões aparentes ou reais.
Fernando Martins

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 40

A GALERIA MALDITA Caríssima/o: Logo ali ao lado fica S. João da Madeira e nós aproveitamos para espreitar o fervilhar das fábricas de calçado. Tudo é diferente dos nossos sapateiros que à segunda-feira fazem folga – dizem que vão comprar os materiais de que necessitam durante a semana. O calçado não era muito e a regra era o pé-descalço... Como seria a vida desses trabalhadores à espera de calçado para remendar... e depois à espera da paga semanas e semanas a eito. Será que ainda alguém se lembra do nome de algum desses heróis e de alguma façanha ouvida nas sua pequena oficina? Acompanhemos as nossas crianças que vão ali adiante e, entretanto, ouçamos esta com os devidos cuidados: «Discretamente, João da Silva Correia realizou a sua obra literária em S. João da Madeira. O seu romance Unhas Negras é enquadrável na corrente neo-realista. Eis uma lenda sanjoanense que ele fixou em 1942: “A muitas braças de fundo, por légua farta de comprido, da Torre de Santo Estêvão ao Castelo da Feira, estende-se uma galeria subterrânea de sólida arcadura, que ao lado do castelo desemboca na cisterna de mais de dez pisos, e do lado da torre vem desembocar num poço aberto abaixo do pavimento, a todo o redondo do edifício, ignorada sob grandes lajes que a terra agora sobrepõe, e a cuja abertura, descoberta e descensão nunca cristão se aventurou, tão certo como o mundo ser mundo ficar lá o alvissareiro, verdade como é estar a galeria pejada de moiros encantados, presos ao antro escuso por artes de Satanás. Andava acesa a luta entre a gente lusa e os filhos do Islão. Por coutos e morgadios, arregimentava a cristandade apavorada pronta a jogar a sua sorte, frente à cimitarra sarracena. Os infiéis infestavam campos e serra, e ai de pastor que se arriscasse mais de meia légua fora dos muros. Nem mais notícias do triste nem do seu rebanho. De manhã à noite, a horda selvagem arrecadava o sementio e incendiava o casal. E se se aceitava combate, como praga de gafanhotos, a moirama formava diabólicos esquadrões que tudo devastavam – pessoas e bens. Por toda a Lusitânia a hoste sarracena firmava sua lenda de terror; e em capelas monásticas e humildes presbitérios, entronizava-se, entre luzes sem conta, o Senhor Sacramentado, para que aos pés da Benta Custódia, pudessem ajoelhar-se quantos, desde o pegureiro ao senhor de linhagem, acudiam em massa a abrigar-se à sombra da Cruz. Terras de Santa Maria em fora, também os infiéis faziam suas corridas devastadoras, mas aqui, tão depressa estavam a arremessar das ameias do castelo, como a arremeter em campo raso, a sul, saídos da galeria maldita, em Santo Estêvão, mais numerosos e lestos do que formigas de formigueiro. O castelo subsiste, a Torre de Santo Estêvão subsiste também; só a galeria jaz entaipada de ambos os lados por lajes que mãos misteriosas colocaram. Mas ainda hoje, desde termos de Escarigo a confins da Venda Nova, santas velhinhas de cabelos da cor do linho, porfiam à lareira, diante de netos estarrecidos, que, muitas vezes, em noites selvagens de negridão e temporal desabrido, ao bater das doze badaladas da meia-noite no campanário da Arrifana – quantas almas penadas gemem nos pinhais e cães aterrados uivam pelos guinchosos – e se vê lá longe, à roda da Torre de Santo Estêvão, farândola de luzes errantes em número incomensurável que vai aumentando... aumentando... até escorrer em caudal para o vale, para as bandas de Mosteirô. São almas penadas de infiéis punidos sem remissão por Deus Nosso Senhor, que ao mundo assomam, deste modo, em badanal de maldição, condenadas ao antro maldito da galeria escusa, cavada a muitas braças de fundo, entre o Castelo da Feira e a Torre de Santo Estêvão.»[V. M., 240] Manuel
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NOTA: Por motivo de ausência, durante uns dias, aqui fica já esta rubrica do meu colaborador e amigo Manuel, não vá dar-se o caso de não conseguir Net no domingo.

No Forte da Barra


FESTAS EM HONRA
DE NOSSA SENHORA DOS NAVEGANTES

Como manda a tradição, vai realizar-se, no Forte da Barra, no dia 16 de Setembro, a festa em honra de Nossa Senhora dos Navegantes, uma iniciativa do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré.
No sábado, 15, no Stella Maris, será celebrada a missa vespertina, pelas 21 horas, sob a presidência do Bispo de Aveiro, D. António Francisco.
O programa da festa inclui, para domingo, a procissão pela Ria, com saída do Stella Maris, pelas 14 horas, estando prevista a chegada, ao Forte da Barra, pelas 16.30 horas, seguindo-se a celebração da eucaristia. Depois, actuará a Filarmónica Gafanhense, começando logo a seguir, pelas 18.30 horas, o Festival de Folclore.
Neste Festival, actuarão o Grupo Folclórico e Recreativo de Tabuado, Guimarães; Rancho Folclórico Camponeses da Beira-Ria, Murtosa; Rancho Folclórico da Ribeira, Ovar; e Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré.
A organização convida, em especial para a procissão pela Ria, todos os que possuem embarcações de pesca, recreio e turismo, entre outras.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

ADMIRÁVEIS PROFESSORES



Todas as profissões socialmente úteis são importantes, mas uma das mais admiráveis é sem dúvida a de professor(a). Todos nos lembramos com especial afecto de um(a) ou outro(a) professor(a) que nos marcou. George Steiner, grande professor e ensaísta, dedica um capítulo da sua autobiografia aos seus mestres.
Começa assim: “Tive sorte com os meus professores. Conseguiram convencer-me de que, no seu melhor, a relação entre professor e aluno é a realização de uma alegoria do amor desinteressado” (George Steiner, “Errata: Revisões de Uma Vida”, Ed. Relógio D’Água). E dedica outra obra às relações complexas de poder, confiança e paixão entre o mestre e o discípulo. “As lições dos Mestres”, assim se chama o livro (Ed. Gradiva), sobre o qual pairam as figuras de Sócrates e Jesus, “mestres carismáticos que não deixaram obra escrita nem fundaram escolas”, mas determinaram a linguagem educativa. 
A estas referências, neste início de ano lectivo, gostava de juntar o filme-documentário “Ser e Ter”, de Nicolas Philibert (está nos clubes de vídeo e à venda em DVD). Aborda o trabalho do professor Georges Lopez, prestes a alcançar a reforma, numa escola primária da França profunda, onde tem uma turma de treze crianças, de idades entre os 4 e os 10 anos. A atitude do professor Lopez, feita de sensibilidade e compreensão, ensinando matemática a uns, as primeiras letras a outros, ou culinária a todos, é verdadeiramente inspiradora. Um filme para admirar mais os professores e, quem sabe, inspirar quem, no meio da instabilidade, duvida da sua missão.

 J.P.F.
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Fonte: Correio do Vouga

Liberdade Religiosa

Assumidamente gnóstico,
Soares reconhece importância das religiões
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Mário Soares
toma posse
na Comissão
da Liberdade Religiosa






O ex-presidente da República reconhece a importância da religião e das instituições religiosas no mundo conturbado, “onde o fenómeno religioso retomou uma grande importância”. Mário Soares afirmou-se republicano e laico e por isso, “a favor da separação do Estado das Igrejas, como a lei indica, mas tenho um grande respeito por todas as formas de liberdade, assim como pela Concordata que existe entre a República Portuguesa e a Santa Sé”.
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Efeméride


6 de SETEMBRO DE 1863
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CAPELA DE NOSSA SENHORA
DOS NAVEGANTES
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Foi benzida, no sítio chamado Forte da Barra de Aveiro, a capela de Nossa Senhora dos Navegantes, cuja construção terminara em fins de Maio de 1863. Completa hoje, portanto, 144 anos de serviço ao culto.
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Fonte: "Calendário Histórico de Aveiro"

Um artigo de D. António Marcelino


DEGRADAÇÃO GRAVE,
CADA VEZ MAIS PERIGOSA


Uma semana com notícias, reportagens, entrevistas, clamores e lamentações, sobre um caso recente ocorrido no Porto, trazendo à memória outros dos mesmos ambientes. Um empresário da vida nocturna, quarenta e dois anos, baleado às duas da manhã, junto de uma das suas casas de diversão. Disseram os jornais que ele começara nesta vida como segurança, estava riquíssimo, várias casas deste negócio, automóveis dos mais caros e que até recorria a avião alugado para ver no estrangeiro os jogos do seu clube… Um empresário de sucesso! Um outro do mesmo ramo lamentou o sucedido, e foi dizendo que a morte começou pelos seguranças, já chegou aos empresários, amanhã serão os clientes… “É precisa mais polícia a vigiar estes lugares”, grita-se por aí.
Também se noticiou que “Apenas 12 dos 156 (!) estabelecimentos do Grande Porto têm protecção de empresas de segurança legalizadas”e que, “numa zona da cidade onde há dez mega-espaços de diversão nocturna, só três deles estão legalizados”(!).
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Leia todo o artigo em CV