terça-feira, 9 de setembro de 2008

Jornadas Nacionais da Comunicação Social

FÁTIMA – 25 e 26 de Setembro
O EVANGELHO DIGITAL A criação continua e Deus não deixa de se “inscrever”na história dos homens. A Igreja, pela palavra e pelo testemunho, vai traduzindo esse registo de todos os tempos – tradição oral, palavra reverberada no eco das culturas e civilizações, escrita, biblos, cartas, actos e apocalipses, mensagens, encíclicas, notícias, bytes, pixeis, em todos os módulos, – vem repetindo oportuna e inoportunamente esse anúncio, entrecruzado na história quotidiana do homem e da salvação. Este é o nosso tempo. A nossa vez. Na auto-estrada da informação, no metálico da informática, nos numéricos entre zero e infinito, como vamos dizendo Deus, Verbo, Jesus, Salvador, transcendência, dentro de todas as formas que o nosso mundo tem de se aproximar e afastar de Deus? Como fazemos esse percurso? Como tocamos a Internet com o olhar e o dedo de Deus? Como difundimos a Boa Nova? Como fazemos os nossos portais, jornais, informações, desenhos, animações, vídeos? Que avaliação humilde e corajosa fazemos do nosso trabalho ou do nosso distanciamento face ao EVANGELHO DIGITAL?
Fonte: Ecclesia

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

JARDIM COM GENTE

Ontem, domingo à tarde, passei pelo Jardim Oudinot para a caminhada higiénica. Gostei do que vi. A relva dá sinais de que está para ficar, o dia estava lindo e havia muita gente a desfrutar o ambiente. E algumas famílias, talvez lembrando outros tempos, ainda estavam de mesa posta e à volta dela. O almoço, pelo que me disseram, foi por ali. Com abrigos por causa de eventuais ventos e com tachos à vista. Também não faltaram famílias com crianças que davam asas à sua alegria de viver. O navio-museu Santo André tinha visitantes e barcos de recreio e motos d’água tentavam bater recordes de velocidade na ria. O parque geriátrico tinha mais juventude que terceira idade. Os campos de jogos estavam ocupados. Tudo animado. Ainda bem.
Nota: Clicar nas fotos para ampliar

Homenagem ao Padre Domingos Rebelo

Padre Miguel com um grupo de senhoras da primeira hora
do Movimento na Gafanha da Nazaré
Há pessoas que têm o dom especial de saber recordar acontecimentos relevantes das suas vidas e das vidas de quem lhes está próximo. O Padre Miguel Lencastre, que foi prior da Gafanha da Nazaré, é uma dessas pessoas. Radicado no Brasil, onde exerce o seu múnus sacerdotal, como Padre de Schoenstatt, esteve em Portugal uns tempos, continuando a sua acção pastoral, junto de amigos e de comunidades de alguma forma ligadas ao Movimento Apostólico de Schoenstatt. 


Jovens mostram a imagem da Mãe
Hoje, por sua iniciativa, foi prestada uma homenagem, simples mas significativa, ao Padre Domingos Rebelo, falecido em 21 de Outubro de 2007, como neste meu espaço na altura referi. Na Murtosa, de onde era natural o Padre Domingos, a família do saudoso sacerdote entregou um quadro da Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, às Irmãs de Maria, do santuário da Gafanha da Nazaré, cumprindo a sua vontade. 
Nossa Senhora, evocada sob aquele nome, é venerada um pouco por todo o mundo, em santuários que são uma réplica, fiel, do original, que existe na Alemanha, na cidade que deu o nome àquele Movimento Apostólico. 
A imagem tem um valor histórico e, por isso, simbólico, pois foi diante dela que o Padre Domingos consagrou a paróquia da Gafanha da Nazaré, de que foi prior durante 18 anos, a Nossa Senhora. A partir dessa decisão, o Movimento de Schoenstatt nasceu nesta paróquia, alargando-se, depois, a algumas terras da Diocese de Aveiro e de outras dioceses. 
Mais tarde, o Santuário de Schoenstatt foi elevado à categoria de santuário diocesano. E à sombra dele, de Nossa Senhora e dos ensinamentos do Fundador, Padre José Kentenich, promove-se uma espiritualidade que procura chegar a todas as fases etárias da vida das pessoas, tendo por objectivos a construção dum homem novo para uma nova sociedade. 
Para além da evocação que fez do Padre Domingos, o Padre Miguel Lencastre falou da importância do testemunho do homenageado e da força das alianças, mas também do primeiro grupo de jovens que, em Julho de 1961, fez a Aliança de Amor com Nossa Senhora, na Gafanha da Nazaré. A imagem de Nossa Senhora de Schoenstatt fica agora no Santuário da Gafanha da Nazaré, também ao cuidado da Juventude, em quem se depositam muitas esperanças, para que o Movimento de Schoenstatt continue a crescer.

FM

domingo, 7 de setembro de 2008

"Sentidos de Estado", na Figueira da Foz

Palácio Sotto Maior recebe património da Presidência da República
Um familiar meu, que sabe quanto aprecio arte, foi ontem visitar a exposição patente no palácio Sotto Maior, na Figueira da Foz, com peças, as mais variadas, oferecidas aos nossos Presidentes da República. Não me trouxe fotos, mas sublinhou que vale a pena passar por lá, apesar de se tratar de uma mostra pequena. Vi, entretanto, o Rotativas, da jornalista Maria João Carvalho, que faz uma referência à mesma exposição, que pode ser vista até 5 de Outubro.
O Museu saiu à rua. A exposição “Sentidos de Estado” no palácio Sotto Maior, na Figueira da Foz, mostra o valioso património histórico e cultural associado à Presidência da República e à residência oficial do Presidente.
São cerca de 200 peças em oiro, prata e materiais semipreciosos, porcelanas, pinturas e esculturas.
In Rotativas

Surpresa Agradável

Ontem tive uma surpresa agradável. Um amigo, que não vejo há muitos anos, contactou-me pelo telemóvel. Uma meia hora depois, porque era preciso conversar mais, o contacto continuou através do telefone fixo. Para podermos falar com calma e com tempo. E no fim, ficou combinado um encontro para retomarmos o desfiar de recordações, olhos nos olhos. Porque continuamos sem nos ver. A vida, com o corre-corre alucinante de todos os dias, tem destas coisas. As amizades, partilhadas em projectos e ideais comuns, podem ficar na arca do esquecimento. Incompreensivelmente. Os anos passam e as boas recordações, as tais que têm a amizade como ponto de referência, começam a diluir-se e a acomodar-se nas sombras da memória. Até quase ficarem petrificadas. É certo que, com frequência, espreitam à janela do consciente muitos desses amigos, com gestos e atitudes, sorrisos e gargalhadas, que constituíram o substrato de cumplicidades que nos marcaram para a vida. Mas nem assim, porque alguns comodismos típicos da idade nos limitam a coragem, conseguimos dar o salto para os encontros sonhados. Ontem, o Horácio foi o corajoso. Um abraço…
Fernando Martins

Senhora dos Navegantes no Forte da Barra - 2

2 – Capela de Nossa Senhora dos Navegantes A capelinha de Nossa Senhora dos Navegantes é, sem dúvida, o mais antigo templo católico das paróquias da península da Gafanha. Sobre ela, diz o Padre João Vieira Rezende, na sua “Monografia da Gafanha”: “No Forte, freguesia da Gafanha da Nazaré, começou a ser construída em 3 de Dezembro de 1863 a capela de Nossa Senhora dos Navegantes, sob a direcção do exímio engenheiro Silvério Pereira da Silva, a expensas dos Pilotos da Barra, sendo então piloto-mor um tal senhor Sousa. Custou 400$000 réis. Na parede está fixada uma lápide que diz: «Património do Estado». Há de interessante e invulgar nesta capela as suas paredes ameadas e a ombreira da porta principal, de pedra de Ançã, lavrada em espiral com arco em ogiva. Celebra-se a sua festa na última segunda-feira de Setembro com enorme concorrência de forasteiros das Gafanhas, de Ílhavo, Aveiro e Bairrada. Nesse dia Aveiro é um deserto por se terem deslocado para ali muitos dos seus habitantes. A procissão ao sair do templo segue por sobre o molhe da Barra e regressa pela estrada sul que vem do farol. A festa é promovida pela Junta Autónoma da Barra.” Tanto quanto se sabe, o templo mantém com rigor a traça original, apesar das obras de restauro e conservação por que tem passado. Pequenina, a capela ali está inserida, e bem, no complexo portuário que entretanto foi nascendo e se desenvolveu, dando, presentemente, sinais de que vai crescer ainda mais. A Senhora dos Navegantes, que os nossos pescadores e mareantes tanto veneraram nos tempos dos nossos avós, não deixará, contudo, com a sua ternura de Mãe, de velar por quantos sulcam as águas do mar, não já na Faina Maior, que o bacalhau que comemos já é mais importado do que pescado pelos portugueses, mas sobretudo nos transportes marítimos e na pesca costeira. Do texto do Padre Rezende, registamos, como ponto de partida para uma análise mais profunda, o pormenor, significativo, da construção da capela ter sido iniciativa dos Pilotos da Barra e a expensas suas, não se sabendo se houve, ou não, qualquer pedido ou sugestão das populações, entidades eclesiásticas, políticas ou autárquicas. Seria curioso saber se o piloto-mor, o tal senhor Sousa, era pessoa da nossa região e ligada à Igreja. Por outro lado, seria bom descobrir-se como apareceu aqui a devoção a Nossa Senhora dos Navegantes, como se escolheu a imagem e quem deu a ideia para a expressão do rosto. Teria sido tudo trabalho do piloto-mor? O facto de as paredes do templo serem ameadas prende-se, compreensivelmente, à existência do Forte Novo ou Castelo da Gafanha, numa certa homenagem à defesa da zona das investidas por via marítima dos inimigos da Pátria.
Fernando Martins

Eça de Queiroz na Costa Nova

Às vezes, dá-me para isto: Mostrar que pela nossa terra passaram grandes vultos, que deixaram marcas disso mesmo. Nem sempre, porém, tenho a disponibilidade para procurar esses registos. Mas os meus amigos podem dar uma ajuda... Fico à espera de textos e fotos.
FM Mais Eça na Costa Nova. Leia aqui

GAFANHA DA NAZARÉ: PINTURA NA OP ART

REGISTOS DE MÁRIO SILVA
Na Galeria OP ART, mais voltada para a arte contemporânea, está patente ao público uma exposição de pintura do artista Mário Silva. São XLVI Registos Pictóricos que podem ser apreciados até 30 de Setembro, de segunda a sábado, das 9.30 horas às 12.30 e das 15 às 19 horas. Porque nem sempre temos exposições de nível entre nós, esta é uma excelente mostra para quem gosta de arte de pintores dos nossos dias.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 93

A MATEMÁTICA
Caríssima/o: Hoje abre-se diante de nós um grande mundo: o da polémica! Contudo não vou por aí; com a minha modesta máquina pretendo mostrar-vos algumas imagens da nossa aprendizagem da matemática. Se desfocadas, peço desculpa. Ora, nesses tempos havia a aritmética e a geometria. Ninguém fala desta última pelo que deve estar de boa saúde, a desgraçadinha! Mas era nesta área que estudávamos o ponto, a linha, a recta, a curva, a linha poligonal, a mista, as paralelas, as concorrentes: perpendiculares e oblíquas, os ângulos, os polígonos, a circunferência e o círculo, o plano e o espaço, os sólidos, sem esquecer as respectivas áreas e volumes. Começava-se na terceira e completava-se na quarta classe. Tudo isto era exemplificado e trabalhado no quadro preto utilizando a régua, o esquadro, o compasso e o transferidor, bem como os sólidos geométricos da caixa métrica. A aritmética ia do ensino dos números até aos problemas das torneiras: tabuadas, contas, reduções, complexos, fracções e problemas. Havia três momentos: apresentação e compreensão, aplicação, memorização ou mecanização. E ia-se subindo como se de uma escada se tratasse. Víamos companheiros aflitos com muita dificuldade e apreciávamos os esforços que o professor desenvolvia para que atingissem o mínimo que lhes permitisse irem a exame e não fazerem vergonhas! Cedo eram introduzidas as contas (operações), logo na primeira; de tal forma que havia um adágio que se repetia nesta fase: “Na segunda, leitura e contas; leitura e contas!...” Assim, para além de uns problemas simples de uma operação, o grande trabalho nas duas primeiras classes consistia na automatização das operações já que todas elas tinham sido introduzidas na primeira, depois da memorização das tabuadas, para que, quando aparecessem os problemas a sério, os alunos estivessem preparados para pensarem no seu raciocínio sem se preocuparem com a realização das operações já mecanizadas... Alguns ainda se lembrarão “dos comboios” com que enchíamos as lousas! Era cada uma! Na terceira era introduzido o sistema métrico que depois originava as reduções; é sempre bom recordar as unidades que estavam “na razão de um para dez... de um para cem... de um para mil...” E depois as unidades de tempo e os graus que implicavam as operações com complexos... Muitas vezes, tínhamos de virar a lousa para terminar os cálculos, como quando nos perguntavam quantos segundos havia num ano! Ora um ano tem 12 meses e um mês, trinta dias... As fracções entravam logo na primeira classe. Tudo muito básico mas que nos levava a ficar com a noção de metade, da terça parte, ... de um nono... Depois na quarta não havia segredos para a adição e subtracção de fracções (mesmo com denominadores diferentes...) nem tão pouco a multiplicação ou divisão... Os problemas que tinham entrado já na primeira eram o prato forte da quarta, onde chegavam a ter seis e até mais operações. Para atingir este aprumo havia um longo caminho a percorrer desde a arrumação do quadro dividido em três zonas: à esquerda, os dados; em cima, as indicações e, por baixo, as operações. Escritos os dados, o aluno devia ser capaz de repetir o enunciado para, logo de seguida, indicar o raciocínio e tentar, se fosse caso disso, atingir a solução com o cálculo mental. Só a título de exemplo deixo aqui um dos célebres problemas que nos apareciam nos cadernos de problemas: “Um tanque tinha duas torneiras: uma enchia-o em 3 horas e outra levava 6 horas a esvaziar o mesmo tanque. Se abrirmos as duas torneiras ao mesmo tempo, ao fim de quantas horas fica o tanque cheio?” Claro, não é preciso dizer que não havia máquinas de calcular... O barulho era feito pelos ponteiros a bater nas lousas... ou seriam os neurónios a ranger?! Manuel

sábado, 6 de setembro de 2008

Eça de Queiroz na Costa Nova

Eça de Queiroz passou pela Costa Nova, conforme referiu em alguns escritos. Leia aqui.

O SÉCULO XXI SERÁ RELIGIOSO?

Há aquele dito, constantemente repetido, atribuído a André Malraux: "O século XXI será religioso ou pura e simplesmente não será." Mas ele negou ser o seu autor. Prevenindo para o perigo do vazio espiritual da civilização ocidental - "civilização das máquinas e da ciência superpotente, mas incapaz de dar ao Homem uma razão de viver" -, o que disse foi: "Nunca disse isso. O que digo é mais incerto. Não excluo um acontecimento espiritual à escala planetária." Segundo a revista Philosophie magazine, no número de Setembro, donde tiro as citações, a expressão de Malraux acabaria por antecipar o grande abalo, à escala do planeta, da passagem do racionalismo das Luzes ao retorno do religioso nas suas múltiplas facetas. Ainda no quadro do Iluminismo, E. Renan escreveu, em O Futuro da Ciência, que "a humanidade que sabe" iria substituir "a humanidade que crê". Depois, os "filósofos da suspeita", Marx, Nietzsche e Freud, denunciarão a religião não apenas como superstição, mas como neurose colectiva, ópio do povo, ódio da vida, concluindo o seu processo com a sentença da "morte de Deus". Mas, como escreve Martin Legros, afinal, "o século XXI parece estruturar-se mais à volta das identidades e das crenças religiosas do que da razão". Para Max Weber, a modernidade caracterizava-se pelo "desencantamento do mundo", entendido como "o abandono da magia como técnica de salvação". Tinha, no entanto, a convicção de que o processo de racionalização deixaria em aberto a questão do sentido. A secularização não responde às perguntas metafísicas. Assim, outro sociólogo, Peter Berger, reviu a sua tese da secularização no sentido de secularismo, escrevendo que "o mundo actual é tudo menos o mundo secularizado que tinha sido anunciado, para gáudio de uns e lamento de outros, por tantos analistas da modernidade. Não existe nenhuma razão para pensar que o mundo do século XXI será menos religioso". Os dados estão aí, quando se considera "a geopolítica da fé". Há um progresso fulgurante do islão, com 1300 milhões de fiéis, ultrapassando o número dos católicos, e do neo-protestantismo - sobretudo do evangelismo pentecostal, "centrado na adesão pessoal, no milagre e no cuidado da cura espiritual" -, com milhões de conversões na África, na Ásia e na América Latina e que será "a grande religião do século XXI (maioritária a partir de 2050)". Anselmo Borges
Leia todo o artigo no DN

Romaria ao São Paio da Torreira

Fotografia do Álbum Carneiro da Silva, S. Paio da Torreira, 1922
Contava-me a minha avó paterna que os seus pais eram lavradores, na Gafanha da Nazaré, no tempo em que ainda só havia sete núcleos de moradores. Verdadeiramente ela dizia sete casas o que eu acho muito pouco. Como alguns conterrâneos, o seu pai possuía um barco moliceiro com o qual recolhia o adubo para as terras. Era costume na altura usar o barco, para com familiares e amigos – dado que as colheitas estavam feitas e arrumadas – fazer o périplo das festas à beira da ria: São Paio, Sra. da Saúde e Sra. das Areias. No barco pernoitavam, cozinhavam e comiam. Falando desse tempo, às vezes a minha avó recordava uma ida ao São Paio que me ficou gravada em verso: ainda ela mal tinha posto os pés em terra, surgiu não se sabe de onde, um homem todo empertigado de viola ao peito cantando-lhe assim:
Ó minha linda menina, Não me sais do pensamento. Vou falar com o teu pai, Vou pedir-te em casamento. “E vai eu ós’pois respondi-lhe assim:”- dizia ela Vai-te embora homem casado, Panela velha sem fundo. A ti já te não são dadas Barbaridades do Mundo.
Possivelmente o rosário seguia por aí fora como era típico na época. Os arraiais eram as discotecas de então. Esta cena passou-se por volta de 1900, igual a tantas outras, que eram o espírito do convívio festivo do São Paio, à mistura com comezainas, bailaricos e melancias das Quintas do Norte. A primeira vez que fui ao São Paio, cerca de 1990, ainda apanhei alguma desta espontaneidade popular, daí para cá isso tem-se perdido em troca com outras formas de expressão mais actuais: regatas, concursos de painéis dos barcos moliceiros, jogos florais e festivais de canções. Mas o São Paio continua fiel à tradição que todos os anos no princípio de Setembro arrasta multidões de forasteiros e emigrantes à típica Vila da Torreira. João Marçal :
NOTA: Aqui fica a sugestão, oportuna, de Ana Maria Lopes, de Marintimidades

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

AVEIRO: GIROS para apoio a toxicodependentes

Padre João Gonçalves
As Florinhas do Vouga, instituição de solidariedade social de Aveiro, vão colocar na rua, a partir deste mês, uma equipa técnica para apoiar toxicodependentes, proporcionando-lhes cuidados de enfermagem, higiene pessoal, material asséptico e apoio psicossocial, adianta o presidente da direcção da instituição, Padre João Gonçalves. Ler mais no SOL

A Nossa Gente - Alfredo Ferreira da Silva

Neste mês de Setembro em que no dia 21 se realiza a Procissão em Honra da N.ª S.ª dos Navegantes, organizada pelo Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, e que este ano integrará o programa oficial da Regata dos Grandes Veleiros, da responsabilidade da Câmara Municipal de Ílhavo, dedicamos esta rubrica ao Sr. Alfredo Ferreira da Silva, Presidente da referida Associação. 
Natural da Macinhata do Vouga, Concelho de Águeda, Alfredo Ferreira da Silva nasceu a 1 de Janeiro de 1932, contando já com 76 preenchidos anos de vida. Após a conclusão da 4.ª classe, foi trabalhar no estabelecimento comercial de um irmão, em Aveiro, e aí permaneceu até ser chamado ao serviço militar, tendo posteriormente passado por diversas firmas ligadas ao ramo do comércio, deixando sempre marca positiva da sua passagem. 
Há cerca de 47 anos, foi viver para a Freguesia da Gafanha da Nazaré, onde desde logo demonstrou ser um Cidadão solidário e activo na construção e na promoção do Município de Ílhavo, tendo, em 1977, integrado o Executivo Municipal, do mandato de 3 anos presidido pelo Eng. São Marcos Simões, naquelas que foram as primeiras eleições democráticas. 
Em 1983, voltou à Câmara Municipal de Ílhavo como Vereador, primeiro no mandato do Inspector José Francisco Corujo, acumulando igualmente funções como dirigente da Cooperativa Eléctrica da Gafanha da Nazaré e, três anos mais tarde, no mandato do Eng. Rocha Galante, como Vice-Presidente, por mais quatro anos. 

MALES SOCIAIS

"Enquanto existirem juízes independentes, impolutos e capazes de assumir riscos, todos os males sociais têm solução." Isto diz José Miguel Júdice. Quererá isto significar que o contrário estará na base de os males sociais persistirem?

O INVERNO, JÁ?

Até parece mentira, mas é verdade. O Inverno, que oficialmente ainda devia vir a caminho, já nos bateu à porta. Vento forte, chuva, o sol perdido por aí, a tristeza sombria das nuvens negras. Paciência. Temos que nos habituar.

Senhora dos Navegantes no Forte da Barra - 1

Andor com Nossa Senhora dos Navegantes
1 – Devoções Marianas É conhecida, de há muito, a devoção que as gentes das Gafanhas têm por Nossa Senhora, à semelhança do que acontece um pouco por todo o País. A figura da Mãe, tanto no plano natural como divino, levou os crentes a aceitarem a Virgem Maria como símbolo da ternura, da disponibilidade, da protecção e do amor. Nessa linha, Maria nunca deixou de inspirar devoção a quem olha para Ela, sobretudo em momentos de aflição ou dificuldades. A Mãe de Deus, e nossa Mãe também, está permanentemente aberta ao povo sofredor. Nossa Senhora da Nazaré, da Encarnação, do Carmo, dos Aflitos, da Boa Hora, da Boa Viagem, da Saúde, dos Campos e, ainda, dos Navegantes. A mesma Nossa Senhora para cada situação. Não é de estranhar, pois, que a Senhora dos Navegantes tenha surgido em espaço e tempo de frágeis técnicas de marear, com perigos constantes, tanto à boca da barra como no mar alto. Embora não se saiba de onde partiu a ideia de venerar no Forte da Barra a Senhora dos Navegantes, é de presumir que a proposta, com toda a naturalidade, tenha nascido no coração de quem vive sentindo as riquezas do oceano, mas também a sua bravura.
Fernando Martins
Nota: Até às Festas da Senhora dos Navegantes, que vão ter lugar nos dias 20 e 21 de Setembro, no Forte da Barra, Gafanha da Nazaré, irei publicar, neste meu espaço, algumas notas, para recordar. Claro que espero achegas que possam enriquecer-nos.
FM

Grandes Veleiros no Porto de Aveiro


No dia 20 de Setembro, o Porto de Aveiro vai registar a passagem da Regata Internacional dos Grandes Veleiros, integrada nos festejos dos 500 anos do Funchal. A iniciativa é da Câmara Municipal de Ílhavo, que deseja, assim, comemorar os 110 anos da Restauração do Município e os 200 anos da Abertura da Barra de Aveiro. A frota dos grandes veleiros formar-se-á, entre 10 e 13 de Setembro, no porto histórico de Falmouth, na costa sudoeste de Inglaterra, de onde largará para Ílhavo, para uma estadia de 3 dias, de 20 a 23 de Setembro, no Terminal Norte do Porto de Aveiro. Deste porto, os veleiros seguirão para a capital da Madeira, Funchal, para o Festival Náutico e comemorações na Cidade, que ocorrem entre 2 e 5 de Outubro. A realização deste evento é uma organização da Câmara Municipal de Ílhavo em parceria com a Sail Training International e com a Administração do Porto de Aveiro.
Para saber mais, clique em Ponto de Encontro, que tem ao leme a minha boa amiga Marieke

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Grupo Poético de Aveiro num Encontro de Poesia

EL CAMINO DE LA POESÍA
Organizado por las asociaciones culturales República de las Letras (Galicia), Asociación de Escritores y Artistas Españoles (Delegación de Galicia) y L@ Nuov@ Mus@ (Italia), en homenaje a los poetas Xoán y Aurora Vidal Martínez, con la colaboración de la Fundación Cuña – Casasbellas (Galicia) y el Grupo Poético de Aveiro (Portugal). El evento tendrá lugar de 17,00 a 21,00 horas del sábado, día 4 de octubre, en el Café Moderno de Pontevedra, y en él podrán participar y recitar todos aquellos poetas que formalicen su inscripción ante la República de las Letras o L@ Nuov@ Mus@. Los poetas intevendrán en secciones separadas por intermedios musicales. El acto culminará con un concierto del guitarrista italiano Lorenzo Loris Zecchin. Más información: fpoza@yahoo.es

Colégio de Calvão distinguido pela FAPAS

Praia do Areão
O prémio está relacionado com a transplantação, por cerca de 130 jovens, de estorno na praia do Areão
Promovida pelo Núcleo de Ambiente do Colégio Nossa Senhora da Apresentação (Calvão), a actividade relacionada com a protecção dos sistemas dunares, popularmente conhecida por “reflorestação dunar”, acaba de ser distinguida pela FAPAS – Fundo para a Protecção de Animais Selvagens.
Leia o texto de Eduardo Jaques no Diário de Aveiro
NOTA: Só para dizer que os jovens, quando estimulados, são sempre capazes de grandes projectos. Para além da diversão e do estudo, podem dar um contributo importante ao ambiente e à sociedade, como estes o demonstraram. Parabéns.
FM

FESTA DA SENHORA DOS NAVEGANTES

A Festa em honra de Nossa Senhora dos Navegantes vai ter lugar no Forte da Barra, Gafanha da Nazaré, no dia 21 de Agosto. A procissão pela Ria começa às 14 horas, no Porto de Pesca Longínqua, com a alegria dos barcos e barquinhos cheios de gente.
A Festa da Senhora dos Navegantes vai realizar-se no dia 21 deste mês, com a já tradicional procissão pela Ria a dar uma cor diferente aos festejos. Na véspera, no Stella Maris, haverá uma outra festa, comemorativa dos 25 anos da bênção e lançamento da primeira pedra do actual edifício-sede daquele clube da Obra do Apostolado do Mar, seguida de missa. No dia seguinte, domingo, teremos então a festa mais popular, com procissão pela Ria, actuação da Filarmónica Gafanhense e Festival de Folclore, em que actuarão os Grupos de Cantares da Associação Cultural de Azurara da Beira, de Danças e Cantares “Olhos de Água” e Etnográfico da Gafanha da Nazaré. A procissão começa no Porto de pesca Longínqua, pelas 14 horas, seguindo em direcção ao Forte da Barra, depois da passagem sempre esperada por São Jacinto. Segue-se, junto à Capela da Senhora dos Navegantes, a eucaristia, com cânticos dos grupos etnográficos convidados. A actuação da Filarmónica e o Festival de Folclore serão logo depois. A procissão pela Ria de Aveiro insere-se na Regata Grandes Veleiros, comemorativa dos 500 anos do Funchal.

Incoerências no horizonte do Portugal moderno

O Presidente da República, no direito que lhe assiste, vetou a nova lei do divórcio e deu razões do seu acto. Logo vieram à praça pública pessoas e grupos para protestar e o mimosear com os habituais epítetos. Sempre os mesmos: conservador, reaccionário, travão do Portugal moderno. Os jotas do PS, incontidos aspirantes a cargos políticos, não pouparam as críticas, afirmando à sua maneira que “ninguém nos trava”. O Dr. Louçã, a sonhar com uma coligação que o possa levar ao governo, fez no essencial coro com a vaga socialista. Manuel Alegre, numa aproximação pensada e interessada, disse que “este veto não é só político, mas ideológico e que traduz uma visão conservadora e ultrapassada da vivência e necessidades da sociedade actual”. Frase cuidada a não dizer nada. Pedro Passos, para não espantar a gente nova, também disse sim e não.
No dizer dos mais empenhados em esvaziar o país de compromissos consistentes, negar valor à instituição familiar, pôr debaixo do tapete direitos de alguns cidadãos, fazer dos portugueses uma carneirada abúlica e submissa à qual só se permite dobrar a cabeça aos poderes da maioria democrática, o Portugal moderno precisa do divórcio facilitado, do casamento dos homossexuais, do uso livre das drogas, do aborto sem restrições, da eutanásia a pedido, de cortar com o conservadorismo da Igreja…
António Marcelino
Leia todo o artigo aqui

terça-feira, 2 de setembro de 2008

O pão com o suor do rosto

Não há duas situações iguais. Mas há algo de comum na mole humana que invade as cidades no final de Verão, nas crianças e jovens que regressam à escola, nos emigrantes que de novo deixam a sua terra, nas aldeias que vêem outra vez partir os visitantes, nas comunidades cristãs que alteram a sua configuração nas celebrações e nas actividades pastorais. Junto a tudo isto o tempo, contado e gerido de outra forma, a disponibilidade para as pequenas coisas, o contacto directo e íntimo com o mar ou a montanha, os sabores da terra que nunca serão transplantados mesmo que se experimentem no local comum de habitação. E a referência ao húmus, à Terra Natal que por qualquer razão difícil de discernir, se deixou, se retoma e abandona com o role de recordações dum passado que tanto se critica e tão ciosamente se ama. E não se trata só da terra. Há pessoas, afectos, linguagens, ambiências, recordações, aventuras e dores comuns, histórias que se contam e só fazem sentido cruzadas pelo olhar de quem melhor compreende todo o cenário da nossa vida. Dir-se-ia que há transparências que só se vislumbram pela linguagem e pressupostos que as histórias comuns constroem. Chega a hora de varrer a nostalgia e começar tudo, quase como se fosse de novo, com um arranque lento e uma espécie de preguiça dolosa que não é mais que o jogo de mudanças na caixa de velocidades que comanda o nosso passo. Tudo isto porquê? Porque se enquadra na nossa ancestral vocação nómada, peregrina, errante, misturada com os complexos acréscimos que as novas urbes, agregados e ferramentas de trabalho nos impõem. E a que o pão de cada dia obriga. Horários, técnicas, meios de transporte, especialização, leis de mercado, aceleração de mudanças, choque de valores, arritmia de transformações, tudo remexe o nosso íntimo e como que altera as leis milenares que nos deram uma forma de viver e conviver. Melhor? Pior? É a história, onde o plano criador e redentor de Deus tem um lugar, uma explicação e uma esperança de que o caminhar do mundo tem a sua dor e a sua grandeza no Génesis em marcha. E não é preciso muito mais para gostarmos de regressar ao trabalho.
António Rego

FÉRIAS: Notas do Meu Diário

FÉRIAS COM ENIGMAS À MISTURA
 
Em férias, é suposto haver dias livres. Livres, significa sem programa pré-definido. No dia 6 de Agosto foi assim, apenas com a preocupação de ler alguma coisa. Levantar cedo, sem correrias, café da manhã tomado na esplanada da piscina, onde jovens de muitas idades vão chegando, mais preocupados em mergulhar ou brincar na água transparente. Jovens com linguajares diferentes, onde pontificava o inglês.
Leitura do jornal de há muitos anos, o PÚBLICO, para tentar perceber o que vai pelo mundo, já que é impossível alhear-me de tudo. Depois, um livro que me ofereceram, que dá para recordar, ou tentar perceber, alguns meandros da nossa história – “Grandes Enigmas da História de Portugal”. Livro recente, com edição da Ésquilo, oferece um conjunto de temas, da pré-história ao século XV. Coordenação de Miguel Sanches de Baêna e Paulo Alexandre Loução. 
No prólogo, somos alertados para um desafio interessante: “Este não é mais um livro sobre História de Portugal. É uma obra onde, a partir de documentos e factos, se divulgam as incertezas e os enigmas que preenchem a nossa História, dando espaço ao leitor para tirar as suas próprias conclusões.” O desafio é curioso, mas não sei se o conseguirei respeitar, pois que há opiniões diversas sobre o mesmo assunto, sempre com argumentos, aparentemente consistentes, mais ou menos. De qualquer forma, pelos capítulos que já li, penso que, mais coisa menos coisa, ficarei quase como dantes. 
Vamos lá agora saber se D. Afonso Henriques era, tal como rezam as crónicas antigas, filho de D. Teresa e do conde D. Henrique… Não há ADN nenhum que nos possa garantir seja o que for. O que sabemos, e isso é indesmentível, é que ele foi um valentão para lançar as raízes da futura pátria portuguesa, independentemente dos pais que teve. Pois é verdade. 
Enquanto a malta nova, de várias idades, mergulhava na piscina, incluindo a minha esposa, filhos e netos, estava eu mergulhado nestes enigmas da nossa história, com um olho no livro e outro neles. E vai mais um capítulo, com textos bem delineados e bem escritos, uns, e outros nem por isso. Uns que se lêem com agrado e outros que me obrigam a virar a página, sobretudo os que andam à volta de esoterismos e iniciações complicadas, de que ainda hoje se fala, sobretudo em torno da maçonaria.
Será que os lusitanos teriam de facto um armamento superior aos romanos e que possuíam o maior e mais organizado exército da época? E D. Afonso Henriques teria realmente mais de dois metros de altura? O Papa João XXI, o único que foi português, teria sido assassinado por ser herético e um curandeiro? 
Ora, meus amigos, durante as férias tive realmente tempo para pensar nisto. E que conclusão tirei? Se calhar fiquei a saber o que já sabia: que a história de Portugal, como outras, está cheia de mistérios, reais uns e inventados outros. Porque era preciso criar mitos. Haverá alguma história no mundo que os não tenha?

Fernando Martins

6 de Agosto

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

ARTES E OFÍCIOS TRADICIONAIS

Jorge Saraiva cultiva a arte de reproduzir motivos regionais
A BARRICA JÁ TEM "SITE" ACTUALIZADO
Já se encontra activo e actualizado o “site” d'A Barrica, que mora em http://www.aaabarrica.net/. Os contactos dos seus 32 associados e a variedade de produtos artesanais podem ser consultados na Galeria da página, do mel à tecelagem, passando pela cerâmica e pelos ovos-moles. As grandes dificuldades económicas que a associação atravessa vieram unir ainda mais os artesãos da região, com a partilha das despesas por todos, segundo me informou Jorge Saraiva, o artesão que entrevistei há dias, no Festival do Bacalhau. A vontade de ser, estar e fazer cada vez melhor é o novo lema de todos os artesão ligados à associação A BARRICA. No “site” é possível ver que, mesmo sem recursos e sem fins lucrativos, mas com a preocupação da promoção das Artes & Ofícios Tradicionais da nossa região, se consegue construir um local de divulgação cultural e turístico, que chega a ultrapassa o nosso país.
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Aqui ao lado, em CULTURA, pode consultar regularmente A BARRICA.
FM