sábado, 7 de fevereiro de 2009

Obama num bar
Um dia destes vi na TV que o presidente Obama saiu da Casa Branca e foi comer qualquer coisa a um restaurante. Achei bem. Penso que os governantes podem, sem demagogia, sair de casa para estar com o povo, com toda a normalidade. Devem frequentar os restaurantes, como os bares e até os supermercados. Só assim, julgo eu, eles poderão sentir a vida real, compreender as dificuldades do povo, registar o preço do custo de vida. Numa redoma, ficarão apenas com uma noção virtual da vida.

MARX CONTRA MARX

Muro de Berlim
Foi no contexto da queda do muro de Berlim, em 1989, que F. Fukuyama publicou, em 1992, a obra famosa O Fim da História, segundo a qual, depois do fim da União Soviética e a libertação dos países satélites, por causa da falência do comunismo, a democracia liberal e a economia de mercado se imporiam por si ao mundo inteiro. Mas, em 2008, outro politólogo americano, R. Kagan, escreveu também um livro, mas com o título: O Regresso da História e o Fim dos Sonhos. Fukuyama enganou-se. O fim da História não se impôs com a democracia e a economia de mercado. O terrorismo global é ameaça constante. "No domínio da economia, não vivemos propriamente a difusão do bem-estar geral; pelo contrário, o abismo entre ricos e pobres no mundo é mais fundo do que nunca", escreve Reinhard Marx, arcebispo de Munique e autor do best- seller com o mesmo título do do seu homónimo: Das Kapital (O Capital). Mil milhões de pessoas dispõem de apenas um dólar por dia. Mais de 850 milhões passam fome. Morrem por dia umas 24 mil em consequência da subnutrição. Há quem pense que Karl Marx tinha razão. Reinhard Marx, porém, reconhece que o capitalismo está hoje sob pressão de justificação, mas recusa o marxismo. De facto, a História mostrou-nos como foi terrífica a Revolução de Outubro de 1917, ao mergulhar muitos milhões de pessoas na noite mais escura. "Isso nunca mais se pode repetir." Então, quando se considera a presente crise, de consequências imprevisíveis, se se quiser evitar a tentação marxista e as barricadas da revolução, não se pode continuar a caminhar no sentido da absolutização do capital e dos seus interesses. "Eu defendo a propriedade e os direitos dos proprietários", mas o capital não pode ser o bezerro de ouro à volta do qual todos dançam. "O trabalho e os trabalhadores têm primazia sobre o capital." A dignidade da pessoa humana tem de ocupar o lugar central. A economia não é fim em si mesma, pois tem de estar ao serviço das pessoas. O que a crise financeira internacional de 2008 nos veio mostrar de modo absolutamente claro é que nos precipitamos para o abismo, quando "se excluem do mercado a moral e a ética e se pensa que se pode renunciar a uma ordem política do Estado que mantenha os movimentos do mercado dentro de regras ao serviço do bem comum". O Estado social não pode ser algo apenas remanescente, após bons negócios. "O Estado social é uma condição necessária, não só moral, mas também política e económica, para a manutenção da economia de mercado." É preciso distinguir entre capitalismo e economia de mercado. Se os interesses do capital continuarem a ser a única orientação para a economia, então pessoas esmagadas por essa trituradora serão tentadas a refugiar-se nas utopias marxistas. Para evitar a tentação, é necessário lutar por uma economia de mercado que dê espaço a "uma solidariedade institucionalizada num Estado social que funcione, e que funcione na perspectiva do 'bem-estar mundial'". O célebre Prémio Nobel de Economia J. Stiglitz descreveu a ambivalência da globalização em duas obras: As Sombras da Globalização, em 2002, a que se seguiu, em 2006, As Chances da Globalização. Seja como for, a globalização é um facto e, por isso, o bispo Marx, ao falar na necessidade de novas regras para o capitalismo, refere a exigência moral de uma solidariedade global, que é "também um mandamento da inteligência política". Precisamos de uma economia global, social e ecológica, de mercado. Na sua obra, o bispo concretiza exigências. Dado o vínculo entre a pobreza material e a pobreza de formação, impõe-se o acento na educação e na formação: "A tentação de combater a pobreza apenas com dinheiro não teve sucesso." "A democracia precisa de virtudes", e isso significa, por exemplo, limite para os rendimentos dos executivos e que os políticos têm de decidir em função do bem comum e não dos interesses de determinadas empresas a eles ligados. É necessária uma nova ordem política mundial, tendo-se imposto o conceito Global Governance, para criar um novo sistema de instituições e regras no contexto dos desafios globais. Anselmo Borges Nota: Sobre o mais recente livro de Anselmo Borges, “Janela do (In)Finito”, leia aqui.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

I Congresso Internacional Online Feira Universal

«Educação e tolerância no processo de globalização»
A associação científica internacional «Feira Universal» vem dar continuidade ao projecto «Vieira2008», dinamizado pela UA, e marcar a perenidade do pensamento e da acção em prol dos direitos humanos universais. «Educação e tolerância no processo de globalização» abre o I Congresso Internacional Online Feira Universal, hoje, 6 de Fevereiro. A «Feira Universal» propõe-se promover investigação e desenvolvimento, no âmbito das ciências sociais e humanas sobre educações, identidades e cidadanias; desenvolver projectos de investigação, intervenção, formação ao longo da vida e apoio ao ensino para todos e contribuir para a constituição de equipas internacionais multidisciplinares. É também objectivo desta associação organizar e apoiar, preferencialmente em parcerias, congressos, conferências, seminários, edições em suporte digital ou de papel, viagens de estudo e rotas de patrimónios, exposições e outras actividades similares e afins. Leia mais aqui

Colóquio Nacional de Paróquias

Há mais de 1100 paróquias sem padre residente. Nestes casos, o sacerdote responsável é obrigado a dividir-se por várias igrejas e cada vez mais são pessoas fora do clero a assumir novas funções. A situação é muito frequente, diz o padre Manuel Morujão, secretário da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP): "Acredito que aconteça em largas dezenas de paróquias, perto de cem." Na origem está a escassez de padres.
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Um Poema de Maria Donzília Almeida

No aniversário da “partida” da Dra Rosa Lúcia Lopes
Saudade... Tantos anos de pura amizade Passaram desde a nossa meninice, Onde, às vezes, até a traquinice Conviveu com a nossa mocidade! O mesmo tecto, em Coimbra, partilhámos. O estudo e o lazer, nós dividimos. Alegrias e tristezas nós sentimos, Nos planos do futuro, que sonhámos! Na senda de Hipócrates, tu seguiste, E, com dedicação, tu conseguiste Salvar a vida a tanta e boa gente! Traída pela ingrata, tu partiste, E deixaste, profundamente triste, Esta amiga que a tua falta sente! Mª Donzília Almeida Fevereiro de 2002

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Os jovens! Que espera deles a sociedade e a Igreja?

É muito variado e, em alguns aspectos muito rico, o património de um país. Também o do nosso. Os jovens entram neste património e são nele parte privilegiada. Se eles forem o presente serão também o futuro. É tempo de os ouvir, conhecer o seu mundo, perceber os seus sonhos e projectos, ter em conta os seus pesadelos e frustrações, integrar a sua esperança, prestar atenção aos dinamismos sociais que os perturbam, reconhecer os valores que carregam, senti-los na verdade do que são, comunicam, propõem e exigem.
António Marcelino
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Nota: Foto do meu arquivo

A Caminho do Corvo

Um poema de Vitorino Nemésio para os meus amigos que trabalham nos Açores.

Cinquenta anos depois do anúncio do Concílio Vaticano II, o que falta fazer?

Há cinquenta anos, a 25 de Janeiro de 1959, o Papa João XXIII surpreendia a Igreja e o mundo em geral, ao anunciar a decisão de convocar um Concílio. O Página 1 olhou de perto para o que se passou no Concílio Vaticano II, iniciado em 1962 e concluído em 1965.
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Sermão de Santo António aos Peixes

Maria Adélia Fernandes dedicou-se, ao estudo da obra do Padre António Vieira, com incidência especial nos Sermões. Escolheu para tema dos seus trabalhos, o Sermão de Santo António aos Peixes. E, na tela e em colagens oferece-nos um manancial expressivo e apelativo da essência do sermão.
As composições retratam o pendor das palavras do prosador, com quadros repletos de autêntica força introspectiva. Neles se recolhem os ensinamentos, as críticas, as mensagens, os valores e a fecundidade de Vieira, em que os aspectos religiosos, sociais, culturais, económicos e humanísticos se projectam e transmitem, fielmente, o conteúdo dos textos.
A mostra pode ser vista na Casa Municipal de Cultura, Galeria Ferrer Correia, de 2.ª a 6.ª (9h00-19h30) e aos sábados (13h30-19h00). Para saber mais: Câmara Municipal de Coimbra

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Prémio para a Diocese de Beja

Foi atribuído ao Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja (DPHADB) o Prémio Vasco Vilalva, no valor de 50 mil euros. O presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Rui Vilar, que se deslocou à pousada de S. Francisco para fazer a entrega do prémio, sublinhou o trabalho levado a cabo pela Diocese de Beja, acrescentando que se trata, sem dúvida, de um "exemplo que outros deviam replicar no país". Apesar de ser a diocese mais pobre e desertificada de Portugal continental, foi possível fazer um levantamento histórico e artístico, graças ao esforço e à dedicação de José António Falcão, que aceitou o desafio que lhe foi dirigido pelo bispo D. Manuel Falcão, que criou o DPHADB, em 1984. A partir do inventário feito e da recolha e preservação de inúmeras peças de arte sacra, já houve diversas exposições, tanto em Beja como no País e até no estrangeiro. Esta minha referência tem como únicos intuitos enaltecer o esforço realizado em Beja e estimular, se é que tal é possível neste meu recanto, outras dioceses e paróquias a seguirem as pisadas daquela diocese alentejana. Sei que uma tarefa como esta implica o envolvimento de gente habilitada e com paixão pelo património histórico e artístico. Contudo, se cada paróquia conseguisse avançar com o seu inventário, seguindo normas básicas ligadas a estas ciências, talvez fosse um grande passo para um trabalho mais completo a nível da nossa Diocese de Aveiro.

Grupo Desportivo da Gafanha

No próximo domingo, 8 de Fevereiro, pelas 15.30 horas, vai proceder-se à inauguração da ampliação e remodelação do Complexo Desportivo do Grupo Desportivo da Gafanha (GDG). Segundo informação da Câmara Municipal de Ílhavo e do próprio GDG, nesta cerimónia acontecerá, também, a entrega oficial do Complexo à "importante Associação Desportiva do Município".

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

MATER DOLOROSA

Depois do adeus...

Mãe sofrida... Atingiste Teu limite... E a crueldade Redobrada persiste! Deste a oportunidade O ambiente criaste... Longe...tu imaginaste O auge da felicidade! Repetiu-se o cenário, O imenso calvário Será o teu fadário? A decisão já tomaste! Madona 31.01.09

Paraísos Fiscais

Os graves problemas surgidos no BCP e, mais recentemente, no BPN e no BPP, são de natureza diversa. Mas têm um ponto em comum: nos três casos estão envolvidos paraísos fi cais (“off-shores”), suspeitando-se que por eles tenham passado iniciativas irregulares ou mesmo criminosas. Muita gente percebe, hoje, que os “off-shores” representam uma injustiça fiscal - quem evita pagar impostos graças a esses paraísos fiscais não são os pobres nem a classe média. Pior do que isso, os “off-shores” tornaram-se uma via para a ilegalidade, incluindo a criminalidade organizada e o terrorismo. Os atentados do 11 de Setembro foram financiados através de “off-shores”. Por isso, esperava-se uma acção eficaz para os eliminar, pelo menos, por parte da administração Bush, promovendo um esforço à escala global. Infelizmente, tal não aconteceu. Prevaleceram os interesses: os “off-shores” dão jeito a muita gente importante. Será que a presente e gravíssima crise financeira, bem como o novo presidente americano, conseguirão avançar na eliminação mundial dos paraísos fiscais? Oxalá. Mas não sou optimista.
Francisco Sarsfield Cabral, in RR

Justiça em Portugal

Na RTP1 vi e ouvi, hoje, que uma indemnização respeitante a uma jovem que foi atropelada, em Aveiro, demorou ..nove anos a ser atribuída. Só agora o tribunal, em última instância, deu por concluído o processo. Ontem também assisti, em casa, ao programa Prós e Contras da RTP1, sobre o malfadado processo do Freeport, que a Justiça Portuguesa tem em mãos há uns quatro anos. Dizem que este atraso, em Portugal, é coisa normal. Ora isto deve fazer-nos reflectir. Será possível que neste País, de brandos costumes, não haja solução para esta triste e lamentável realidade? Onde está, afinal, o Estado de Direito que tanto se apregoa? E como é admissível que um processo judicial decorra a partir de uma carta anónima? Agora, com novas leis, já se diz que tal não pode acontecer. Já viram os meus leitores que um qualquer bandido podia acusar um inocente do mais hediondo crime? Voltando ao assunto das demoras da Justiça portuguesa, que é, e muito bem, independente, pergunto: Não haverá processo de exigir aos magistrados celeridade na conclusão dos processos? Poderão eles, tranquilamente, guardá-los em qualquer canto dos seus gabinetes, à espera não se sabe de quê, deixando que tudo decorra com toda a calma? Não há prazos a cumprir? Será de aceitar que um qualquer suspeito tenha de carregar o carimbo de acusado, tanto tempo, sem que a Justiça se preocupe com o direito de um cidadão poder viver de cara levantada? Confesso que fico enojado com isto tudo. Mas como apostei em viver Pela Positiva, vou admitir que um dia esta situação possa mudar, para melhor. Os portugueses precisam, de facto, de uma Justiça livre, rápida, eficiente. Assim é que não pode continuar! Fernando Martins

Coisas de antigamente

Medas de palha de milho
Veja mais coisas de antigamente da nossa terra.

VIAGEM ÚNICA

Tem razão quem diz que os homens são o contrário das montanhas. Ao longe parecem grandes. Próximos, nota-se a sua pequenês. Ao contrário das montanhas. O nosso próximo é mesmo um problema. Próximo, no lugar e no tempo. De tal modo que muitas análises sociais, políticas, culturais e religiosas consideram sempre melhor o que está longe no tempo e no espaço. Assim se descrevem as maravilhas do passado. Nas famílias, nas escolas, nas canções, na Igreja, na vida política e nessa espécie de praga democrática que é a intervenção telefónica em fóruns de rádio e televisão. Se não se fala do passado evoca-se o distante: para lá muito a Norte ou muito a Sul. Mas distante, inacessível, burilado pela imaginação ou pelo indemonstrável. Para facilitar, diz-se “lá fora, no estrangeiro”. Enfim, tudo o que não é aqui ou agora. Esse é o problema: fugir ao que está ao nosso alcance e ocupa o nosso quotidiano, as nossas conversas, as anedotas que contamos, as preocupações que revelamos, aquilo para que a língua está sempre afiada, distanciando-nos da responsabilidade, do compromisso, do interesse mínimo em oferecer o nosso contributo para a resolução. Divertindo-nos com o enigmas para nos esquivarmos ao compromisso e acção concreta. Esta é uma questão essencial no lugar e no momento que atravessamos. O lugar é muito mais que o pequeno rectângulo a que temos relutância, em certos momentos, de chamar pátria, húmus donde provimos e donde queremos um dia partir. Dizemos que é “este país”para que nos não atinja nem comprometa, nem sequer envolva. Vamos resolvendo o nosso imediato e gerindo o resto de sorte que nos toca, de não estarmos sem abrigo e termos sobre a mesa, ainda que não muito abundante ou mesmo um pouco embolorado, o pão de cada dia. A decisão é exactamente esta: a nível individual e colectivo assumirmos que este é o nosso tempo e o nosso lugar, onde estamos “inscritos” na história e onde o nosso remo não pode ser entregue a mais ninguém. Esta é a nossa onda, o nosso mar e a nossa única viagem antes do eterno. Quem somos nós para nos colocarmos numa varanda imaginária a ver passar um cortejo a que queremos ser alheios? O nosso lugar, a nossa vocação cristã é aqui e agora. António Rego

O NOSSO MAR EM DIA DE SOL

Uma réstia de sol levou-me ontem a ver o mar. O mesmo mar que me fascinou desde tenra idade. Bravio ou calmo, mais sombrio ou iluminado, é sempre o mar que de noite me embala o adormecer. Ontem, com ondas altas e agrestes, não deixou de exibir aqui a e ali manchas prateadas que reflectiam os sonhos de quem o olhava. Bem rugia, o mar, bem se atirava, agreste, contra as pedras. Mas, lá bem no seu íntimo, não deixava de seduzir quem o visitava. Num dia de sol. O frio viria depois. FM

AVE MARIA para começar o dia

Pedro Paquete canta Ave Maria

O João Marçal teve a gentileza de me enviar esta sugestão, com um comentário, que transcrevo:"Este cantor é um amigo meu, açoriano, de São Miguel, que já cantou na Gafanha da Nazaré, na nossa igreja, onde foi lindamente acompanhado ao órgão pelo nosso conterrâneo João Ramos. Aqui é acompanhado ao piano por um colega da Orquestra Ligeira dos Açores." Obrigado, João. Afinal, para começar o dia, nada melhor do esta Ave Maria, de Gounot, para nos aquecer.

NOTA: Da Alda, nossa conterrânea radicada no Açores, recebi algumas achegas, que aqui reproduzo, com os meus agradecimentos: "Esses dois músicos, tocam, não na orquestra ligeira dos Açores, mas sim na Orquestra Ligeira de Ponta Delgada, da qual sou também vocalista a par do excelente cantor, Pedro Paquete. Nos Açores, há inúmeras Orquestras ligeiras, sendo que só em São Miguel, atingiu-se no ano passado o número de uma por cada concelho, ou seja, 5 no seu total. Só para que conste, o organista chama-se Pedro Hilário e é também um extraordinário músico.Saudações insulares."

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Ainda a remodelação do Centro Cultural da Gafanha da Nazaré

Na sua reunião de hoje, o Executivo Municipal aprovou a adjudicação da obra de “Ampliação e Remodelação do Centro Cultural da Gafanha da Nazaré”, pelo valor de €2.148.755,73 mais IVA. O prazo de execução é de seis meses. Posso adiantar que, segundo informação da autarquia, as obras contemplam um auditório para 400 pessoas, com as condições técnicas exigidas a uma boa sala de espectáculos, ao nível da acústica, do controlo ambiental e do conforto, para quem assiste e para quem trabalha. Será criada uma galeria de exposições, com cerca de 400 metros quadrados, em dois pisos e com acesso autónomo. O Centro Cultural ficará ainda com uma sala de conferências com 72 lugares. Estas obras implicam algumas reformulações dos espaços adjacentes.

Centro Cultural da Gafanha da Nazaré vai ser requalificado

Segundo a Rádio Terra Nova, a Câmara de Ílhavo vai adjudicar hoje a requalificação do Centro Cultural da Gafanha da Nazaré. Trata-se de uma obra reclamada há muito, esperando-se, agora, que as obras avancem com a celeridade desejada. Também se espera que logo a seguir o Centro Cultural tenha a animação que o povo merece e precisa.

A MARINA DA BARRA nem acta nem desata

Ribau Esteves: “Tenho a maior reserva que
haja dinheiro” para a Marina da Barra
Com uma situação financeira “equilibrada”, a autarquia tem vários projectos em carteira. A Marina da Barra, uma das grandes bandeiras de Ribau Esteves, parece mergulhada num impasse. Não tenho motivo nenhum para não confiar. O que eu quero muito é que de uma vez por todas os interlocutores se sentem à mesa para que possamos discutir e tomar decisões. A nossa região precisa de uma marina. O turismo náutico é um dos eixos prioritários da nova entidade regional do turismo e do país, temos um património extraordinário que é a ria, temos o quinto porto nacional… Leia no Diário de Aveiro de hoje

COLHERES DO TITANIC...

No Marintimidades, Ana Maria Lopes veio este fim-de-semana com uma história bastante curiosa, à volta de umas colheres que terão sobrevivido ao drama do Titanic. E o mais interessante é que, para alimentar a nossa curiosidade, adia o final da história para daqui a uns dias. É certo e sabido que a partir de hoje me vai obrigar, sem custo, aliás, a visitar o seu blogue, dia a dia, na esperança de saber, ao certo, se as colheres vieram, realmente, de célebre paquete.
Não é muito frequente termos à mão um blogue temático, tão rico de pormenores e tão cheio de memórias ligadas às nossas tradições. Pois o Marintimidades aí está, regularmente, com assuntos da Ria e do Mar, que Ana Maria Lopes domina com muita sensibilidade e saber. Não terá ela elementos, mais do que suficientes, para uma exposição no nosso Museu Marítimo de Ílhavo? Julgo que sim. Haja quem a estimule a dar passos nesse sentido. Para já, temos o seu blogue, que é, sem dúvida, uma exposição permanente de vivências que tanto nos ajudam a seguir-lhe os passos, embora timidamente.
FM

domingo, 1 de fevereiro de 2009

SOLIDARIEDADE

(Clique na imagem para ver melhor)

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1. Os arautos da desgraça continuam a agitar a bandeira da bancarrota, da ingovernabilidade de Portugal, do fim da Nação. A multissecular Pátria portuguesa até parece que caiu ou está para cair nas ruas da amargura, sem políticos à altura de aguentar a barca no cimo das ondas. A barca, pelos vistos, está a meter água por todos os lados. Clama-se por justiça, mas ela não surge, ou surge tardiamente; clama-se por verdade, mas os mentirosos amarfanham a sociedade; clama-se por uma educação sadia, mas não faltam os promíscuos em cada esquina; clama-se por paz, mas não falta quem alimente guerras. E por aí adiante… O nepotismo, o compadrio, as negociatas, a mentira, o ódio, a injustiça, o desespero, o desemprego, a miséria, a falta de sentido para a vida e a ausência de horizontes dignos de um futuro de progresso solidário parece que estão a implantar-se entre nós. Mas tudo isto será razão para admitir o fim de Portugal como Estado e como Nação? Julgo que não. O nosso País e os portugueses já enfrentaram inúmeras desgraças, mas continuam a existir. Mais uma crise não será motivo para desânimos. Havemos de sair dela. Temos de conseguir caminhar em frente, rumo a um futuro mais risonho.
2. Celebra-se hoje o Dia do Consagrado na Igreja Católica. Homens e mulheres que, por amor a Deus, deixam o mundo, com todas as suas seduções, para viverem em exclusivo a causa de uma sociedade mais fraterna, onde a paz seja uma aposta de todos os momentos. Penso que a acção dos consagrados e das consagradas, no dia-a-dia de um labor ao serviço do mundo, onde a espiritualidade nunca perde o seu lugar, carece de ser mais conhecida e mais amada. Porque não é fácil deixar família, amigos e propostas profissionais aliciantes para viver o desafio de construir o Reino de Deus neste tempo de tantas contradições. Sei que muitos sentem na carne e na alma o desgaste da solidão, a incompreensão da sua entrega generosa, a arrogância dos instalados nos prazeres fúteis. Mas também sei que aos consagrados e consagradas nunca faltará, nas encruzilhadas de outras vidas, a alegria do encontro diário com Jesus Cristo, que é caminho, verdade e vida. Fernando Martins

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 116

BACALHAU EM DATAS - 6 ;

Santa Maria Manuela

CARTAS... E COLÓNIAS
Caríssimo/a:
Depois de termos lido o que escreveu o nosso amigo capitão Valdemar sobre a pesca do bacalhau nesses recuados tempos, iremos constatar que nem só de pesca se tratava e que, pelos vistos, muito mais estava em jogo. Afinal a ciência estava sempre presente e era uma constante nas navegações dos Portugueses...
1500 - «Por volta de 1500, no hemisfério norte, [os Portugueses] terão provavelmente chegado à Gronelândia, ao Labrador e à Terra Nova. Na década de 1520, tentaram estabelecer uma colónia na ilha de Cape Breton e, em meados do século XVI, na Nova Escócia.» [in Um Mundo em Movimento- Os Portugueses na África, Ásia e América (1415-1808), de A. J. R. Russell-Wood, DIFEL- Difusão Editorial, S.A., Lisboa, 1998, pp. 19-20]
1502 - «O planisfério dito de Cantino, de 1502, “é a primeira carta a dar uma incipiente representação da Terra Nova, sob a designação de Terra del Rey de Portugal!”» [Oc45, 77] «O que assinalamos como importante na viagem de Gaspar Corte Real foi o facto de a partir dela se ter elaborado o planisfério de Cantino pelo qual se divulgava um primeiro mapa menos fantasioso dessas regiões...» [HPB, 20]
1504 - «Carta de Pedro Reinel que representa a Ocidente, no Atlântico Norte, a região da Terra Nova e regiões próximas. Os autores de cartografia defendem que esta carta foi o resultado da viagem de Miguel Corte Real em 1502 e outra que se seguiu em 1503, em busca deste navegador e de seu irmão Gaspar Corte Real, viagens em vão quanto ao objectivo primordial, mas que mantiveram o reconhecimento sistemático da orla marítima oriental da Terra Nova e regiões vizinhas, a norte e a sul, portanto muito importantes como fontes adequadas para os cartógrafos e para a história da geografia.» [Oc45, 32] «Os primeiros empreendedores quiseram associar-se com alguns da Ilha Terceira, e assim combinados fizeram partir uma colónia para se estabelecer na Terra Nova, e isto com tanta brevidade que quando os Bretões e os Normandos ali chegaram, em 1504, já acharam, segundo J. Verazanni [na relação da viagem que fez à Terra Nova ao serviço da França, publicada em 1525], os portugueses de posse de uma parte da costa; o que os fez contentar com o reconhecimento da outra porção, tanto para Norte como para Sul da que os nossos já ocupavam, e aonde faziam as suas pescarias.» [Oc45, 77 ] Manuel