terça-feira, 8 de setembro de 2009

Distinção para a Autarquia Ilhavense e para o Museu Marítimo


Gazela Primeiro


Importante gesto de consideração institucional


A Câmara Municipal de Ílhavo e o Museu Marítimo  foram galardoados com o título de “Membros Honorários da Philadelphia Ship Preservation Guild”, organização não governamental americana proprietária e gestora do Lugre Gazela Primeiro. Esta honrosa distinção foi entregue ao presidente da CMI, Ribau Esteves, no passado dia 8 de Agosto de 2009, por Eric Lorgus, presidente daquela instituição.

Recorde-se que Eric Lorgus participou na sessão comemorativa dos 72 anos do Museu Marítimo de Ílhavo, onde apresentou uma exposição relacionda com o trabalho sobre o Gazela Primeiro.

Este foi um importante gesto de consideração institucional, que serve para aprofundar um relacionamento mútuo, visando a preservação do Gazela Primeiro, a realização de uma viagem a Ílhavo/Portugal e o trabalho de promoção dos valores do Mar na Sail Training International.

Esta relação institucional nasceu da Regata dos Grandes Veleiros realizada em Setembro/Outubro de 2008, ligando Falmouth, Ílhavo e Funchal.

Fonte CMI

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Ruy de Carvalho: Se calhar foi Cristo que me ensinou a sofrer bem


Ruy de Carvalho


Ama o teu próximo com a ti mesmo

Em entrevista ao Expresso («Actual»), Ruy de Carvalho evoca os ensinamentos de Cristo, fala da sua relação com a Igreja Católica e lembra o lugar onde se sentiu "mais pequenino". Excerto:
Esta entrevista começou por causa das frases que não se esquecem. Mas ainda não disse se há alguma que diga muito sobre a sua vida?
Uma frase que tenha a ver com o contacto com os meus semelhantes?
Sim.
Ama o teu próximo como a ti mesmo.
Isso é cristão.
Eu sou muito cristão.
Mas não é católico praticante.
Não sou. Talvez tenha sido. A minha mulher [Ruth de Carvalho] era. Mas também era filósofa e estudava a história das religiões. Era formada em História e Filosofia. Tenho muita fé, mas não sei se é na Igreja Católica ou se é noutra igreja qualquer. Acredito que há um ser superior, que toma conta de nós.
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Stella Maris em peregrinação a Fátima

Quatro momentos da peregrinação



Peregrinções do Stella Maris
vão continuar até 2012

Esta foi a segunda peregrinação de bicicleta a Fátima, com organização do Stella Maris, da Obra do Apostolado do Mar. Participaram 14 ciclistas e duas acompanhantes, para o apoio sempre indispensável, que estes peregrinos não são profissionais dos pedais, com o intuito de criar unidade entre amigos daquele clube, vocacionado para a ajuda espiritual, religiosa e social aos homens do mar e da ria, bem como às suas famílias.
Segundo o diácono Joaquim Simões, director do Stella Maris, esta iniciativa pretende também dar a conhecer a importância do Apostolado do Mar, na Diocese de Aveiro, com diversos arciprestados ligados ao sector lagunar e marítimo, de forma directa ou indirecta. Considera este dirigente que o clube só poderá ser mais útil se for mais conhecido e mais compreendido.
Conforme nos testemunhou, a viagem decorreu muito bem, mas fez questão de sublinhar que uma peregrinação de bicicleta ao santuário de Fátima “não é pêra doce”. De qualquer forma, importa salientar que o espírito de sacrifício foi assumido com grande ânimo, patente durante todo o trajecto. É objectivo da direcção desta instituição da Igreja Católica continuar com as peregrinações, pelo menos até 2012.
FM

Crónica de um Professor: La Rentrée




Era uma alegria o início do ano lectivo
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Era o título de um texto do compêndio de Francês, do ensino liceal, em meados do século passado. Na altura em que se aprendia a valer e se ensinava por gosto, era uma alegria o início do ano lectivo.
Os alunos que prosseguiam estudos, iam rever os seus colegas de anos anteriores, saborear momentos de agradável convívio, camaradagem, sem os meios sofisticados e apelativos de que a Escola de hoje dispõe. A escola era o local das aprendizagens para a vida, a todos os níveis, não tinha a dimensão de recreio alargado que hoje lhe querem atribuir! Bons velhos tempos, que nada dizem a estas gerações do fast food, para quem o papel higiénico brota da parede e os frangos de aviário saltam directamente do supermercado para o prato, sem sequer terem passado, por um campo, onde pudessem esgaravatar! Este termo é desconhecido da maior parte dos nossos jovens, que noutros tempos até o usavam numa pluralidade de sentidos! Nas Gafanhas de antanho, significava lutar pela vida, procurar o sustento, tal como a galinha faz no chão.
Mas deixemo-nos de saudosismos estéreis e passemos à ordem do dia – La Rentrée, pelo menos para a classe docente que hoje se apresentou nas escolas, retomando o serviço. Hoje em dia, este termo aplica-se a uma série sectores de actividade, demarcando bem o período de interrupção, para alguns, denominado de férias. A palavra soou a música enquanto durou e cada um utilizou esse tempo, da forma que mais lhe aprouve!
Agora, o tempo é de retorno ao trabalho e isso está bem patente por toda a parte: nos hipermercados que têm agora o seu S. Miguel na venda de material escolar. Nas famílias com descendentes em idade escolar, fazem-se contas à vida, revêem-se orçamentos, para que nada falte aos alunos.
Os políticos, regressados de férias redobram esforços, no sentido de angariar simpatizantes e votantes nas eleições que se avizinham. Até o governo, numa tentativa de conquistar as boas graças dos docentes, vem acenando com a promessa generosa de colocar um batalhão de professores que se angustiam com um futuro negro ou o espectro do desemprego. Nunca houve tão grande número de colocações de professores, como promete o ministério, este ano, a um escasso tempo das eleições. Será? Ficam aqui as palavras de Tomé: ver para crer!

Mª Donzília Almeida
01.09.09

250 ANOS DE ESTÓRIAS NA RIA

No Rossio, 19 de Setembro,
festa para toda a gente

Rossio
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Estamos a cerca de duas semanas da realização da Festa dos Amigos e Vizinhos - 250 anos de Estórias na Ria - 19 Setembro,  no Rossio. Trata-se de um evento promovido pelos Amigos d’ Avenida e por um conjunto de cidadãos de Aveiro, inserido nas comemorações dos 250 anos da cidade.
Esta festa é o culminar de seis meses de actividades deste movimento, tendo como um dos objectivos a promoção da reflexão sobre as transformações da cidade, em particular do seu espaço público, e o desenvolvimento de actividade experimentais de animação do espaço.
Todos os aveirenses, e não só, estão, por isso, convidados.
Ver Programa aqui

Efeméride Gafanhoa: Nascimento de Joana Maluca

1788 - 7 de Setembro

Joana Rosa de Jesus, mais conhecida por Joana Maluca, nasceu nesta data. Faleceu em 1878, com 90 anos de idade.
Leia mais aqui

Citando Patrícia Reis...

A propósito de Uma Ideia para Portugal, em que apresentei a proposta de Patrícia Reis, lembrei-me desta sua frase. Aqui fica ela.
“Acredito que há sinais da Graça de Deus todos os dias. Deus está nisso tudo. Não é aquele Senhor de barbas brancas sentado lá em cima a olhar para mim à espera que eu faça asneiras. Somos demasiado pequenos para que Ele olhe para cada um individualmente, por isso vivemos nesse silêncio de Deus que é um silêncio aparente. Ele vai-se manifestando. Basta ter atenção.”


Patrícia Reis, autora do livro Silêncio de Deus
Citada no livro Janela do (in)finito, de Anselmo Borges,
por Guilherme d’ Oliveira Martins

sábado, 5 de setembro de 2009

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 147

BACALHAU EM DATAS - 37


Creoula - 1937
Caríssimo/a:
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1937 - «A Companhia União Fabril, concessionária dos estaleiros da Rocha do Conde de Óbidos, no porto de Lisboa, iniciou em 1937, os trabalhos da construção dos dois primeiros navios de pesca em ferro, fabricados em Portugal. Tendo sido efectuado o lançamento das quilhas no dia 3 de Fevereiro de 1937, foram construídos, lado a lado, dois navios gémeos – CREOULA e SANTA MARIA MANUELA – uma nova classe de navios bacalhoeiros inspirados nas antigas escunas da Nova Escócia. Os trabalhos de construção decorreram em 62 dias úteis e a cerimónia de lançamento à água ocorreu a 10 de Maio de 1937. Após o lançamento, os navios foram mastreados e acabados de aparelhar, tendo o CREOULA sido entregue ao armador em Junho, efectuando a sua primeira campanha de pesca nesse ano.» Creoula, 33-38
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«[...] [O CREOULA e o SANTA MARIA MANUELA] eram navios “gémeos” com 62 metros de comprimento numa deslocação de 1247 t, com uma estrutura reforçada de aço à proa, que permitia a navegação em segurança em mares de gelo, acomodações para 52 homens e todo o equipamento moderno. O CREOULA reunia sadias condições, era uma boa construção e um óptimo veleiro.» Oc45, 111
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«De acordo com a Revista da Marinha, de 19.11.1941, os alojamentos dos lugres CREOULA e SANTA MARIA MANUELA estavam forrados a madeira nas amuradas e anteparas, permitindo um aquecimento a água quente num circuito de tubos de ferro. Os alojamentos dos capitães, oficiais e motoristas situavam-se à ré e possuíam aquecimento central com irradiadores. Estavam ainda munidos de electricidade, TSF, projectores, instalação frigorífica e sonda eléctrica.» Oc45, 119, n. 6
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«...[V]erificando-se que os franceses usavam o sistema de trole desde o início do século XX, com dois pescadores em cada dóri, decidiu-se que também na frota portuguesa deveria ser introduzido tal método, tendo desempenhado o CREOULA o papel de navio pioneiro na concretização desta experiência. Assim, no decurso da sua primeira viagem, em 1937, o CREOULA partiu para a Terra Nova equipado com dóris adaptados a dois homens. Confrontados com a novidade, registou-se por parte dos pescadores uma firme atitude de recusa relativamente à experimentação deste método que, inúteis os dóris empilhados a bordo, tornou-se necessário que o capitão recorresse aos restantes navios da frota bacalhoeira portuguesa na Terra Nova, solicitando o empréstimo de dóris de um só homem, tradicionalmente utilizados pelos nossos pescadores.» Creoula, 19
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«Em 1937, o Ministro da Marinha autorizou a compra de navios de comércio com mais de 10 anos, contados a partir da data do lançamento à água, sob prévio parecer do Conselho Superior da Marinha, enquanto durasse a “situação anormal do mercado de navios e de custo das construções navais”. [in “O Ilhavense”, n.º 1178, 07.11.1937, p. 1]» Oc45, 119 n. 2
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Neste ano de 1937, é constituída a Sociedade Pascoal e Filhos com dois barcos de pesca à linha: RAINHA SANTA e D. DINIS.
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Manuel

Uma Ideia para Portugal




"Todos os dias, antes de dormir, meia hora de leitura. Não importa que livro, importa o exercício. Ao mesmo tempo, como acumulamos livros que não voltaremos a reler, é uma óptima ideia reciclar tendo em vista quem mais precisa: de seis em seis meses, olharmos para as estantes e tirarmos os livros de que já não precisamos e que podem ser entregues às bibliotecas, aos serviços prisionais, às juntas de freguesia, aos centros de orientação dos sem-abrigo. Ou então o bookcrossing. Vá ao google e procure."
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Patrícia Reis,
Escritora e jornalista,
no i de 04-09-2009

ÉTICA E RELIGIÃO




Desde o Eutífron, de Platão, que, nesta relação de ética e religião, se coloca o famoso dilema: os mandamentos são bons porque Deus os prescreve ou Deus prescreve-os porque são bons? Na segunda hipótese, Deus não seria absoluto, já que subordinado a normas e valores independentes dele. Na primeira, poderia mandar o arbitrário, como afirmou o voluntarismo medieval: segundo Ockam, "Deus pode ordenar que a vontade criada o odeie".
Mas o dilema tem solução. O Homem é um animal ético e a moral é autónoma. Ao contrário dos outros animais, o Homem vem ao mundo por fazer e tem de fazer-se, realizar-se a si mesmo. E qual é o critério da acção humana boa senão precisamente a adequada e plena realização do ser humano? A exigência moral não surge do facto de se ser crente ou ateu, mas da condição humana de querer ser pessoa humana autêntica e cabal, plenamente realizada, de tal modo que o teólogo Andrés Torres Queiruga pode escrever, com razão: se se pensar fundo, "não existe nada que no nível moral deva fazer um crente e não um ateu, contanto que tanto um como o outro queiram ser honestos". Se dissentirem em muitas opções, isso não acontecerá propriamente por motivos religiosos, mas morais, devido à dificuldade em saber qual é muitas vezes a decisão correcta.
Então, por paradoxal que pareça, autonomia e teonomia coincidem. De facto, se se aceitar, como é o caso da perspectiva cristã, que Deus cria por amor, o que é que Deus pode querer e mandar senão precisamente a adequada e plena realização da pessoa humana? Na criação por amor, o único interesse de Deus só pode ser o Homem vivo, realizado e feliz.
Mesmo que não possam ser separadas, moral e religião distinguem-se. A prova está em que se pode ser não religioso e moral: não é verdade que, "se Deus não existir, tudo é permitido". Por outro lado, o crente também sabe que a religião, embora a implique, não se reduz à moral.
De qualquer modo, a religião pode contribuir para a moral, de múltiplos modos. A religião autêntica deverá constituir mais um impulso para a acção ética. Quando se pergunta pelo fundamento último da moral na sua incondicionalidade, é difícil não ser confrontado com a religião e o absoluto de Deus. Depois, a religião dá horizonte de futuro, mesmo quando se falhou e se precisa de perdão e novo alento - há uma personagem de Hemingway que, a um dado momento, pergunta, perplexa: agora que não há Deus, quem nos perdoará? -, e abre à esperança de sentido último.
Melhor do que o que aí fica poderá dizê-lo uma carta comovente que o senador Edward Kennedy enviou ao Papa, pouco tempo antes de morrer, e que o cardeal Th. McCarrick revelou na celebração do seu funeral.
Alguns passos: "Santidade, espero que ao receber esta carta goze de boa saúde. Rezo para que tenha todas as bênçãos de Deus na condução da nossa Igreja e inspire o mundo nestes tempos difíceis. Escrevo-lhe com profunda humildade para pedir-lhe que reze por mim, agora que a minha saúde declina. Foi-me diagnosticado um cancro no cérebro há mais de um ano e, embora continue em terapia, o mal continua a minar-me. Tenho 77 anos e preparo-me para a passagem seguinte da vida. Tive a graça de ser membro de uma família maravilhosa, e os meus pais, em particular a minha mãe, mantiveram a fé católica no centro das nossas vidas. O dom da fé manteve-se, cresceu e deu-me alívio nas horas mais escuras. Sei que fui um homem imperfeito, mas com a ajuda da fé procurei endireitar o caminho. Quero que saiba, Santidade, que nos quase 50 anos de serviço público, dei o meu melhor para embandeirar os direitos dos pobres e abrir portas de oportunidades económicas. Trabalhei para receber os imigrantes, combater a discriminação e ampliar o acesso aos cuidados médicos e à educação. Procurei sempre ser um católico fiel, Santidade, e embora as minhas debilidades me tenham feito falhar, nunca deixei de crer e respeitar os ensinamentos fundamentais da minha fé. Rezo para que Deus o abençoe a si e à nossa Igreja e agradeceria muito as suas orações por mim."

Anselmo Borges

In DN

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Grande lição de vida...




O doente que visita outros doentes

Durante as minhas caminhadas matinais, por decisões de saúde, cruzo-me, por vezes, com um velho amigo, de 80 anos, que anda pelas ruas da Gafanha da Nazaré num carrinho eléctrico. Sei que foi afectado por uma doença rara que o impossibilitou de trabalhar, já há anos, dificultando-lhe a caminhada.
Hoje encontrei-o em conversa amena com um idoso, um pouco mais velho, mas também limitado. Nem com a bengala pode chegar para além do primeiro cruzamento, poucos metros ao lado da sua residência. Ao vê-los, interrompi a conversa que ambos travavam para os cumprimentar.
Depois das saudações e das habituais perguntas sobre o estado de saúde e de ânimo de cada um, abordámos a questão do carrinho eléctrico que o leva “para todo o lado”.
Com a doença, o meu amigo não podia sair de casa. Apenas o fazia quando precisava de ir aos médicos. As quatro paredes da sala onde estava habitualmente limitaram-lhe os horizontes, o que o deixava triste. Só a visita de familiares e amigos o animava.
Um dia acordou com a imaginação afiada, na procura de uma solução para a sua vida. E daí a comprar o carrinho foi um já. Agora, diz-me ele, já pode sair todos os dias, percorrer as ruas da Gafanha da Nazaré, olhar as pessoas, apreciar a vida agitada de muitos, encontrar-se com amigos, ir ao médico e à farmácia, ou fazer compras sem incomodar ninguém.
Contudo, de uma coisa se lembrou: sempre ficava muito contente quando alguns amigos ou familiares o visitavam. “E se agora fosse eu visitar os amigos doentes?”, concluiu. E foi mesmo.
Começou então a enumerar os que tem andado a visitar, dizendo da alegria que vê nos seus rostos. Alguns eu próprio até pensava que tinham morrido. E apenas lhe disse, com convicção: “Está a fazer uma grande coisa; deu-me uma grande lição.” E um largo sorriso encheu os seus olhos.
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Fernando Martins

Aventuras de um boxer


Canino na calçada
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La rentrée

Olá, Amigos!
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Depois dum período longo de convalescença, no meu pós-operatório, cá estou de novo, pronto para as curvas! Para as curvas e para as rectas... que, quando se trata de maratonas em que sou já um habitué, há de tudo, pela frente! E eu não sou criatura de me deixar ficar para trás, quem fica às vezes, é a minha dona, coitada! Eu bem olho para ela com ar de estímulo e incentivo... mas tenho mesmo que reduzir, um pouco, a minha aceleração, para ela me alcançar! Já é uma senhora madura, na idade e no juízo... ou ela acha que sim! Mas às vezes, é tão infantil comigo, quando se põe a falar em baboseiras que os caninos não entendem! Pensará ela que eu entendo tudo o que me quer dizer? Não andei na escola, apesar do grande valor que isso tem para ela! Acha que nós, os cães, também devíamos ser alfabetizados, p’ra não ficarmos atrás dos outros na UE. Dizem algumas más-línguas que vamos atrás de muitos povos... nisto, naquilo e naqueloutro! Num ror de coisas!
Que me dava um certo jeito aumentar o meu vocabulário, lá isso dava! Quando ela se põe a falar de mim aos amigos e diz que sou muito efusivo... bolas! Não percebo mesmo nada! Um dia ouvi um amigo dela trocar isso por miúdos e dizer que sou um chato! Aí, fiquei triste, porque ... chatos... são aqueles parasitas que metem o nariz onde não devem e não pagam renda, do espaço que tomaram de assalto!
Eu apenas sou muito dedicado à minha dona e tenho de lho demonstrar todos os dias. Ela até diz aos amigos que cão como o dela não há! A intensidade do afecto que lhe dedico não é como nos humanos que vai esmorecendo com o passar do tempo! Até diz, numa linguagem, só dela, que é inversamente proporcional à duração do tempo que passam em comum. Comigo não é nada disso! Quanto mais conheço a minha dona, mais gosto dela! Cada dia que nasce é a mesma surpresa p’ra mim e a mesma quantidade de mesuras que lhe faço! Ah! Mas nisso há reciprocidade, pois ela também faz o mesmo. Até diz que eu começo a rebolar-me, mal sinto a sua aproximação! É o que os humanos dizem... gozar por antecipação! É uma delícia esta interacção entre nós e os humanos! De vez em quando, lá vem uma ovelha ranhosa estragar esta nossa reputação de amigos do homem, de fiéis amigos, de cãopanheiros incondicionais, na figura de um rotweiler tresmalhado, de um pitbull tresloucado, ou de um doberman assanhado, que atacam os humanos como eles fazem entre si!! Que os humanos se dêem mal uns com os outros, que se hostilizem, como disso são bom exemplo os políticos, é lá com eles! Que se matem, que se esfolem, mas entre nós tem que haver regras! Não pode imperar a lei da selva!
Por isso é que me sinto mal na minha reputação de boxer cheio de dignidade e nobreza, quando ouço relatos dramáticos dos ataques perpetrados por esses congéneres! Que Deus lhes perdoe!
O meu tempo alargado de convívio com a dona, chegou ao seu terminus, agora que a Rentrée está à porta para os alunos. Para a classe da minha dona já chegou mesmo de armas e bagagens!
Acredito que há-de sobrar sempre um tempinho curto, da dedicação exclusiva à escola, para continuar a passar-me a mão pelo pêlo! A minha sensibilidade canina agradece!

M.ª Donzília Almeida

02.09.09

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

SEDOV: O maior veleiro do mundo volta ao nosso porto

SEDOV
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Depois da sua passagem pelo nosso Município em Setembro de 2008, no âmbito da Regata dos Grandes Veleiros, que ligou Falmouth (Inglaterra), Ílhavo e o Funchal, o STS SEDOV escolheu o Porto de Aveiro para porto de paragem na sua viagem entre Delfzijl (na Holanda) e o Mónaco.
O SEDOV chegará amanhã, dia 4 de Setembro (Sexta-feira), partindo três dias depois (7 de Setembro), rumo ao Mónaco. Segundo informação obtida junto do operador, o navio estará aberto para visitas nos dias 5 e 6 (Sábado e Domingo), entre as 10 e as 20 h, e ficará atracado no Terminal Norte do Porto de Aveiro, no mesmo local onde esteve durante a Regata de 2008.
O STS SEDOV foi construído em 1920, tendo como porto de origem Murmansk, (Rússia). Com os seus 108,70 metros de comprimento, e capacidade para transportar uma tripulação de mais de 300 pessoas, é considerado o maior veleiro do mundo.
A vinda do STS SEDOV surge como consequência da excelente recepção de que foi alvo durante a Regata, sendo o primeiro veleiro “Classe A” a visitar o nosso Município e o nosso Porto desde que este, fruto do Protocolo celebrado entre a Câmara Municipal de Ílhavo e a Administração do Porto de Aveiro, em Março de 2009, obteve o estatuto de “Friendly Port”, que garante aos veleiros que nos visitam condições excepcionais de estadia.
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Fonte: CMI

No funeral de Claudette Gaspar Albino

Avó Dette

Agradeço a presença de todos os que compareceram na despedida da minha avó, Claudette Albino. Agradeço sobretudo a amizade.
Nos últimos meses a saúde da minha avó esteve bastante debilitada, no entanto a minha avó sempre foi uma mulher de força. Por isso, a mensagem que quero transmitir é uma mensagem de alegria e vida. Não quero que recordem a morte da minha avó, quero que recordem a sua vida. A minha avó para além de uma excelente profissional, cidadã e amiga era uma mulher extraordinária.
Foi a minha avó que me ensinou a ler antes de entrar na primeira classe, ensinou-me também a tabuada enquanto jogávamos a bola. Podia contar centenas de episódios da vida da minha avó no entanto demoraria uma eternidade. Elegi dois que penso que transmitem bem a mulher que eu quero que lembrem.
Certo dia, estava com a minha avó no sótão de sua casa. A minha avó estava de gatas a ensinar-me a saltar ao eixo quando entra o meu avô e diz “Claudette, olha que tu pela tua neta só não fazes o pino!”. A minha avó logo respondeu “Não faço, mas fazia. E se calhar ainda faço”. Nisto, fecha a porta do sótão, encosta-se à parede e faz o pino. A partir desse dia a frase do meu avô alterou-se, deixou de ser “… só não fazes o pino” e passou a ser: “Claudette, pela tua neta, até fazes o pino”.
Uns anos mais tarde, no quintal dos meus avós, caiu de um ninho um passarinho que ainda não sabia voar. A minha avó acolheu-o, levámo-lo para dentro de casa e pusemo-lo numa caixa com uma manta e um prato com pão aguado. Ao final da tarde fomos vê-lo e ele não tinha comido nada. A minha avó pegou-lhe, pôs o pão aguado na boca dela e alimentou o passarinho que debicou a comida dos seus lábios.
Esta é a Avó Dette, a minha avó. Esta é Claudette Albino. A mulher que me mimou e acarinhou sempre, a mulher que me ensinou com amor e seriedade a importância de ser uma boa cidadã, levando-me com ela a eventos dos Lions, a mulher que até hoje e em toda a minha vida, me fará crescer.
Considero-me a sua neta mais sortuda por ter tido a alegria de viver com ela durante mais tempo e em anos em que a saúde era outra.
A minha avó era a Avó, no verdadeiro sentido da palavra. A Avó que educa, e que “deseduca”, no sentido de brincadeira da palavra. A avó que em idas ao cabeleireiro, quando eu era mais pequena, me deixava escolher os cortes de cabelo e fazer as madeixas que a minha mãe não deixava, porque eram de facto horríveis, mas na altura eu adorava e ficava felicíssima só por poder decidir.
A minha avó é o meu ídolo e agora espero que ela possa realizar o seu último desejo: reunir-se à sua avó, uma mulher de quem também muito me falou, julgo que pelos mesmos motivos que me farão falar para sempre dela.
A minha avó é sem dúvida uma das mulheres mais extraordinárias que, todos os que com ela conviveram de alguma forma, tiveram a oportunidade de conhecer.

Obrigada

Ana Cláudia Cardielos
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NOTA: Há jovens que nos dão extraordinários exemplos de vida. Pela forma serena como enfrentam situações difíceis; pela coragem como reagem às adversidades; pela lucidez como vencem barreiras alimentadas por tradições ancestrais; pela espontaneidade como manifestam o amor por alguém; pelo á-vontade como sublinham a ternura por quem os orientou na vida; pela sensibilidade como proclamam vidas com sentido.
Por tudo isto, que percebi no texto que me foi enviado por pessoa amiga, publico, neste meu espaço, a mensagem de alegria, que Ana Cláudia Cardielos proclamou na hora em que tantos se despediram da  sua avó Claudette, com desejos de que os amigos e familiares não fiquem com a sua morte, mas que recordem  a sua vida.
 
Fernando Martins

Fábrica de Conservas em São Jacinto

A propósito de uma referência, no meu blogue, a uma fábrica de conversas que existiu em São Jacinto, Jorge Meneses teve a gentileza de me enviar dois comentários, com foto de um catálogo alusivo à referida fábrica, datado de 1914.
Sublinha o meu leitor que a empresa era designada por  Fábrica Brandão Gomes & C.ª, com sede em Espinho. Tinha três filiais: Matosinhos, São Jacinto e Setúbal.
Adianta que, infelizmente, “a única coisa que sobrou desse império conserveiro foi o corpo principal da Fábrica de Espinho, completamente restaurado para o Fórum de Arte e Cultura de Espinho (valha-nos ao menos isso).”
Com os meus agradecimentos, aqui fica a informação.

As minhas homenagens ao Padre Lé



Com as novas nomeações do nosso Bispo, D. António Francisco, o prior da Gafanha da Nazaré, Padre Francisco Melo, vai assumir a paroquialidade da Gafanha da Encarnação. O meu bom amigo Padre Manuel Lé vai, portanto, deixar a paróquia que serviu, com inexcedível zelo, durante 52 anos, depois de paroquiar Préstimo e Macieira de Alcoba, no arciprestado de Águeda.
O Padre Manuel Ribau Lopes Lé nasceu em 4 de Agosto de 1922, na Cambeia, Gafanha da Nazaré, tendo sido ordenado presbítero no dia 20 de Setembro de 1947, no Bunheiro, por D. João Evangelista de Lima Vidal. Nessa paróquia, aliás, serviu como coadjutor durante cinco anos, sendo o braço direito do Padre Domingos da Silva Pinho, por quem tinha e teve, ao longo da vida, muita estima.
Não será altura de avaliar, ao pormenor, o que foi a vida sacerdotal do Padre Manuel Lé, um amigo do seu amigo, mas também, e sobretudo, um homem de fé, com a ideia fixa dos seus deveres de pastor de almas.
Conheci-o desde sempre. Participei, aos nove anos de idade, na sua missa nova, na igreja Matriz da Gafanha da Nazaré, no dia 28 de Setembro de 1947, sendo Prior o Padre Guerra. Lembro-me, perfeitamente, que o Prior Guerra estava ao seu lado, no altar, indicando-lhe, momento a momento, o que devia ler no leccionário. Penso que talvez fizesse isso, não fosse o novo padre enganar-se com os nervos.
Depois, acompanhei-o de perto, tendo sido, na minha juventude, meu director espiritual. Com ele me aconselhava nas dificuldades da vida. E dele recebia sempre a reflexão meditada e acertada, que procurei seguir ao longo da vida. Daí a estima que nutro por ele.
Já agora, permitam-me que diga que foi, por andar com ele, que um dia encontrei a minha futura esposa. Por isso mesmo, foi o Padre Lé que presidiu à celebração do nosso matrimónio, precisamente no Bunheiro, paróquia em que iniciou as suas funções presbiterais.
Ao deixar agora a paroquialidade da Gafanha da Encarnação, posso adiantar que o Padre Lé cumpriu, plenamente, a sua missão de pastor e de amigo, durante gerações. E estou certo de que, mesmo com direito pleno ao merecido descanso, não deixará de continuar com o seu povo. Com a sua presença e com as suas orações.
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Fernando Martins
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Nota: No dia da sua missa nova houve um grande fogo nas medas de palha dos pais do futuro Padre Alexandre Vilarinho. A foto do Padre Lé faz parte dos  meus arquivos. Foi tirada em 1956.

Alçada Baptista e Raul Solnado


Alçada Baptista era um bom contador de histórias. Incisivas e com graça. Como esta:

O meu querido Raul Solnado quis ser simpático com o filho de um amigo, um rapaz de 23 anos. Achou que se devia interessar pelas suas preocupações. Disse-lhe:
- Então, rapaz, tens lido alguma coisa?  Gostas de ler?
Ele pensou só um bocadinho e respondeu:
- Evito.

In A Cor dos Dias

Os nossos emigrantes

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Adelino Caixote garante:
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As saudades de quem emigra são sempre muitas

Adelino Marques das Neves, mais conhecido por Adelino Caixote, 80 anos, está de férias na Gafanha da Nazaré, terra onde nasceu e que não lhe sai do coração, enchendo-lhe o pensamento com recordações e vivências. Casado com Zaida das Flores Sousa, natural da freguesia das Mercês, Lisboa, mas criada, desde menina, na Costa Nova. Radicados nos EUA, em New Jersey, procuram vir a Portugal, agora com mais frequência, porque estão livres de compromissos profissionais. Não tencionam, para já, regressar de vez, porque toda a família tem os pés bem assentes na terra do Tio Sam.
Conheço o Adelino desde que me conheço. Na sua oficina de bicicletas, em frente da igreja matriz, era ele quem remendava algum furo da minha bicicleta ou a afinava, para mais velocidade atingir. Vi crescer os seus filhos, sobretudo os dois mais velhos, e fui apreciando o seu esforço, de braço dada com a esposa, para governar a casa. Depois soube que emigrou para a América, em 1971, “legalmente”, com todos os seus, na esperança de encontrar dias melhores. Em conversa com o casal, senti a satisfação de ambos pelas conquistas alcançadas.
O Adelino e a Zaida estão casados desde 1954 e é um casal feliz, depois de muito trabalho e sacrifícios sem conta. Recordam o dia, 19 de Dezembro, em que o nosso prior de então, padre Saraiva, abençoou o seu matrimónio. Pais de quatro filhos, têm três vivos, “graças a Deus”. O Adelino, o mais velho, engenheiro químico, tem 55 anos. A seguir vem o Pedro, arquitecto, de 50, e por fim a Dora, de 44, bancária. Ainda têm seis netos.
Antes de emigrar para os EUA, o nosso entrevistado trabalhou como mecânico na EPA (Empresa de Pesca de Aveiro), nos Estaleiros de São Jacinto e nas oficinas de Dinis Teixeira, Bóias e Piçarra. Passou pelas Minas de Queriga, perto de Santa Comba Dão. Veio a seguir a oficina na sua residência, frente à nossa igreja, onde consertou bicicletas e motorizadas durante sete anos.
“A oficina já não dava para sustentar a família, na altura com dois filhos, e fui para o bacalhau como ajudante de motorista; com a carta de motorista, fiz algumas viagens no Coimbra, no Adélia Maria e no Navegante”, explicou-nos o Adelino.
A experiência da Alemanha surgiu a seguir. Ainda como motorista marítimo, com carta tirada naquele país também. Sozinho, porque não via hipóteses de ter a família consigo, como era seu desejo. Fez duas viagens como 3.º e lá ganhou “bom dinheiro”, tendo a vantagem de não ser “trabalho forçado”, porque “tinha horário para trabalhar e para descansar, não era como nos navios portugueses”.
“Recebi a carta de chamada dos meus irmãos e fui para os EUA com toda a família, como era o meu sonho; era um país onde mais me podia realizar... e nunca me arrependi de ter dado este passo” disse. E acrescentou: “Na América trabalhei na construção de estradas, onde sofreu muito; era muito duro; não conhecia a língua...” (Aqui o Adelino emocionou-se…)
Mais sereno, referiu que tudo já tinha passado e continuou a acreditar que era na América que tinha mais garantias para um futuro melhor.
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Entretanto, apareceu um anúncio num jornal a pedir um mecânico montador. Com a ajuda de um espanhol, respondeu e foi admitido, depois de provar que estava legal e de apresentar as cartas de motorista marítimo e outros documentos profissionais. A sua função consistiu em montar uma nova fábrica de produtos químicos, no local onde uma outra tinha explodido. Ali ficou encarregado de todas as operações, com a orientação e ajuda de um engenheiro espanhol, que tinha elaborado os planos. Seleccionou, para isso, o pessoal necessário e lá ficou, até se reformar, na manutenção.
Quando deixou a Gafanha da Nazaré, só veio de férias dez anos depois. “Achei tudo muito estranho, porque estava tudo muito modificado; muitas casas, uma coisa fora do normal; os caminhos de areia foram substituídos por estradas alcatroadas com muito movimento.” E acrescentou: “As saudades de quem emigra são sempre muitas. Agora, apesar de reformado, tenho de continuar a ir para a América, porque tenho lá os meus haveres, os filhos e os netos; mas sempre que posso passo por cá uns tempos. Praticamente venho à Gafanha da Nazaré todos os anos.”
A Zaida acompanhou a entrevista, concordando com o que dizia o marido, o Adelino Caixote. E reconhece que foi difícil a adaptação. “Sempre trabalhei na confecção em série e quanto mais fizesse mais ganhava”, esclareceu.
Sem saber a língua, “no supermercado pedia o que precisasse apontando para as coisas” e com os filhos falava em Português. Nas escolas “eles começaram a falar Inglês com os colegas. E foram os filhos que ajudaram o casal a entrar na língua inglesa”.
Quando regressei à Costa Nova, fiquei admirada com o que vi, “tudo tão diferente: no vestir, no conviver, no ambiente, nas casas novas dos pescadores...”
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Fernando Martins

Selecção Nacional de Futebol com prémios mais altos?

Gilberto Madail

"Gilberto Madail admitiu ontem, quarta-feira, ao JN, estar a equacionar elevar o montante do prémio de jogo, na hipótese de Portugal vencer a Dinamarca, adiantando, também, que poderá falar com Ronaldo sobre a polémica recente."

Esta é uma notícia interessante. Face, certamente, às más prestações da nossa Selecção de Futebol, repleta de bons jogadores muito bem pagos, a Federação resolveu dar volta à situação, aliciando os craques com uns prémios mais chorudos.... Talvez com mais dinheiro eles passem a jogar melhor. Se tal for verdade, é um escândalo. Não haverá, racionalmente falando, outras razões para o mau desempenho dos nossos jogadores? Só jogam bem, mesmo a sério, se lhe pagaram melhor?

FM

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Cardeal-patriarca repreende bispos e padres


"Enquanto houver alguns bispos e padres que se consideram com o direito de decidir pela sua cabeça os caminhos de pastoral (...) estamos a fragilizar a proposta cristã", afirmou D. José
 
  "O cardeal-patriarca de Lisboa repreendeu hoje bispos e padres que "se consideram com o direito de decidir pela sua cabeça" em vários domínios da Igreja Católica, considerando que isso fragiliza "a proposta cristã" e cria "divisões".
"Enquanto houver alguns bispos e padres que se consideram com o direito de decidir pela sua cabeça os caminhos de pastoral, o sentido da existência moral, a maneira de celebrar, estamos a fragilizar a proposta cristã, num mundo que saberá aproveitar, com os seus critérios, as nossas divisões", afirmou D. José Policarpo, no VI Simpósio do Clero, que junta em Fátima cerca de mil sacerdotes.
Para o cardeal-patriarca, que não concretizou a que situações se referia, o futuro da Igreja "ultrapassa as capacidades de visão e de decisão de cada um de nós", acrescentando que "a Igreja tem na sua unidade a sua força" e que a comunhão "é muito mais que uma questão de disciplina".
"A comunhão hierárquica exige a humildade da obediência, atitude básica de uma total disponibilidade para o serviço", disse."
 
Ler mais no Expresso ... Ler também em Ecclesia



Interpelar, opinar, julgar

É tempo de cada
um se assumir
com os seus direitos...
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"É tempo de cada um se assumir com os seus direitos, deveres e responsabilidades de cidadão e de cristão, se for o caso. Tempo é sempre. Porém, há acontecimentos que nos fazem acordar e nos empurram para caminhos novos, abertos e estimulantes, porventura incómodos, mas necessários. O tempo de eleições para escolher servidores do bem público, como devem ser sempre os deputados da Assembleia da República e os responsáveis autárquicos, não pode deixar-nos indiferentes e passivos. Quando impera o medo de falar ou a apatia generalizada, há sempre o perigo de serem incómodas as opiniões mais livres e realistas. É esse medo e essa apatia que agradam tanto aos ditadores como aos políticos fracos. Mas a uns e outros não se lhes pode proporcionar tal favor. Pelo contrário, há que mostrar que democracia é espaço de participação de todos e respeito pela liberdade de opinião de cada um."
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António Marcelino
Ler toda a crónica aqui

Peregrinação a Fátima, de bicicleta, por iniciativa do Stella Maris



15 amigos do Stella Maris – Obra do Apostolado do Mar vão de bicicleta em peregrinação a Fátima, nos dias 5 e 6 de Setembro. O responsável pela iniciativa é o diácono permanente Joaquim Simões, director do Stella Maris. O grupo sai da Gafanha da Nazaré às 6 da manhã do próximo sábado e espera chegar ao santuário de Fátima a meio da tarde.
É a segunda vez que esta peregrinação, de bicicleta, se realiza, à sombra do Stella Maris.

Festejos em honra da Senhora dos Navegantes: 19 e 20 de Setembro

Procissão pela Ria (foto de Carlos Duarte)
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Tradição vai manter-se
para alegria das gentes do mar e da ria


Os festejos em honra da Senhora dos Navegantes vão realizar-se nos dias 19 e 20 de Setembro. Cumpre-se, deste modo, a tradição, para alegria das gentes do mar e da ria, que nutrem por Ela uma terna devoção. A organização é do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, que conta com a indispensável colaboração da paróquia e da Obra do Apostolado do Mar, bem como da Junta de Freguesia, Instituto Português da Juventude, Câmara Municipal de Ílhavo, Porto de Aveiro e outras instituições particulares e oficiais.

No sábado, no Stella Maris, pelas 21 horas, vai ser celebrada uma eucaristia de acção de graças por todos os que labutam sobre as ondas do mar e na laguna aveirense, que dão pão para muitas famílias da nossa diocese, sem deixarem de estimular a coragem de todos, quando as águas revoltas ameaçam a integridade física dos marítimos.

No domingo, as festas começam com a procissão pela ria. O cortejo litúrgico sai do Stella Maris por volta das 14 horas, com irmandades e andores, em que pontifica o da Nossa Senhora dos Navegantes. Autoridades diversas, banda de música, grupos folclóricos e muito povo integram-se na procissão, que deve chegar ao Forte da Barra pelas 16.30 horas.

Deve assinalar-se a passagem por São Jacinto, onde o povo marca sempre presença simpática e amiga, mostrando a sua devoção a Nossa Senhora, graças à iniciativa louvável de Dona Fernanda.

No Forte da Barra, logo depois da chegada da procissão, haverá missa solenizada, com cânticos oferecidos pelos grupos folclóricos que participam nos festejos, sob o patrocínio do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré. Depois, no festival de folclore, actuam os Ranchos de Gouveia e de Taveiro, tal como o grupo anfitrião.

FM

terça-feira, 1 de setembro de 2009

O dramático regresso

Com o fim do Verão reabre o ciclo dos regressos. Da terra visitada, do longe espreitado, da casa ao trabalho, do diferente ao mesmo, da solidão à solidão. São muitos os regressos. E as memórias do vivido como que se desvanecem rapidamente pelas urgências a cumprir com as desarrumações da partida e da chegada. Afinal os locais, as pessoas, os hábitos, as rotinas como que teimam em dizer que nada se passou e que não cairia mal um início de férias que pusesse fim a todo este cansaço.
Mas quem mais sente esta mudança de registo é o mundo da diáspora. Mais uma vez vimos os nossos emigrantes e percebemos que tiveram que regressar por um imperativo doloroso não apenas de trabalho, mas de país readquirido, família ampliada, incapacidade de voltar atrás nas opções de vida há muito tomadas. A errância não é apenas a mudança de pátria e cultura. É uma procura incessante de equilíbrio entre o nomadismo e a vida sedentária.
Neste todo há alguém que está no fim da lista. Silêncio de elegância social, bloqueio político, incapacidade de alterar uma lei de despejo. São os repatriados. Um dia, na infância ou adolescência, partiram para a terra dos sonhos, a grande América.Com ou sem culpa envolveram-se em problemas criminais de maior ou menor gravidade. Manchado o cadastro, sentem alguém bater à porta, informar-se da identificação e, depois de lhes atar as mãos enviam-nos para a sua terra. Pura e simplesmente. O crime pode ter muitos anos, mas os retroactivos na lei não têm remissão nem apelo. E ei-los que voltam dolorosamente para a pátria, sem “saber” a língua, a cultura nem se enquadrar minimamente no novo-velho ambiente. A família está partida. A esperança afundada. Regressam compulsivamente à sua terra de que tantas vezes tiveram saudades míticas e quase são obrigados a odiar. O horizonte é negro. Serão recebidos, se não têm familiares, numa espécie de orfanato para adultos, apoiados por técnicos. Não poucas vezes vem o desespero e até o suicídio.
E o silêncio quase completo da sociedade perante um drama duplo. De quem regressa para a terra como exílio, e da comunidade que tem desconfiança e medo dos novos visitantes, velhos conterrâneos.
A Igreja foi quem mais atenção deu, de início, a este drama. Mas ele repete-se e aumenta. A pergunta continua a mesma: quem poderá travar esta avalanche de dramas? Que força política consegue humanizar uma lei com efeitos tão cruéis?
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António Rego

As três Repúblicas Portuguesas

Nem sempre há rigor na História de Portugal que nos é contada. No caso da República, há várias versões, nem sempre coincidentes. Vai daí, criou-se a ideia, há muito, que em Portugal houve a I República, estando nós, presentemente, na II República. No meio delas, houve o chamado Estado Novo. Tanto quanto sei, o Estado Novo não foi Monarquia. Foi ditadura? Foi. Violenta e desrespeitadora dos direitos humanos? Foi. Mas a I República não foi menos violenta e menos desrespeitadora dos direitos humanos. Terá sido, até, muito pior, porque se perseguiam e assassinavam os monárquicos e o clero, perseguindo a Igreja, mas também assassinavam os republicanos, desde que fossem de outra facção.

Posto isto, há que repor a verdade. Houve, então, três Repúblicas, sendo as duas primeiras ditaduras desumanas. Salva-se a terceira, se conseguir ser mais justa, mais livre, mais democrática, mais respeitadora dos direitos humanos, mais fraterna.

FM

Nota: Já agora leiam aqui