quinta-feira, 5 de maio de 2011

As bateiras da Ria de Aveiro

António Marques da Silva com as suas bateiras

Ontem, de acordo com a programação estabelecida, teve lugar, na US da Fundação Prior Sardo, uma “conversa a dois” proferida por Ana Maria Lopes e António Marques da Silva, ambos especialistas conceituados nestes assuntos.
Distribuíram as tarefas, segundo as apetências, os saberes e as experiências, versando o tema As bateiras da Ria de Aveiro. Tiveram como suporte a apresentação de um powerpoint, bem como doze modelos de embarcações lagunares, construídas pelo Capitão Marques da Silva nestes últimos três anos, com base em levantamentos que fez, todas à mesma escala de 1/25, para destacar as grandezas relativas.
As perfeitíssimas miniaturas estiveram expostas numa sala ao lado durante a conversa com Ana Maria Lopes e Marques da Silva, tendo sido observadas com muito interesse pelos alunos da US, sempre ávidos de conhecer as raízes das nossas gentes.
Importa sublinhar que os trabalhos e estudos de Ana Maria Lopes e António Marques da Silva precisam mesmo de saltar os muros de um certo isolamento, tornando-se conhecidos do nosso povo.
É certo que a US tem dado uma ajuda ao nível daquilo que nos enforma, encontrando alunos muito sensíveis a esses estudos, mas urge, de facto, avançar para uma divulgação mais ampla, enriquecendo e tornando ainda mais próximo de cada um de nós o que Ana Maria Lopes e Marques da Silva, entre outros, nos têm oferecido.

Gafanha da Nazaré: Conferências Primavera em torno do Social

Igreja matriz

Hoje, 5 de Maio, pelas 21 horas, no Auditório Mãe do Redentor, vai ter lugar a primeira conferência em torno das Instituições Paroquiais vocacionadas para a ação social na nossa terra. 
Intervirão Paulo Costa, vereador da Ação Social da CMI, Fundação Prior Sardo, Grupo Cáritas Paroquial e Centro Social Paroquial Nossa Senhora da Nazaré.  O momento musical vai ficar a cargo do Coral de Idosos do Centro Social.

Os malabarismos são dos circos



Verdade e mentira 
na boca dos políticos 
e no ouvido dos cidadãos 

António Marcelino 

Ouvimos nos últimos dias, vindos de pessoas respeitáveis, recomendações e pedidos, endereçados aos políticos para que sejam transparentes e verdadeiros, não prometam o que não podem cumprir, informem os cidadãos sobre tudo quanto eles têm direito de saber, respeitem-se uns aos outros, pensem mais no país que nos interesses partidários. 
Vai-se dizendo por aí, em alguns casos até o atribuem a políticos europeus famosos, que “a verdade não ganha votos” e que um “político que não minta nunca será bom político”. Ao mesmo tempo vai-se verificando, também, que muitos cidadãos se desinteressam da política ou a vêem só nos aspectos negativos, não se preocupam demasiado com a perda de identidade da nação, os valores vilipendiados e, nem sequer, com os objectivos do bem comum e da reconstrução da sociedade, à base da justiça, da verdade e do respeito mútuo. Por outro lado, dominam os bairrismos e os interesses locais de quem quer deixar o nome numa rua ou na praça da terra, e segue-se, acriticamente, quem mais promete satisfazer estes gostos e preocupações.

Crónica de um Professor: Combater a indisciplina é um desafio para todos nós



Indisciplina

Maria Donzília Almeida

Combater a indisciplina, na escola, é um dos objectivos primordiais do governo e um desafio lançado a todos os professores. Com o passar dos tempos, o problema tem-se vindo a agravar, chegando às proporções alarmantes, que se verificam no nosso quotidiano. A cada passo, vêm, a lume, notícias de agressividade e violência que se passam em qualquer recanto deste nosso Portugal. 
Remontando às origens do problema, há quem se divida entre duas causas maioritárias: uns dizem que o indivíduo já nasce com o genes da indisciplina, pelo que se considera inato; outros há, que afirmam tratar-se de um problema de índole social e familiar, logo trata-se de um comportamento adquirido, que tem as marcas do meio envolvente, seja ele familiar, seja ele social. Há uma grande tendência para o segundo caso, atendendo à evolução social que se tem vindo a operar na sociedade portuguesa. A industrialização que tem vindo a ocorrer, desde o século passado, no nosso país, veio ao encontro da busca de emancipação da mulher. A necessidade de mais postos de trabalho deu, às mulheres, a possibilidade de trabalharem fora de casa, diminuindo, assim, a assistência prestada à família. Estando por sua conta e risco, as crianças ficam ao Deus dará, sem freio que as controle

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Figueira da Foz: Flor no Areal

Flor no areal

Em manhã convidativa, a caminhada conduziu-me à Praia da Claridade. Pouquíssima gente, mas o verão está próximo. Um ou outro atleta ou candidato a tal, apesar da idade já longe da juventude. Olhando o areal, qual deserto árido, uma flor sobressaiu, trazida pelo ventos. E ali cresceu  à espera de ser apreciada. Daqui a uns tempos, com veraneantes que correm sem tempo para apreciarem o chão que pisam, talvez a flor venha a morrer. Tenho pena que o seu fim seja esse.

Progresso para promover a felicidade e a liberdade



O Portugal social

João Wengorovius Meneses


Se há um sentido para o progresso é o de promover a felicidade e a liberdade (em sentido amplo) de cada ser humano, sabendo que ambas são equações complexas, compostas por múltiplas variáveis. Genericamente, essas variáveis são: ter um emprego, alguma independência económica e acesso a bens e serviços; uma habitação condigna, numa envolvente aprazível e segura; gozar de saúde; ter acesso a educação, cultura e oportunidades de realização do talento e das competências; dispor de mobilidade física e social; pertencer a núcleos integradores, como a família, os amigos, ou a comunidade; contar com proteção social em caso de doença, velhice ou desemprego; dispor de liberdade de expressão, associação e voto; usufruir de um ambiente saudável; confiar nos outros, nas instituições e no futuro; viver num contexto de coesão social, ou seja, de baixas desigualdades; ter autoestima e autoconfiança; entre outras. Algumas destas variáveis dependem do sujeito, outras da família, outras da comunidade, outras do Estado, outras, ainda, de outras instâncias locais e globais.

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Ainda a liquidação de Bin Laden


1. Bin Laden foi o mentor da organização terrorista mais violenta de que há memória, com a agravante de agir em nome de Deus;

2. Por essa conduta, condenada por todo o mundo civilizado, impunha-se a sua captura, julgamento e condenação, à luz dos direitos humanos e da justiça internacional;

3. Os Estados Unidos da América, ao liderarem todo o processo de captura, pela lógica de ter sido o país mais sacrificado, devia agir em concordância com as leis internacionais, não podendo invadir o território de ninguém, sem autorização expressa, se é que o fez;

4. Face ao terrorista mais odiado dos nossos tempos, desarmado (como diz a comunicação social), devia prendê-lo para posterior julgamento, de acordo com as leis internacionais;

5. Como defensor do direito inalienável à vida, não posso condescender com a liquidação de um qualquer criminoso, por mais hediondo que ele seja, à queima-roupa e sem direito a defesa ou a arrependimento;

6. Agindo como agiram, as Forças Especiais da Marinha dos EUA limitaram-se a um comportamento semelhante ao dos  terroristas que perseguiam;

7. Como fui educado e formado nestes princípios da não-violência, onde o olho por olho e o dente por dente já não têm lugar numa civilização marcada pelo cristianismo, não podia ficar indiferente ao silêncio de tantos líderes religiosos, de tantos políticos humanistas e de tantos defensores da vida;

8. Decerto contra a corrente dos que aplaudem o que aconteceu, provavelmente gente que sofreu na pele o terror provocado por Bin Laden,  e solidarizando-me com a sua inegável  dor, aqui declaro que condeno abertamente o terrorismo, como condeno a justiça sem julgamento, muito menos a pena de morte.

Fernando Martins


terça-feira, 3 de maio de 2011

Sócrates esqueceu-se de novas desagradáveis

O primeiro-ministro falou e mostrou-se muito otimista. Deu algumas notícias agradáveis para alguns ficarem tranquilos. Até aí tudo bem. Mas esqueceu-se do pior, do desagradável. Isso ficará para a Troika, que também não deixará de dizer de sua justiça. Se nos vão emprestar 78 mil milhões de euros, a juros que ainda desconhecemos, os credores quererão  decerto aplicar a receita que acordaram com o Governo. A crua verdade do que está receitado ficará para mais tarde, que será por estes dias. O pior virá a seguir, quando eles se forem embora. Como gostamos pouco de dialogar e só falamos aos gritos, vai ser um bico-de-obra.

Figueira da Foz: Torre do Relógio

Torre do Relógio


A Torre do Relógio, mesmo ao lado da marginal, por onde caminham muitos que querem manter a saúde, foi construída «no  âmbito da regularização da costa norte da foz do Mondego, que criaria a longa (...) "Avenida Oliveira Salazar" (actual 25 de Abril), que se estende da esplanada do Forte de Santa Catarina até Buarcos», como se lê no livro "Figueira da Foz: Rotas do Concelho".
A Torre tem 20 metros e nela se instalaram serviços de sinalização marítima, cabinas sonoras e o relógio de grandes dimensões. Apesar das polémicas que a construção da Torre gerou, hoje é uma referência para quem chega à praia.

João Paulo II: Um homem inteiro foi beatificado




Morte e vida de Wojtyla

António Rego


Um homem inteiro foi beatificado. Metade do mundo reconheceu esse mérito na sua fé. Outra parte na sua dimensão de homem decisivo na evolução dum século

Não é fácil falar de João Paulo II após três dias de convívio próximo. Andou a nosso lado por toda a Roma, no meio de nós, na música, nas imagens, nos grandes momentos, nos cartazes, nas frases, no sorriso, no grande gesto, com uma intimidade fraterna sem qualquer véu de permeio. E na imaterialidade de quem partiu há pouco. Desde a cripta donde saiu a urna, à Basílica junto do túmulo de S. Pedro, à grande Praça e arredores apinhada de povo, solenidade e festa, vida, morte e "ressurreição" dum homem comum e invulgar a quem muito foi dado e aos poucos tudo foi tirado: a voz, o rosto, o gesto, a feição.
Despojado como um Job, humilhantemente exposto naquela janela do seu gabinete onde lançou bênçãos, palavras doces e amargas, sorrisos e pombas de paz. E onde não conseguiu pronunciar a última Mensagem Pascal. Antes, foi um gemido "urbi et orbi" prenúncio duma morte acompanhada no exterior pelos jovens que o visitaram quando ele já não podia chegar junto deles.

Gafanha da Nazaré: Beco da Faloca

Beco da Faloca

O Beco da Faloca começa na Rua Gago Coutinho, mas não tem saída. Com algumas moradias, termina em terras de cultivo.
O nome de batismo vem da Tia Faloca, que morava ali na esquina, à entrada. Era uma mulher forte, de bom trato e muito respeitada, que se impôs à consideração geral como encarregada da Seca do Cunha. Ficou na memória de muita gente e a homenagem que lhe prestaram, com o seu nome num Beco, é mais do que justa.

Prémio "Árvore da Vida" 2011 para Eurico Carrapatoso

Eurico Carrapatoso


O Júri do "Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes" deliberou, por unanimidade, atribui-lo, nesta que é a sua sétima edição, ao compositor Eurico Carrapatoso.
Eurico Carrapatoso nasceu no distrito de Bragança, em 1962. Iniciou os seus estudos musicais na década de oitenta, tendo sido aluno de José Luís Borges Coelho, Fernando Lapa, Cândido Lima, Constança Capdeville e, finalmente, de Jorge Peixinho, com quem concluiu, em 1993, o Curso Superior de Composição no Conservatório Nacional de Lisboa. Tem, desde então, desenvolvido ampla atividade no ensino e construído uma extraordinária obra no âmbito da criação musical, com trabalhos que vão da música orquestral, à música de câmara e coral, e que têm suscitado um justo reconhecimento, dentro e fora do país.

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segunda-feira, 2 de maio de 2011

Gafanha da Nazaré: Ruas, Becos e Travessas com história

Quem dá uma ajuda?

Nem só personalidades de âmbito nacional ou universal dão nome às ruas da Gafanha da Nazaré. Quem deambula pela nossa terra, em simples passeio ou ao encontro de gente amiga, encontra por vezes ruas com nomes curiosos que recordam pessoas ou historietas dos nossos antepassados.
Com Mário Cardoso, antigo presidente da Junta de Freguesia, a servir de cicerone, fui à descoberta de alguns becos e travessas com história. Referenciei, para já, três: Beco da Faloca, Beco dos Enganos e Travessa dos Bons Senhores. Amanhã publicarei a primeira. Depois as outras. Mas seria interessante que os nossos conterrâneos me ajudassem, enviando fotos com as respectivas histórias. Quem começa? 

Teatro no Município de Ílhavo até 29 de Maio

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MORTE DE BIN LADEN: O mais procurado terrorista foi liquidado pelos americanos


Bin Laden  

A notícia da morte de Bin Laden, o mais procurado terrorista da nossa geração e responsável por milhares de crimes, apanhou-nos de surpresa esta manhã. A história já o havia julgado e condenado, mas eu gostaria mais que ele fosse a tribunal para ser confrontado  com o mal que fez ao mundo. Foi uma vitória dos EUA e do seu presidente Obama, como símbolo da democracia ocidental e da liberdade que ela representa. Contudo, o terrorismo não foi abolido. Bin Laden deixou um número incontável de discípulos, fanáticos e terroristas também. Foi vencida uma importante batalha, mas a guerra vai continuar. 

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João Paulo II: Novo beato enfrentou sem medo «sistemas políticos e económicos»



«Bento XVI afirmou hoje no Vaticano que o beato João Paulo II enfrentou “sistemas políticos e económicos”, incluindo o “marxismo e à ideologia do progresso” para cumprir o seu desafio de viver a fé sem “medo”.
“Karol Wojtyla subiu à sede de Pedro trazendo consigo a sua reflexão profunda sobre a confrontação entre o marxismo e o cristianismo, centrada no homem. A sua mensagem foi esta: o homem é o caminho da Igreja, e Cristo é o caminho do homem”, disse, na homilia da missa a que presidiu, na Praça de São Pedro, diante de centenas de milhares de pessoas.
O atual Papa lembrou as “palavras memoráveis” pronunciadas por João Paulo II na missa de início de pontificado, em outubro de 1978: «Não tenhais medo! Abri, melhor, escancarai as portas a Cristo!».»

Octávio Carmo, na Ecclesia

Teatro no Município de Ílhavo até 29 de Maio

Centro Cultural de Ílhavo


O Festival de Teatro do Município de Ílhavo vai decorrer, de 2 a 29 de Maio 2011, numa edição marcada por uma nova roupagem e novas iniciativas, mantendo contudo a forte e decidida aposta na divulgação desta arte tão nobre, levando-a a vários espaços culturais e a diversos públicos, homenageando o teatro amador e incentivando em especial os grupos existentes neste Município.
A edição deste ano aposta ainda na formação, assim como na partilha de experiências e de percursos de vida, tendo o teatro como elemento principal. 

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domingo, 1 de maio de 2011

MÃE: O teu manto a todos nós protege

Imaculada


Hino à Imaculada 

Se outrora uma prece eu te ergui, 
Em desespero, sim, que mãe eu sou, 
Foi por que acreditei! E agora eu estou 
A louvar-te e agradecer-te o que vivi! 

Fizeste renascer em mim a Esp’rança, 
Foste amparo na dor, na amargura. 
Eu te elevo meu olhar com ternura, 
Qu’em Ti, misericórdia sempre alcança. 

És a Mãe a quem sempre se recorre, 
Que em toda a adversidade nos socorre, 
Na nossa peregrinação sofrida! 

O Teu manto a todos nós protege, 
Seja crente ou seja até herege, 
De todos és a Mãe muito querida! 

Mª Donzília Almeida
08.12.08

Polémica à volta da beatificação de João Paulo II




Sou dos que alinharam pela ideia da beatificação do Papa João Paulo II aquando da sua morte. O funeral, que congregou uma multidão imensa, representativa de todos os quadrantes do mundo, mostrou quanto ele era amado e venerado, pelo seu exemplo incansável na defesa de causas que dignificaram a humanidade. Na altura, não me cansei de dizer, onde quer que estivesse, que a santidade do Papa João Paulo II tinha já sido decretada pelo povo, crente e não crente. 
Vêm agora certos críticos clamar contra a sua beatificação, alegando que o Papa Peregrino teria cometido alguns erros, impróprios de o elevarem à honra dos altares. Estranho tal pressuposto, tanto mais que muitos dos que protestam se declaram católicos. 
Sabendo nós que neste mundo todos os seres humanos são pecadores, como admitir que João Paulo II não teria sido membro desta humanidade que erra por tudo e por nada? Ele pecou como todos os beatos e santos pecaram. O que importa é saber se, no meio de uma vida em que os erros também estiveram presentes, houve ou não houve atitudes, comportamentos e esforços persistentes para que os homens e mulheres do seu tempo se tornassem mais fraternos, mais caridosos, mais solidários, mais abertos ao transcendente e aos irmãos. Isto é que eleva e torna digno dos altares, na Igreja Católica, os seus filhos, que ficarão na história dos homens para serem imitados. 
E já agora, permitam-me que acrescente mais um pormenor: A Igreja Católica exige o reconhecimento de um milagre de Deus, por intercessão do candidato a beato, para o declarar como tal; para mim, esse milagre está, fundamentalmente, neste caso de João Paulo II, na aceitação do seu testemunho pelo povo crente e até por muitos que estão afastados do catolicismo. 

Fernando Martins 


1.º de Maio: Algo de explosivo pode acontecer



Dia 1 de Maio - Dia do Trabalhador

Mª Donzília Almeida

O Dia do Trabalhador, comemorado no dia 1 de Maio, remonta ao mesmo dia do mês, do ano de 1886, na cidade de Chicago, nos Estados Unidos da América. As más condições de trabalho, os baixos salários praticados, a exploração do trabalho infantil, foram o fermento que alimentou a rebelião 
A jornada laboral excedia as 12 horas de trabalho diário, ao mesmo tempo que os filhos dos trabalhadores eram também encaminhados para tarefas extenuantes, ainda de tenra idade. 
Ao fim de muitas dificuldades e entraves, o objectivo da luta concretizou-se e o horário de 8 horas de trabalho passou a vigorar. Dividia-se, assim, o dia em três períodos: oito horas para trabalhar, oito para dormir e oito para lazer ou usar a se bel-prazer. 
A primeira comemoração do 1.º de Maio, em Portugal, fez-se no dia 1 de Maio de 1974, poucos dias após a revolução que derrubou a ditadura, instaurando a tão desejada democracia. Nesse ano histórico, os trabalhadores saíram à rua e cantaram a viva voz, vivas à democracia. Foi um movimento apoteótico de gente que inundou as ruas das nossas cidades, cheia de convicção que a sua vida ia mudar. Há uma certa ingenuidade no povo, que facilmente se deixa influenciar por vozes demagógicas que prometem mundos e fundos, sem saberem se conseguirão cumprir aquilo que dizem (às vezes têm a certeza que não cumprem!) 
Houve até quem tivesse apelidado a nossa revolução de romântica, já que não houve derramamento de sangue.

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

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Bento XVI proclamou beato o seu antecessor João Paulo II



«O Papa Bento XVI acaba de proclamar beato, o primeiro passo no caminho da canonização, o seu antecessor João Paulo II. Eram 10h38 em Roma, menos uma hora em Lisboa. O aplauso na Praça de São Pedro e nas outras oito praças de Roma onde se concentram centenas de milhares de pessoas – a presença de polacos é esmagadora – foi imenso, prolongando-se por vários minutos. A multidão já tinha aplaudido diversas vezes durante as referências à sua biografia, nomeadamente o seu nascimento em 1920, a sua eleição como Papa, em 1978, e a alusão ao momento da sua morte em 2005.»

Texto e foto do PÚBLICO. Ver mais em Ecclesia

Homenagem justa ao professor Fernando Maria

A Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo celebrou o seu 92.º aniversário, distinguindo, com o descerramento de uma fotografia, o professor Fernando Maria da Paz Duarte, antigo provedor. Mais do que justa, esta homenagem perpetuará o seu labor em prol da Santa Casa, durante 12 anos, de canseiras e lutas, para levar por diante projectos de permanente adaptação daquela instituição às realidades presentes.
O professor Fernando Maria conseguiu, nos últimos anos, com o apoio da Câmara Municipal de Ílhavo, construir um hospital de cuidados continuados, numa altura em que se tornava premente oferecer mais um serviço, de qualidade insuperável, a quem precisa de se restabelecer de doenças difíceis e necessitadas de apoios especiais. Esta será, a meu ver, a valência que marcará indelevelmente a sua acção à frente da Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo. Daí as minhas sinceras felicitações ao meu bom amigo Fernando Maria.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 235

DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM - 18

Marinha

MERGULHO NO POÇO DA MARINHA

Caríssima/o:

Dia do trabalhador!

E trabalhadores que apreciávamos nas nossas viagens para Aveiro eram os incansáveis e esforçados marnotos. Há imagens imperecíveis, de força e beleza impressionantes. 
Contudo, pedalar todos os dias, quer chovesse quer fizesse sol, era a nossa sina que a boa disposição teimava em pintar com tons de rosa. Quando chovia e ventava de tal forma que os fios de telefone assobiavam e as tramagueiras se inclinavam como que para “deixarem passar” os maçaricos, nesses dias era ver quem mais puxava para fugir à molha que nos deixava a pingar como pintainhos... 
Assim um ligeiro sorriso aflora e faz-nos franzir a testa com as recordações que correm velozes ao nosso encontro, lendo parágrafos soltos de propaganda às bicicletas: 

Um poema para este domingo



Paisagem com mar

Vinda de um fundo espesso e incompreensível
a lua pulsa como um coração negro pintado
A cada pulsação avança no écran da noite
até chegar a sobrevoar a esplendente superfície do mar
que assim finalmente entra em palco

Um milhão de fogos cintilantes e frios iluminam
essa cena — uma massiva queda de estrelas
que a mesma lua projecta
sobre a memória das grandes ondas oceânicas

Há depois um daqueles instantes
em que uma veloz cadeia de coincidências antecipa
para ti a leve e inconsequente saudação da morte:
A lua transforma as vagas nuvens que por baixo dela navegam
nos cumes nevados de grandes montanhas pálidas —
pedra branca e cinza — Uma neve
que irradiasse uma neblina azulada

Como se a lua, ecoando a terra
nos céus imitasse uma paisagem terrestre

Manuel Gusmão

Publicado ontem, sábado, no PÚBLICO, na rubrica “Poema ao sábado”