domingo, 12 de janeiro de 2014

Papa batiza na Capela Sistina



«O Papa Francisco baptizou neste domingo no Vaticano o filho de uma mulher solteira e a filha de um casal casado apenas civilmente, durante uma cerimónia na Capela Sistina.

Perante uma plateia de mães, pais e 32 crianças, Francisco quis deixar toda a gente à vontade, mesmo sendo o cenário tão solene como a capela onde são eleitos os papas. “Hoje o coro vai cantar, mas o coro mais belo é aquele das crianças, algumas delas quererão chorar porque têm fome ou porque não estão confortáveis. Estejam à vontade mamãs, se elas tiverem fome dêem-lhes de comer, porque elas são as pessoas mais importantes aqui”.»

Texto e foto do PÚBLICO

Um Papa anticlerical?

Crónica de Bento Domingues no PÚBLICO


1. A religião é uma das grandes dimensões mentais e culturais dos seres humanos. Hoje, no Ocidente, é uma realidade controversa, mas não apagada. O acolhimento ao Papa Francisco não resulta apenas, nem sobretudo, de qualquer estratégia publicitária. Nele, as pessoas vêem uma das expressões mais genuínas da atitude de Jesus Cristo, no meio do seu povo.

O divórcio entre as Igrejas e o mundo moderno não foi provocado, apenas, pela má vontade dos incréus e dos anticlericais. O anticlericalismo foi, muitas vezes, o reverso do clericalismo. Nasci numa zona do país em que não se podia viver sem padre, desde o baptismo ao funeral. Passava-se o tempo a dizer mal deles por causa do seu autoritarismo e da arbitrariedade ameaçadora dos seus comportamentos pouco pastorais. Não eram especialmente maus, mas apenas o resultado da formatação recebida.

Hoje já não se repetem estas palavras de Pio X (1), mas elas modelaram gerações: “só na hierarquia reside o direito e a autoridade necessários para promover e dirigir todos os membros para os fins da sociedade. Em relação ao povo, este não tem outro direito a não ser o de se deixar conduzir e seguir docilmente os seus pastores”.

A Civiltà Cattolica (2), na época da definição da infabilidade do papa, escrevia: “a infabilidade do papa é a infabilidade do próprio Jesus Cristo […]. Quando o papa pensa, é o próprio Deus que pensa nele”.

Ainda o centenário do senhor Diamantino

Longevidade
Maria Donzília Almeida


"Viver é envelhecer, nada mais."
Simone de Beauvoir

É um dado adquirido que a partir de certa idade, a idade madura, muita gente não gosta de fazer anos, sem negar a evidência que todos gostam de continuar a viver! Dizia-me, há algum tempo, um amigo que a única forma de atingir a longevidade é... fazer anos!
A marcha do tempo é inexorável, todos o sabemos e inevitável é a correspondente erosão da saúde, com os indesejáveis efeitos do envelhecimento.
Na hierarquia das idades, ou fases etárias do ser humano, há uma que é vista de soslaio por muita gente, tanto por aqueles que já entraram nela, como por outros ainda muito distantes e cuja imaturidade lhes assegura/garante (!?) uma ambicionada eterna juventude - a terceira idade!
Quer queiramos quer não, a velocidade a que o Chronos se move é a mesma para todos os cidadãos, apenas cada um se situa no seu ponto particular do percurso.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Algo inaudito na Igreja Católica

Um texto de Leonardo Boff

Os movimentos populares latino-americanos 
junto ao Papa Francisco


«Algo inaudito está acontecendo com a Igreja Católica sob a direção do Papa Francisco. Uma coisa é falar dos pobres e dos excluidos e denunciar a violência praticada contra eles. E deixá-los lá longe com suas penas. A Igreja assumia, normalmente, uma função tribunícia: se propunha representar, como um tribuno, os pobres. Agora com esse Papa, na linha da tradição latino-americsna, os pobres e excluidos são considerados sujeitos autônomos. Como tais são convocados a Roma, junto à Sé Apostólica, para falarem por si mesmos. Ouvir a versão das vitimas e não apenas ouvir os analistas cinetíficos das causas que os tornam o que são, excluidos e explorados.»

Li em  Leonardo Boff


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Norberto Correia é Chefe Nacional do CNE


Norberto Correia

«O novo Chefe do Corpo Nacional de Escutas (CNE) é o aveirense Norberto Correia, que, juntamente com a sua equipa de dirigentes, tomou posse no passado sábado, numa cerimónia que se realizou na Casa do Escuteiro, em Fátima. Norberto Correia é economista, tem 60 anos, está ligado ao escutismo há 47 e tem pela frente um mandato de três anos.
Já com vasta experiência no dirigismo do CNE, o aveirense chega agora ao cargo executivo mais elevado. Contactado pelo nosso jornal, Norberto Correia afirmou que “já tinha sido convidado várias vezes para assumir o cargo, e agora não fui capaz de dizer que não”, assumindo que este se trata de “um grande desafio para o qual senti que podia dar o meu contributo”, referiu.»

Li no DA


Nota: Felicito o Chefe Norberto Correia pelas tarefas que assumiu, o que prova quanto a sua dedicação é reconhecida pelo maior movimento associativo da infância e juventude do país. Sei que a sua ação dignificará em absoluto o escutismo.


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Postal Ilustrado - Padrão comemorativo




Na Praia da Barra, Gafanha da Nazaré, na Praça Comendador Carlos Roeder, pode apreciar-se um padrão comemorativo da construção das obras da barra, bem junto ao molhe central e com o Farol e boca da barra à vista. Por ali passam, no verão, milhares de pessoas, mas não sei nem nunca saberei se têm tempo para ler as três lápidas que ostenta, explicativas do que por ali se passou desde 1802 até aos nossos dias. Aqui as deixo como lição de história, curta mas elucidativa. 

«Estando as águas da ria represadas durante cerca de um século, por motivo da insuficiência da barra, foi construído de 1802 a 1808 sob a regência do príncipe D. João, o molhe central, que abriu definitivamente a comunicação com o mar, saneou a região e restabeleceu a navegação.»

«Em 16 de Outubro de 1932, o Presidente da República, General António Oscar de Fragoso Carmona lançou solenemente a primeira pedra para a construção das obras de melhoramento da barra.»

«Aos 5 dias do mês de Julho de 1959 durante as comemorações do milenário de Aveiro, o Presidente da República, Américo Deus Rodrigues Thomaz, descerrou este padrão comemorativo da construção das obras exteriores do porto.»

O Papa das pessoas

O QUE DIZEM DE FRANCISCO
Anselmo Borges



Não há dúvida de que o Papa Francisco é hoje uma figura de impacto global, talvez a figura mais popular no mundo, na qual se põe mais esperança e confiança. Foi proclamado como personalidade do ano 2013 pela revista Time, que escolhe, desde 1927, a pessoa que considera ter tido mais influência nas notícias em todo o mundo no respectivo ano. Designou-o como "o Papa das pessoas", concretizando que "o que o torna tão importante é a rapidez com que captou a esperança de milhões de pessoas que tinham abandonado toda a esperança na Igreja". "É raro um novo actor internacional da cena mundial suscitar tanta atenção tão rapidamente, tanto entre os jovens como entre os mais velhos, entre os crentes ou os mais cépticos", declarou Nacy Gibbs, directora da redacção da revista.

“Este é o Meu Filho muito amado”


A MARAVILHA DO BAPTISMO DE JESUS
Georgino Rocha

Chegado da Galileia, Jesus põe-se na fila dos pecadores que, no Jordão, aguardam a sua vez para serem baptizados por João. Este gesto tem um sentido profundo e dá origem à mais bela manifestação de Jesus. Com efeito, realça a solidariedade humana assumida ao nascer como um de nós e provoca a declaração solene da Voz celeste: “Este é o Meu Filho muito amado”. Condensa e desvenda a identidade original de Jesus. 
O baptismo é a festa desta maravilha surgida nas águas do Jordão e agora anunciada e celebrada no baptistério de todas as comunidades cristãs. Os intervenientes e as circunstâncias são especiais, mas comungam da mesma humanidade que nós. No entanto, o baptismo cristão tem originalidade própria que advém de ser feito em nome de Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, Deus que Jesus ressuscitado manifesta de modo singular. E não podemos deixar que se perca ou desfigure esta originalidade.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Diamantino Sarabando completou um século de vida

O senhor Diamantino com alguns familiares

Diamantino da Rocha Sarabando é um ancião que completou serenamente um século de vida, no passado dia 2 de janeiro, com familiares e amigos. Em abril do ano passado, em entrevista que nos concedeu,  disse-nos que ainda faltava muito para chegar aos 100 anos, mas que esperava juntar a família, onde havia netos, bisnetos e trinetos que não conhecia. Mas chegou, fazendo questão de que nada faltasse na mesa celebrativa de tão bonita idade, que foi posta num restaurante da nossa terra para o jantar. 
Cerca de 80 pessoas acompanharam a alegria do senhor Diamantino, que mostrou quanto está feliz com a vida, mantendo-se firme até depois da meia-noite, conversando e debitando histórias. E para espanto de alguns, o aniversariante até cantou.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Google homenageia Simone de Beauvoir


Simone de Beauvoir
(1908-1986)
M.ª Donzília Almeida



Hoje, o Google homenageia Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir, a famosa escritora e filósofa francesa, que completaria hoje 106 anos de idade. Mais conhecida por Simone de Beauvoir, nasceu a 9 de janeiro de 1908, em Paris, tendo falecido a 14 de abril de 1986. Foi companheira de Jean-Paul Sartre, outro nome marcante da filosofia e da cultura francesa.
Ligada ao existencialismo, Simone bateu-se pela emancipação da mulher. É-lhe atribuída uma das principais frases do movimento feminista: “Não se nasce mulher, torna-se mulher.” Esta não tem um destino biológico, ela é condicionada por uma cultura que define o seu papel na sociedade. As mulheres, durante muito tempo, ficaram circunscritas ao papel de mãe e esposa, restando-lhes apenas, a opção do convento. Simone rompe com esse determinismo e com os padrões sociais da sua época. Escreveu romances, monografias sobre filosofia, política, sociedade, ensaios, biografias e uma autobiografia.
Entre os seus romances mais conhecidos, destacam-se os títulos: “A Convidada”, “O sangue dos outros” e os “Os mandarins”. Este último consagrado com o Prémio Goncourt e considerado a sua obra-prima.

Mau tempo ataca Praia da Barra


O mau tempo atacou fortemente a Praia da Barra e outras zonas do litoral português, e não só. No que nos diz respeito, a que mais sofreu foi a Praia da Barra, mas este fenómeno é frequente desde que me conheço. É claro que o Governo veio ver, tendo prometido que obras vão ser feitas. Também sei que a solução não é fácil porque o mar é imprevisível. Mesmo sob o ponto de vista técnico e científico, não há soluções garantidas. O que hoje se pode admitir como certo amanhã poderá estar tudo ultrapassado. Isto mesmo me foi explicado há anos num seminário que se realizou na Universidade de Aveiro, que contou com a intervenção de vários especialistas na matéria. Contudo, é imperioso que se responda aos ataques do mar...
«Ontem mesmo, o Sr. Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia [Jorge Moreira da Silva], acompanhado dos Srs. Secretários de Estado do Ambiente e da Administração Local, visitou a Praia da Barra, dando especial atenção à problemática ocorrida e colocando-a na agenda política do Governo. Esta importante visita permitiu ao Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo [Fernando Caçoilo] manifestar de viva voz aos nossos Governantes, de forma concertada, concreta, objetiva e coerente, não só as preocupações, anseios e expetativas da Câmara Municipal, mas também das nossas populações em relação à situação vivida, assim como a urgência da necessidade de uma solução sustentada para a resolução dos problemas da erosão costeira, vivida de forma sistemática desde há alguns anos a esta parte.» Assim se lê na informação que nos chegou da CMI.

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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Mudanças nos próximos 20 anos

«Nos próximos 20 anos, haverá mais mudanças 
na sociedade e na Igreja do que nos últimos cem»
Rui Jorge Martins


Na diocese de Innsbruck, na Áustria, subsiste a convicção de que «nos próximos vinte anos, na sociedade e na Igreja, haverá mais mudanças do que nos últimos cem anos».
«A direção desta tendência, se para melhor ou para pior - está nas nossas mãos», refere uma nota referente ao ciclo de encontros "Um outro futuro é possível", que a diocese organiza no âmbito da comemoração dos cinquenta anos.
As sessões sobre o futuro da sociedade e Igreja, que começam esta terça-feira, contam com a intervenção do bispo do Tirol, bem como especialistas em teologia pastoral, pedagogia, sociologia, ecologia, empreendedorismo e jornalismo, entre várias personalidades do mundo académico, eclesiástico e social austríaco.
Os organizadores apostam no «diálogo» para favorecer uma «compreensão mais profunda» das posições dos diferentes intervenientes, abrindo a porta à mudança de posições e atitudes.
Os debates centram-se em questões que podem conduzir a sociedade ao desespero, resignação e medo, ou podem ser fontes de alegria, coragem e esperança, dependendo das decisões que forem hoje tomadas, sublinha a nota de apresentação.


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D. João Evangelista morreu há 56 anos



No dia 8 de janeiro de 1958, realizou-se o funeral de D. João Evangelista de Lima Vidal, primeiro bispo da restaurada Diocese de Aveiro, presidido por D. Domingos da Apresentação Fernandes, que lhe viria a suceder. O falecimento ocorreu no dia 2, pelas 12 horas, no Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro.
Diz o Calendário Histórico de Aveiro de António Christo e João Gonçalves Gaspar que no funeral, «o mais impressionante de que há memória em Aveiro», participaram 14 prelados do Continente. 
Sublinha-se na referência do Calendário Histórico que o Arcebispo-bispo de Aveiro foi «um prelado verdadeiramente ilustre e ínclito aveirense, cuja memória perdurará eternamente, pelo seu alto prestígio, suas singulares virtudes, acendrado patriotismo e exemplar amor à sua terra». Esta efeméride foi escrita com base nas notícias dos jornais Litoral (11-1-1958) e Correio do Vouga (18-1-1958).
Como nota pessoal, permitam-me que refira que conheci D. João e que assisti ao funeral, recordando-me perfeitamente da sua passagem pelo edifício da Câmara Municipal de Aveiro, onde o funeral parou, para sobre o caixão ser colocada uma bandeira, julgo que da autarquia aveirense. Tinha eu 20 anos.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Água vale Dinheiro

«A água de janeiro vale dinheiro»

NOTA: A ser assim, que chova, mas sem causar estragos. E sem estragos, pode ser que o provérbio tenha razão.  

Fórum Municipal da Maior Idade

Primeiro Aniversário




O Fórum Municipal da Maior Idade assinala hoje, 7 de janeiro, o seu primeiro aniversário, tendo-se afirmado, neste seu primeiro ano de vida, como um local de encontro e convívio, mas também de aprendizagem e de partilha para todos os que o frequentam e participam nas mais diversas ações.
Ao longo deste seu primeiro ano de existência foi dinamizado um trabalho de parceria na realização de diversas atividades, pelas várias Instituições envolvidas, nomeadamente a Câmara Municipal de Ílhavo, a Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, a Obra da Providência, o Centro Social Paroquial Nossa Senhora da Nazaré, a Fundação Prior Sardo, a Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo, a Associação de Pais e Amigos das Crianças da Gafanha da Encarnação, a Associação de Solidariedade Social da Gafanha do Carmo e a Associação Aquém Renasce.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A ausência do patriarca

6 de Janeiro


DIA DE REIS
Maria Donzília Almeida

A celebração católica do Dia de Reis está associada à tradição natalícia, segundo a qual, três magos do oriente, chamados Gaspar, Belchior e Baltazar visitaram o Menino Jesus, na noite de 5 para 6 de Janeiro, trazendo-lhe de presente, ouro, incenso e mirra.
Segundo a tradição, nesta festividade, volta a reunir-se a família, encerrando-se assim, o ciclo dos festejos de Natal. Repetem-se na Noite de Reis, as iguarias de Natal: bacalhau com batatas, bolo-rei, pão-de-ló, rabanadas, sonhos, entre outras, que atropelam os propósitos de muita boa gente que perde a linha, nesta quadra de excessos gastronómicos.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Janeiras — 2014

Uma saudação especial para os emigrantes




O Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré teve a gentileza, à semelhança doutros anos, de vir cantar as Janeiras à minha casa. Músicos e cantores, jovens e menos jovens, ofereceram-nos, a mim e à minha Lita, as conhecidas melodias próprias da quadra, sempre agradáveis de ouvir. Vêm para manter a tradição, mas também para angariar fundos para o grupo.
Sabendo que eu divulgo as nossas tradições, porque elas fazem parte das nossas memórias pessoais e coletivas, o grupo pediu-me, na despedida, que em seu nome desejasse um ano de 2014 muito melhor para todos os emigrantes, mas não só, e à medida dos sonhos de cada um.

Ano Novo com muitos desafios

Mensagem do Papa sobre a paz
Frei Bento Domingues

1. Entre os mais idosos, alguns talvez ainda tenham gosto em se lembrar e outros, vontade de esquecer que no dia 8 de Dezembro de 1967 foi criado, pelo papa Paulo VI,o Dia Mundial da Paz. Ficou decidido, no entanto, que seria celebrado, daí em diante, no primeiro dia do ano civil. Assim continua, embora as Nações Unidas tenham marcado, em 1981, o Dia Internacional da Paz para o dia 21 de Setembro. Não se sobrepõem. 
Em Portugal, a decisão de Paulo VI teve um impacto significativo durante a guerra colonial, porque se inscreveu nos ecos do Vaticano II e da Pacem in Terris de João XXIII, que tinham alargado, aprofundado e provocado iniciativas de oposição católica ao Estado Novo (1). Destacamos: no Porto, suscitou a criação da comissão diocesana de Justiça e Paz, com múltiplas intervenções; em Lisboa, as vigílias na Igreja de S. Domingos, em 1969, e na Capela do Rato, de 1972 para 1973, tornaram-se marcos históricos pela ressonância conseguida. A vigília da Capela do Rato provocou a intervenção da Pide, várias prisões e aceso confronto, na Assembleia Nacional, entre os deputados Miller Guerra e Francisco Casal Ribeiro.
As mensagens anuais constituem peças importantes da posição dos papas perante as questões da guerra e da paz. Ao se tornarem um ritual, o seu verdadeiro impacto depende, apenas, do que as Igrejas locais fizeram desses notáveis documentos.

EUSÉBIO morreu



«Humilde, mas sem falsas modéstias. Quando Eusébio chegou à “metrópole” e ao Benfica campeão europeu em 1961, sabia o que valia. “Não me interessa se eles são campeões europeus, vou entrar nesta equipa.” Ele era um jovem moçambicano acabado de chegar de Lourenço Marques e já metia medo aos consagrados Águas, Augusto e Coluna, os “senhores”, como os novatos da equipa lhes chamavam. “Comentávamos entre nós, quem é que vai sair? Porque o Eusébio era um jogador de excepção”, diz José Augusto. Alguém saiu e ele, Eusébio da Silva Ferreira, entrou na equipa do Benfica para se tornar uma lenda do futebol mundial. O melhor jogador português de todos os tempos que brilhou numa altura em que o futebol era diferente. Como Amália, o seu nome é sinónimo dele próprio. Não existirá mais nenhum Eusébio.»

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sábado, 4 de janeiro de 2014

Humilhação

Qualquer coisinha, tenho fome
Anselmo Borges


Não sei se há humilhação maior do que ter de estender a mão suja, que salta de um corpo e uma roupa também sujos, pedindo, com o corpo inclinado e o olhar perdido e suplicante: "Qualquer coisinha, tenho fome." Se é uma criança, com uma mãozinha pequenina, um velho, um deficiente, suplicando "por caridade, por caridade", parte-se-me a alma. Sinto-me muito envergonhado por mim e pela sociedade, e dou, numa indizível atrapalhação, pois precisaria de dizer-Ihes que não é por caridade, mas por dever. E desaparecer.

Dar generosamente. Nem a mão deveria aparecer, para não ser vista. Um grande amigo que já morreu - porque é que os amigos morrem?! - repetia constantemente: a mão que dá esconde-se. A partir daí, perguntei-me sempre: será por isso que não vemos Deus? Porque dá - Deus é Dar, o Dar Originário, Criador -, escondendo-se?


Maravilha da Epifania

ONDE ESTÁ O REI ACABADO DE NASCER?
Georgino Rocha


Ingenuidade, ignorância ou provocação! São exclamações espontâneas que a pergunta dos Magos a Herodes suscita e “deixa no ar”. Confiança no informador, desejo de acertar na procura, certeza firmada no nascimento ocorrido? São interrogações que podem servir de guia para penetrarmos na maravilha da Epifania do Senhor. Profissão de fé no Recém-nascido, profecia do futuro emergente, testemunho corajoso de quem busca a verdade e, inquieto, arrisca todas as vias? São deduções razoáveis e auspiciosas que se podem fazer, a partir do encontro de Jerusalém. A pergunta dos Magos é a pergunta de tantos homens e mulheres do nosso tempo que, sem preconceitos inibidores, ousam escutar a voz da consciência profunda e, livremente, pretendem alcançar resposta condizente.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Homenagem a Mons. João Gaspar

60.º aniversário da sua  ordenação presbiteral 




A Diocese de Aveiro celebrou hoje o 60.º aniversário da ordenação presbiteral de Mons. João Gonçalves Gaspar, Vigário Geral da nossa Diocese e conhecido historiógrafo de Aveiro e sua região, com inúmeros livros publicados. 
A eucaristia celebrativa teve lugar numa capela interior do Seminário de Santa Joana Princesa, a mesma onde decorreu a cerimónia de ordenação em 3 de janeiro de 1954, presidida por D. João Evangelista de Lima Vidal, primeiro bispo da restaurada Diocese de Aveiro e conterrâneo de Monsenhor João Gaspar, pois ambos são naturais da vila de Eixo. 

O MMI prepara-se para albergar a «nossa ílhava»

Um texto de Ana Maria Lopes




A ílhava, «para mim», só tem uma história mais ou menos consistente, há cerca de 30 anos. Bateira identitária dos ílhavos, foi a mais polivalente das embarcações da região lagunar – na ria, usada, para a apanha do moliço e para carreto; no mar, desde a rede do chinchorro, na quebra da vaga à arte da tarrafa, em águas do Tejo, na baia de Cascais. É enigmática e senti necessidade de sistematizar o que fui aprendendo sobre ela. Não descobri nada. Atenção! Li, observei, pensei e vou tentar pormenorizar coincidências. O processo da ílhava tem tido vários intervenientes, que se foram sucedendo no tempo.

Sabia desde os meus vinte e tal anos que tinha havido uma bateira ílhava, mas como não havia deixado rasto que me despertasse a curiosidade, esse conhecimento permaneceu em letargia.

Ler todo o texto aqui

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

BORDA D’ÁGUA

O Verdadeiro Almanaque


O meu filho João Paulo gosta de passar pelas feiras para saborear o ambiente de compras e vendas de tudo e mais alguma coisa. Um dia destes foi à Feira das Palhaça, e dela ofereceu-me um relato vivo do espetáculo em que o povo é ator fundamental. Ator no ato de sair do ramerrão de quotidianos de trabalho duro para regatear o que quer comprar, mas também para degustar uns petiscos tipo bifanas e churrascos em mesas corridas, tudo regado com vinho da pipa ou cerveja fresca. 
O meu João gosta de apreciar porque no fundo não vai lá comprar nada, penso eu. Contudo, não foge à regra de adquirir o BORDA D’ÁGUA, “O Verdadeiro Almanaque”, que se publica há 85 anos, com uma tiragem de 100 mil exemplares, para me oferecer. Pelo que se sabe, o povo gosta do BORDA D’ÁGUA pela inúmera informação direcionada para agricultores sobre sementeiras, plantações, enxertias e colheitas. Mas tem muitas outras curiosidades.
Tenho cá um palpite que o meu filho me oferece o almanaque para me seduzir para a jardinagem e horticultura, pois me lembra logo que em janeiro é tempo de semear favas, ervilhas, alface e rabanetes, entre outros vegetais e não só. E diz mais, agora sobre o jardim, que é chegada a hora de semear begónias, sécias, amores-perfeitos e… até paciências, flor de que nunca tinha ouvido falar.
O almanaque indica as luas, os feriados e festividades, sem esquecer as recomendações astrológicas, decerto para brincar, julgo eu, que não acredito nessa “ciência” dos signos e afins.
A propósito disso, a diretora Célia Cadete diz, no "Juízo Final", que 2014 terá «um inverno áspero mas pouco frio; a primavera  húmida, o verão quente e o outono temperado». Quanto ao inverno, já falhou um pouco, porque eu sinto um frio enorme, e quanto à primavera fico à espera para confirmar. Sobre o verão e outono, nem vale a pena ter dúvidas, pois teremos o calorzinho .da praxe, logo seguido da estação que nem é carne nem peixe.
A diretora garante que os nascidos em 2014 serão de «estatura mediana com olhos pequenos e atrativos, testa larga e alta, mãos esbeltas e dedos compridos». Vou ficar atento.
Bom ano.



quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Maria, a Mãe do Deus Menino


ANÚNCIO DOS PASTORES 
PROVOCA ADMIRAÇÃO
Georgino Rocha

O campo dos pastores, nome da localidade por onde deambulavam os guardas dos rebanhos nas cercanias de Belém, é a zona escolhida pelo anjo do Senhor para anunciar o nascimento de Jesus que havia ocorrido numa manjedoura do curral de animais. A aparição do enviado de Deus e o anúncio que lhes faz provocam uma reacção de medo, de sobressalto, de sã curiosidade. 
Sempre assim é. O homem surpreendido nas suas rotinas teme a novidade que vem e o interpela. Praticamente todas as pessoas chamadas a uma missão passam por momentos semelhantes. Desinstalar-se e lançar-se a uma nova aventura, confiar e aceitar as consequências imprevisíveis, sentir-se envolvido, apesar da sua “pequenez”, exige realmente um coração grande, uma disponibilidade a toda a prova, uma capacidade de “aguentar” o presente onde emerge o futuro da decisão tomada.